Escolhido

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— Qual é o problema de vocês? —  Perguntou o técnico do time à Blake e Taylor. — Um parece que viu um assassino de filhotes no campo e decidiu marcar falta em todo mundo! — Disse se referindo ao Taylor. — e o meu Quarterback, que estava próximo de marcar mais 6 pontos decide que é inteligente largar a bola no meio do campo? Qual é o problema de vocês? — Gritou estressado. (Quarterback — O cérebro do time, responsável pela organização das jogadas ofensivas, faz passes e distribui as bolas).

— Desculpa... Me distrai. — Disse Blake.

— Ah, se distraiu? — Ele alterou o tom de voz, para um tom debochado. — Da próxima vez que você se "distrair" estará fora do próximo jogo! — Respondeu olhando Blake. —  Isso vale para você também, se não se sente bem por conta da lua cheia, peça licença, não saia destruindo a jogada do time, não é porque marcou um touchdown, que pode sair atropelando todo mundo! Estou cansado de mandar os alunos para enfermaria por sua causa. — Respondeu olhando para Taylor.

***

  Respirei fundo ao entrar no porão com uma garrafa preta que costumava ser de Rachel, mas acabei pegando "emprestado", me virei aos tropeços e então acabei dando de cara com Rachel lendo um romance deitada no chão de sua cela incrivelmente sensual, como ela conseguia ficar tão linda mesmo jogada em uma cela empoeirada?

— Rebecca Havillard. — Sorriu a vampira me encarando com um olhar predador.

— Ah merda.... — Sussurrei — Por que sua voz, está incrivelmente mais sexy, e por que você parece mais gostosa do que você já é? — Perguntei com a fala arrastada e temendo a sua resposta, porém a vampira sorriu se levantando e suspirando ao se aproximar da grade. 

— Desculpa docinho. Rachel não pode atendê-la no momento. — Respondeu e respirei fundo.

— Lilith. — Ótimo, aquilo sim era estranho, era o rosto da Rachel, mas não era a Rachel. — Sem ofensas, mas eu queria muito desabafar com minha colega de quarto agora, então será que você poderia despossuir ela só por uns minutinhos? —  pedi já sem medo algum, explicitamente alcoolizada nada mais me assustava e meu dia estava sendo uma merda o suficiente para ser educada e gentil com a esposa de Lúcifer.

— Desculpa, não é bem assim que funciona. — Ela piscou para mim e desejei naquele momento lhe tacar água benta e exorcizá-la eu mesma! 

  Respirei fundo irritada e ela ainda sorria se sentou de costas pra mim encostando na grade.

— Conta, o que houve? — Perguntou ela aparentemente entendiada.

— Não quero ser rude, mas você não é lá a demônia mais confiável que existe, né. — Respondi e Lilith me encarou fingindo estar magoada seguido de um sorriso.

— Sou um demônio lindinha, não a sua vizinha fofoqueira.

  Pensei um pouco, bom... Ela não iria sair dali mesmo, e... Ah quer saber, que se dane, por que não? Sentei ao lado oposto dela encostada na grade de sua cela.

— Em resumo, existem dois garotos da qual eu gosto muito, e estava bastante dividida, um deles me pediu em namoro, mas por causa do outro acabei pedindo um tempo. Estava certa de que ia ficar com o Blake sabe? Então fui atrás dele... Mas o flagrei beijando outra. 

— Uh! — Ela riu e dei um gole do líquido contendo dentro da garrafa. —  Por que está falando arrastado? —  Perguntou ela e eu franzi o cenho.

— Não estou não! — Retruquei, quem ela pensa que é?

— Está bêbada? — Perguntou Lilith com um sorriso surpreso estampado no rosto.

— Shhhhh. — Fiz um sinal com a mão. — cala a boca meu pai endemoniado pode escutar! —  Reclamei escorregando ao me virar para encarar Lilith que sorria da minha cara. — Quer? — Perguntei. — Eu dou se prometer não espalhar isso pra ninguém! — Falei ainda juntando as sobrancelhas.

— Fechado. — Respondeu e passei a garrafa pela grade. — Então, você o flagrou? E eu achando que era demoníaca, que safado!

— Não é? — Perguntei.

— E o que mais aconteceu? — Perguntou dando um gole da garrafa e arregalado os olhos. —  Céus, isso é Whisky? Você tem quantos anos mesmo? — Perguntou.

— 17 mamãe! — Dei língua para ela que sorriu ao devolver a garrafa. — Depois eu acabei aceitando o pedido do outro... Handriel...

— Que merda hein! — Respondeu ela. — Você tem muita coragem, aceitou assim nas cegas?

— O time dele perdeu por que ele viu o beijo que dei nele.

— Que fria!

— Ele começou! — Retruquei.—  Acha que fui precipitada? —  Perguntei. Ótimo! Pedindo conselhos a um demônio.

— Meu primeiro marido foi um cafajeste comigo também, não me aceitou do jeito que eu era, e me trocou por uma nojentinha que bancava a santa sabe? Daí eu aceitei o pedido de Lúcifer e ainda estou com ele depois de todos esses milênios e milênios de anos. Então, se acha que Handriel é o cara certo, que irá te fazer feliz, arrisca! Voz da experiência fofa.

  Franzi o cenho.

— Como é? Tipo... Ser a esposa do diabo e tudo mais? — Perguntei já nem sabendo mais o que faria.

— Ah sabe como é, comandar o inferno, almas torturadas, demônios malignos, é complicado. Mas o Lúci até que é um fofo quando não está estressado.

— Ele é mal? — Perguntei.

— Às vezes, algumas vezes ele me bate quando está estressado aí eu bato nele de volta e acaba que matamos um ao outro até fazermos as pazes. — Respondeu com se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Vocês nunca enjoaram um do outro? Digo, casados a tanto tempo... Ficar apenas com ele e tals.

— Temos um relacionamento aberto.— Respondeu e fiz cara de confusão. — Ele fica com quem quiser assim como eu. O inferno é cheio de pessoas diversificadas. — Ela piscou.

— Entendi. Você é legal Lilith. Se não estivesse planejando algo maligno e provavelmente envolve tentar me matar quando sair, eu até te libertaria. 

— É. E se você não tivesse o poder de me matar eu até que iria gostar de ser sua amiga. — Nos encaramos e acabei rindo além de estar bastante zonza e alterada.

— É... Talvez.

Renegados do Inferno - Marcada - Vol 2 (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora