My Angel

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  Embora o diretor houvesse me pedido para que eu apenas fosse descansar e que ele iria resolver tudo, acabei não conseguindo por fim. 

  Tentei me girar diversas vezes pela cama, mas não consegui. Não dava, não quando ele parecia tão apreensivo, por que eu tinha aquele pressentimento tão ruim dentro de mim? O que diabos ele iria fazer?

  Não dava mais pra ficar no meu quarto, então decidi sair, talvez ir pensar com mais clareza no telhado ou ir para a biblioteca? Devia uma explicação à Handriel, não o vi desde que saiu às pressas do meu quarto com ciúmes. Sinceramente, ele tinha razão... Fiquei muito preocupada com Blake, perdi o controle de mim mesma e mesmo que eu dissesse para ele que parte daquilo era por ele também ele obviamente não acreditaria.

  Tudo estava tão confuso, especialmente essa minha ansiedade em relação a Blake e Handriel.

 — QUE DROGA! — Gritei dando um soco na porcaria do armário, aquilo era estressante, e ainda mais agora que um anjo da morte iria me caçar independente de onde eu estivesse. Como iria simplesmente sumir? Como isso seria possível? 

  Lágrimas escorreram de meu rosto, eu não estava mais aguentando, era tanta pressão, tanta emoção... Eu não sabia até quando tudo aquilo iria continuar me pressionando. Fechei os olhos enquanto chorava firmemente ainda com minha mão sob o armário, quando sinto o toque macio e quente de uma outra mão sobre a minha.

— Não fique nervosa, princesa. — Era ele. Era o Blake. Ele estava bem e estava comigo mais uma vez.

  Queria tanto desabar em seus braços e desabafar meus sentimentos com ele. Mas não o fiz, apenas senti ele limpando minhas lágrimas com as mãos e me entregando um sorriso tímido respeitando meu espaço, não me perguntando nada.

  Ele respirou fundo notando naquele silêncio inacabado e resolveu puxar assunto, ele estava... Diferente.

— Se lembra da vez em que você foi me ver na enfermaria, Becca? Te chamei de príncipe encantado. — Nós dois sorrimos daquilo.

— Lembro. — Como esquecer? Tinha ficado com pouco de raiva na época, mas agora, parecia ser engraçado, até mesmo carinhoso.

— Você sabe o porque?

— Por que você queria que eu te beijasse. — Falei um pouco constrangida.

— Não. — ele respondeu gentilmente alisando meu rosto e nossos olhos se encontraram mais uma vez. — Foi porque você me salvou. — Ele respondeu e eu juntei as sobrancelhas confusa. — ouvir a sua voz naquele campo antes de apagar... Saber que tinha ficado preocupada... Aquilo foi o suficiente. Você me salvou Becca. — As suas palavras tocaram meu coração, queria chorar ainda mais agora, ah droga porque ele estava fazendo isso? — E não achei justo te chamar de príncipe encantado o tempo todo. — Ele sorriu e eu ri junto dando um tapa de leve em seu braço. — Passei a te chamar de princesa, não por você se parecer uma, toda bonitinha e da realeza. Passei a chamá-la de princesa, pois pra mim você é meu Príncipe encantado. — embora tenha sido um tanto estranho a princípio sua tentativa de falar bonito, eu havia gostado, havia sido a coisa mais fofa que havia visto dele. — Você o escolheu no fim de tudo, não é? — Perguntou se referindo ao Handriel... Não respondi, não consegui apenas deixei ele sorrindo pra mim, tristonho e calmo.

  Ainda não entendia por que daquilo tudo ou o que havia dado nele para me dizer aquelas coisas, mas ele havia me acalmado, especialmente quando me entregou aquele sorriso fofo que só ele sabia me dar. Achei por um momento que ele fosse me beijar pois ele se aproximou mais do meu rosto, mas parecia que ele havia desistido no caminho em respeito ao meu momento de sensibilidade e também ao meu relacionamento com Handriel, foi então que ele apenas beijou minha testa e saiu deixando-me sozinha refletida sobre aquele momento que passamos juntos. 

Renegados do Inferno - Marcada - Vol 2 (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora