Quem é Ravena?

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  Passei a aula inteira pensando nela, Ravena certo? Havia perguntado para meus amigos se eles já ouviram falar desse nome, mas ela era um mistério, assim como Aurora, até arrisquei perguntar Handriel, mas nada de me dizer se conhecia essa menina, como assim gente? Não saber quem é a Aurora tudo bem! Afinal ela se esconde e é muito estranha, mas a Ravena? Toda "cheguei" com tanto rosa maquiado em seu corpo? Ela era um ser totalmente chamativa, não era possível que ninguém a conhecesse! Calma Becca, não se precipite, você está no terceiro ano, talvez a Ravena seja do primeiro, afinal com aquela cara de criança, mais de 15 anos essa menina não tinha! 

— Becca? — Alguém me chamou. Olhei para ele e o vi sorrindo, Handriel estava a minha espera. Céus! Já havia acabado a aula? Como o tempo passou rápido! Estava tão paranoica com o lance da Ravena que nem sequer percebi o tempo voar. — Vamos? Eu trouxe batata frita. — Ele sorriu e não conseguir ceder a tentação.

— Você me ganhou Sr. Parker. — Respondi me levantando com um sorriso estampado no rosto.

  O terraço estava calmo, sem vento, sem barulho, apenas eu e ele comendo aquela maravilhosidade que chamamos de batata frita. Aquilo era bom demais! E uma hora iria me matar de colesterol alto, mas não me importava, queria muito me empanturrar daquilo.

— Você realmente ama isso não é mesmo? — Perguntou ele e eu sorri daquilo. 

— Você não faz ideia. — Respondi.

— E Rachel como ela está? — Perguntou Handriel.

— Vamos mesmo falar dela? — Perguntei e ele sorriu envergonhado.

— Desculpe, não sou muito experiente com encontros.

— Ah então isso é um encontro? — Sorri jogando uma batata frita nele e ele pegou vindo em minha direção para me fazê-la comer.

— Não! — Gritei rindo enquanto ele colocava a batata na minha boca em seguida de um beijo extrovertido.

  Deitamos no chão e começamos a rir sem que eu percebesse que um certo filho de um renegado me observava do telhado do reservatório de flores bem no jardim, olhando para eu e Handriel enquanto segurava uma rosa vermelha um pouco desgastada devido a tudo que aquela rosa já havia enfrentado.

— Dói, não dói? — Disse Carmilla se aproximando e se sentando ao lado de Blake para observar de longe junto a ele. — Ver aquela pessoa que você ama com outro. Blake permaneceu em silêncio. — Se te serve de consolo, ser gay no século XV é o mesmo que pedir para morrer. — Respondeu. — Literalmente morrer, Laura quase se casou com um imbecil. E quase perdeu a cabeça por minha causa. Mas veja só, quem diria que uma mortal que deveria ter morrido a séculos atrás ainda está viva... Graças a magia. E está aqui comigo. — Ela sorriu e olhou para Blake.

— O que quer dizer com isso? — Ele perguntou.

— Quero dizer que essa rosa na sua mão tem um significado para você não tem? E ela ainda está viva. Quem sabe, o seu amor também não esteja vivo. — Ela voltou à olhar para frente.

— Acha que ela me ama? — Perguntou confuso.

— Eu não sei, mas Blake se não for sincero com você mesmo e especialmente com ela, nunca irá saber a verdade. — Disse ela voltando o olhar para Blake.

— Como assim?

— Lilith fala bastante. Inclusive sobre segredos seus. — Carmilla sorriu. — Conversa com a Becca, não sei o que aconteceu com vocês, mas seja sincero com ela sobre você e sobre os seus sentimentos. Por que se não... Bom, aí você pode perdê-la. E não conseguirá recuperá-la de novo. — Ela se levantou. — Sei disso por experiência própria de vampira com 600 anos de idade. — Ela sorriu o deixando com os próprios pensamentos.

***

   Enquanto isso, lá no porão da escola, uma figura desconhecida, cantarolava uma música infantil enquanto deslizava o dedo indicador sob as grades.

— Por que demorou tanto? — Perguntou Lilith espreguiçando-se na cela. — Já estou cheirando a poeira de guarda-roupa velho! — Levantou-se e o ser que até então usava uma vestimenta longa de um casaco preto com capuz demonstrando ser parte do culto satânico de humanos (Fallen) que trouxera Lilith a vida, havia revelado ser uma garota de cabelos rosados que sorria como se tivesse conseguido faturar em uma máquina caça-níquel.

— Acalme-se minha rainha. Já estou aqui por você. — Respondeu ela tirando de dentro do casaco uma chave dourada.

— Como conseguiu entrar aqui dentro mesmo?

— Longa história. Mas devo dizer que a escolhida é uma garota muito inocente, ou muito burra. 

— Se disfarçou de aluna? E ninguém reparou que é humana? — Lilith começou a rir como se tivesse ouvido uma das melhores piadas do ano. E então a cela estava aberta. 

— Agora é só quebrar o selo. — Ela sorriu.

— E como irá fazer isso sem os materiais necessários?

— Quem disse que não os tenho? Assim você me ofende vossa majestade. — Ravena sorriu tirando um fio de cabelo prateado e jogando dentro de uma substância com líquido vermelho e cremoso. 

  Era sangue. Ela desenhou um pentagrama no chão e olhou para Lilith.

— Agora é com a senhora, minha rainha. — Disse Ravena e Lilith sabia o que tinha de fazer. 

— Et revertatur confractus. — Disse ela e uma ventania de leva passou por Lilith, fazendo com que Aurora sentisse mesmo estando na biblioteca.

 Lilith vagamente colocou o pé a frente da cela e sorriu, havia funcionado. Ela estava livre. Finalmente... A rainha do mundo infernal estava livre.

Renegados do Inferno - Marcada - Vol 2 (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora