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Sara
— Dona Sara! — chamou-me Simone, minha ajudante que eu havia trazido do Brasil junto comigo para Londres.
Eu estava concentrada sentada em frente do meu notebook checando os últimos detalhes da inauguração de minha loja de decoração de interiores.
Girei meu corpo em direção à porta e a respondi:
— Sim!
— Vim avisá-la que o jantar já está pronto, fiz tudo como a senhora me pediu, e à mesa de jantar também já foi posta, exatamente como me pediu, com velas e tudo.
— Oh, minha querida, o que seria de mim sem você aqui, hein?
Ela sorriu envergonhada e respondeu-me:
— É um prazer enorme trabalhar para a senhora dona Sara, já são tantos anos.
— Sim, foram longos anos lá comigo e Leonardo e agora aqui, sou muito grata por ter me acompanhado.
— É engraçado ver a senhora falando do Dr. Leonardo, e estar agora morando com o irmão dele.
Sorri discretamente e falei:
— A vida escolhe nossos caminhos, ela nos aponta a direção, mas seguirmos só depende de nós mesmos.
— Sim, eu creio muito nisso, um exemplo sou eu e o Charles, eu jamais teria conhecido ele se não tivesse feito a escolha de vir morar aqui com vocês.
— Sou muita grata por isso, viu. Sem você aqui eu estaria perdida.
— Bom! Já estou indo, Charles está me esperando lá fora.
— Bom namoro!
Ela assentiu e se virou para sair do meu ateliê, e assim virou-se no meio do caminho e disse-me:
— Boa sorte com o jantar, dona Sara, eu gostaria de ser uma formiguinha para ver a cara que o Dr. Theodoro irá fazer quando ficar sabendo que será papai.
— Quer saber! Vou registrar esse momento, e amanhã te mostro.
— Seria muito engraçado se fizesse mesmo isso.
— Mas eu vou fazer, estou te prometendo.
— A senhora sabe que não pode mais beber, não sabe? — perguntou-me ela.
— Só um golinho da Champanhe não me fará mal.
Balançou a cabeça recriminando-me e disse por fim:
— Até amanhã, dona Sara.
— Até amanhã querida.
Simone era uma preciosidade, gentil, prestativa e ali em Londres se tornou uma amiga para mim.
