Boatos são apenas boatos?

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  Sorria que nem uma criança vendo doce, que noite havia sido aquela? Não conseguia parar de pensar em quão perfeito tinha sido tudo aquilo, primeiro a conversa no telhado, a rosa que estava inclusive neste exato momento em um vaso lá no meu quarto, já que hoje de manhã havia perdido a primeira aula e corri para meu quarto para me arrumar para a segunda.

  Mal sabia que aula era agora, só sabia que não parava de sorrir e de lembrar do nosso voo em plena lua cheia, e então a biblioteca... O nosso local. Sorri ainda mais.

— REBECCA! — Gritou Adam me acordando de meus pensamentos e me obrigando a encará-lo que estava virado para mim na carteira logo a frente.

— Sim, você tem toda razão. — Respondi sem saber exatamente do que se tratava o assunto.

— Razão do que? Estava perguntando quem iria se responsabilizar por levar o sangue da Rachel para o porão! — Disse ele espantado com minha falta de atenção, havia esquecido completamente daquilo.

— Oh, o Blake já tinha se... Voluntariado. — Meu rosto ficou vermelho de repente ao lembrar dele.

— Blake? — Perguntou Lyssa.

— É ué, o Blake. — Sorri ao falar o o nome dele desta vez.

— Você transou com ele ontem não foi? — perguntou Adam e eu arregalei os olhos.

— Que? N-Não, eu hein, eu só disse o que ele havia me dito! I-Isso não significa nada. — Disse completamente desajeitada.

— Becca, não precisa nem ser médium pra ver que você transou ontem, e que foi com o Blake. —Disse Lyssa.

— Tá escrito na sua cara queridinha, "transei muito com o bonitão do time de futebol e gostei". — Complementou Adam. — Está quase pedindo bis e ainda vai recusar?

— Adam!

— Becca!

  Meu olhar se desviou completamente ao ver Blake entrando pela porta da frente, sorri de novo acenando para ele que devolveu o sorriso acenando pra mim também. Quem não gostou muito daquilo foi a Lucy que me olhava como se fosse me matar a qualquer momento.

  Blake veio até a nossa mesa despertando ainda mais a curiosidade de Adam e de Lyssa.

— Ei, como você está? — Perguntou um pouco envergonhado e eu um tanto desajeitada o respondi.

— Bem, e você? — ele sorriu.

— Melhor impossível. — Corei, mas corei muito mesmo especialmente depois de ouvir Adam tagarelando uma música romântica na minha frente.

— Então... — Comecei procurando palavras para mudar de assunto, não iria ceder as implicações de Adam. — O que Rachel queria dizer lá no porão? — Perguntei e ele pareceu não entender. — Que você iria me contar algo, mas que não podia agora? — Tentei me lembrar e ele gaguejou ao entender e se lembrar do que se tratava.

— A-Ah isso. Não era nada demais, depois eu te conto. — Disse ele um tanto... Nervoso?

— Vamos lá turma! Abram a página 104 do livro de filosofia! — Chamou o professor Nicolas entrando as pressas na sala e Blake se sentou.

— É... A noite foi daquelas hein. — Disse Lyssa sorrindo.

— Onde está Dany? — Perguntei para mudar de assunto e Lyssa ficou completamente séria desta vez.

 — Na coordenação. — Disse Adam.

— Por que? O que aconteceu? — Perguntei pegando o livro e um tanto preocupada.

— Ela mordeu o professor de geografia lá na tumba, todos estão comentando isso. — Disse Lyssa.

— Sim, mas não foi culpa dela certo? — Perguntei confusa.

— Não foi, estão tentando resolver essa situação, agora que o professor é um lobisomem, as coisas ficaram um tanto... Diferentes. — Respondeu Lyssa.

— Ele vai ter que se afastar por um tempo, sem contar que o diretor está louco com essa história da tumba, o conselho caiu em cima dele. — Disse Adam.

— Nossa... Ele corre risco de ser demitido? Ou algo assim? — Perguntei.

— Não. Ninguém teria coragem de demitir o "herdeiro" da escola, e sem contar que ele é  único que tem coragem o suficiente para comandar isso aqui. — Disse Adam. — Virou uma bagunça desde a tumba, onde você hibernou? Em Madagascar? Todos só falam daquela tumba! — Disse Adam.

— Vamos galera! Hora de estudar, sei que estão todos muito traumatizados com o que houve, mas acidentes acontecem! — Disse o professor.

— Mas e o professor de geografia? — Perguntou um dos alunos.

— Ele vai ficar bem, só precisa de uns dias para se recuperar e se adaptar ao novo... Mundo. —Disse ele seguido de um sorriso nada original.

— Sim, mas como podemos ter certeza de que as excursões escolares são seguras agora? — disse outro aluno.

— Elas são. Houve apenas um certo engano desta vez. — Respondeu o professor.

— Blake Styles. — Chamou a coordenadora Jones na porta da sala e toda a atenção se voltou para ele. — Na minha sala, imediatamente. — Pediu deixando Blake um tanto sem graça e muito mais nervoso.

  Ele se levantou sem olhar pra mim que estava tão confusa quanto deveria, porque estaria chamando ele para a sala dela? Será que ela o viu noite passada? E se ele levasse a bronca por minha causa?

  Já iria me levantar para defendê-lo quando Adam começou a falar.

— Boatos disseram que Blake abriu a tumba. — Aquilo me fez franzir o cenho da testa, como é que é?

— Isso só pode ser um puta engano, Blake jamais abriria essa tumba, ele nem é um bruxo para ter força para isso. — Respondi o retrucando.

— O caso não é ter magia ou não Becca, somente um demônio ou um anjo poderia abrir aquela tumba. — Disse Lyssa.

— Mas os anjos e os demônios não estão aqui, ele pode ser filho de um renegado, mas não abriu a tumba!

— Natallie contou a história. — Disse Lyssa. — Parece que ele estava brigando com Handriel por sua causa na hora. — Espera por minha causa?— Foi então que ele cortou a mão justamente na serpente alada, o objeto usado pelos anjos na hora de trancar as bruxas na tumba.

— Tá e dai? — Perguntei.

— E daí, docinho, que depois disso as bruxas acordaram, estão dizendo por aí que Blake.... — Ele hesitou em dizer.

— Que o que? — Perguntei insistente.

— Que ele é um renegado do inferno Becca. 

 Ok... Agora eu estava realmente assustada.


Renegados do Inferno - Marcada - Vol 2 (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora