O Retorno da Morte

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— Você não pode me machucar... Eu não tenho mais a sua marca! — Respondi ainda de olhos arregalados e completamente apavorada por dentro, Azrael riu daquilo como se estivesse se divertindo com minha desgraça.

— E quem disse que eu me importo? — Perguntou ela me fazendo juntar as sobrancelhas. Não! Ela só deveria me tocar quando eu estivesse com a porra da marca! — Você já foi marcada desde quando nasceu Rebecca. — Respondeu me rodeando lentamente e colocando uma mexa de meus cabelos atrás da minha orelha. — Era pra estar morta desde o momento em que nasceu. Porém você é muito sortuda e conseguiu escapar de mim. Agora... Não tem como mais escapar. — Ela sorriu revelando as adagas e lambendo os lábios como se estivesse vendo o mais delicioso lanche em sua frente.

  Minha respiração ficou aguçada. Ela iria me matar.

  Óbvio que eu não iria ficar parada esperando então corri fugindo o mais rápido possível dali e virando a esquerda procurando alguma rua movimentada, mas não havia uma alma penada naquela hora. Ótimo Rebecca, agora sim, você estava completamente ferrada! Mais uma vez.

— Pobre Rebecca, sempre em problemas, nunca tendo paz. — Disse Azrael enquanto me escondia dentro de um beco atrás da enorme lixeira verde. — Você pode correr... Pode gritar por ajuda... Pode se machucar... — Ela curvou justamente no beco onde eu estava escondida. — Mas nunca... Nunca conseguirá, se esconder do anjo da morte! REBECCA! — Virou-se para a lixeira e para a sua surpresa, eu não estava lá.

— Talvez me esconder não. Mas enganar é uma das minhas especialidades! — Respondi fazendo-a se virar para dar de encontro comigo que segurava uma barra de metal e bati forte em sua cabeça a deixando lá e correndo em direção a escola.

  Aquilo não era bom, corria o mais rápido possível, mas já estava ficando sem fôlego, parecia que sempre por onde eu ia ela chegava primeiro a minha espera fazendo-me girar bruscamente para alguma outra direção.

  Aquilo não era bom, aquilo não era nada, NADA bom! Especialmente quando a bendita rua da qual eu virei na esperança de distraí-la, era a merda de uma rua sem saída.

  Que puta azar.

— Droga! — Xinguei encarando a parede e virando-me para dar de cara com o sorriso vitorioso de Azrael que me via transpirar e buscar por oxigênio devido a minha corrida em vão.

— Eu disse. Não se pode correr da morte, Rebecca.

  Sorri respirando fundo e consertando minha postura. Pois bem, eu não tinha muita escolha mesmo. Apertei o botão de socorro para Alison e ampliei o meu sorriso ao respondê-la.

— Dê o seu melhor, vadia. — Sorri cansada de fugir ou de esperar por ser salva. Agora era eu e ela, e só uma sairia dali vitoriosa.

***

  Corri pela rua deserta rodeando os muros gigantescos da escola com a testa escorrendo sangue. Consegui desviar de seus ataques (alguns deles ao menos), aquelas adagas não eram brincadeiras, e sinceramente aquela mulher era incrivelmente habilidosa. Conseguia me assustar mesmo sem intenção.

  Senti ela me abraçar e me jogar no chão. Fiz uma expressão de dor, cair de costas no chão puro era incrivelmente doloroso. 

  Desviei de um de seus socos e me levantei um tanto dolorida e procurando por um plano. Devia voltar para a escola, mas sabia que Azrael não ia deixar.

  Tanto que ela se aproveitou do momento em que estava distraída para puxar meus cabelos e me socar no rosto.

  Saiu sangue de meus lábios... Agora eu estava muito puta!

Renegados do Inferno - Marcada - Vol 2 (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora