Ouvi uma vez, algumas palavras que mexeram com a minha psique. A frase que até hoje não saiu da minha mente: não pertencer a um grupo é igual a não existir.
Nós seres humanos vivemos com a dúvida de Por que estamos aqui? Qual é a nossa função no mundo?
Sempre achamos que não temos nada a oferecer.
E a partir do momento que não somos aceitos, entendemos que não acrescentamos nada na vida do outro. Não somos importantes. Nos tornamos vazios. Precisamos da aceitação do próximo. É uma necessidade; um existindo.
A falta da aceitação acaba trazendo a morte psicológica ou até física. Muitas vezes, ela acontece de forma simbólica, onde morremos aos poucos. Durante anos, décadas.
Tudo por termos uma cultura limitada, que não abraça as diferenças e aceita que o Mundo fica muito mais bonito quando está colorido.E assim vivemos para os outros.
As dores do dia anterior estavam começando a cicatrizar, graças a ajuda da minha amiga! Não estou dizendo que estou preparada para ver a cara de todas, tenho quase certeza que focarei em um padrão do piso e não tirarei meu olhar dele.
Sentada na cama, esperando Cloe que leva trinta minutos para pentear os cachos na frente do espelho, há um turbilhão de pensamentos se soltando e flutuando pelo meu cérebro enquanto estou voltada para o Jorge_ preso na gaiola desde que o levei ao veterinário a alguns dias atrás; sua melhora está sendo gradual, mas muito lenta, mesmo que eu reproduza todos os cuidados ensinados pela veterinária.
Me pergunto como farei para ficar longe do Lucas. Como faço para tira-lo da minha cabeça? Ele está grudado como um glioma teimoso! E parece que justo agora que não posso manter contado com ele, ele decidiu aparecer a todo instante com o seu sorriso bobo e seu cabelo sedoso! E os seus olhos penetrantes que não me largam? O que eu deveria fazer? Procurar um médico? Talvez eu devesse procurar na internet: Como parar de pensar em alguem?Uma almofada atrapalha a minha meditação sobre a minha desgraça.
"Está no mundo da lua mocinha? Eu já estou pronta. Vamos ou Não?"
Não! Por favor nãããããooooo!
"Desculpa! Estou um pouco desnorteado hoje." Coloco as alças de minha bolsa em meus ombros e me levanto balançando a cabeça para espantar os maus pensamentos.
Ela também pega sua bolsa e da uma última olhada no espelho. Olhando para o seu reflexo diz:
"E estava suspirando por que? Pensando em alguém?" Ela fez um bico como se fosse beijar o ar e colocou sua coelhinha na frente.
"Não. Apenas chateada por termos que ir a aula hoje."
"Uau! Malu querendo faltar na escola, essa é nova!"
Pego a chave sobre minha escrivaninha e giro ela dentro da fechadura. Na espera, Cloe lia algumas mensagens em seu celular.
"Vamos encontrar as meninas no refeitório ou espera-las?" Abro a porta.
Antes que Cloe pudesse dizer algo damos de cara com as garotas, que pareciam estar saindo de seus dormitórios.
Parece que não as vejo a décadas.
Lena e Liza sorriem ao me ver, Sarah apenas acena."Meninas!" Cloe grita.
"Oi!" Liza e Lena respondem se aproximando junto de Sarah. Fecho a porta.
"Você esta bem? Cloe Nos contou que estava mal. Nos desculpe por não podermos ter ido com vocês ontem!" Lena libera as palavras angustiada com o seu olhar sobre mim. Seu cabelo como sempre se destaca, fazendo todo o resto se tornar algo a mais. Admito a coragem dela para fazer algo assim. Só de imaginar quantos me julgaria... "Eu estava limpando o laboratório dos alunos do primeiro ciclo. Vocês não imaginam a bagunça que eles fazem!"
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Passarinho
Fiksi PenggemarAo chegar em um lugar totalmente diferente da sua realidade, Malu tenta se acostumar com o novo ambiente que terá que viver os próximos dois anos da sua vida. Após sua chegada, lembranças já esquecidas retornam a sua mente. "_Seremos eu e você cont...