Desculpa se te chamo de Amor

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"Como já foi dito : O amor e a tosse não podem ser disfarçados, nem mesmo a pequena tosse, nem mesmo o pequeno amor". - Anne Sexton

...

O dia amanheceu e a imagem na janela é de um sol tímido, Day se levanta devagar para não acordar Carol. Ela segue para o banheiro e liga o chuveiro. Água quente, o corpo arrepiado se apressa para se aquecer num banho demorado. Day fecha os olhos e deixa a água cair em seu rosto. Há muito tempo não era tão feliz. No outro cômodo ela tem alguém que a vida lhe trouxe, sem pedir licença, sem pedir permissão, Carol invadiu cada pensamento de Day desde o dia que se conheceram. Mas quem disse que o amor pede licença? Eu já li num velho livro, eu ouvi alguém dizer, que o amor é um abismo que ninguém pode prever. Ele nasce nas calçadas, num olhar que ninguém vê.
O banheiro está envolto em fumaça, mal se vê, o box embaçado e um barulho da porta abrindo desperta Day dos seus pensamentos. Era difícil enchergar, mas Carol invadia seu espaço sob o chuveiro. Ela busca o corpo de Day e Day segura sua nuca deixando o pescoço de Carol pronto para ser beijado e é. Entre o vapor e o cheiro suave de sabonete elas se beijam e o chuveiro é testemunha que não se pode disfarçar o amor. Amor precisa de toque, de demonstração, amor precisa ser provado o gosto e o cheiro. Elas sabem disso e deixam as mãos materializarem o que não cabe dentro do peito.

Depois do banho Carol está na cozinha preparando o café, enquanto Day coloca um jeans rasgado e uma camiseta velha e se junta a Carol para ajudar preparar o desjejum.

"Vou à padaria, quer alguma coisa?" - perguntou Day

"Traz pão de queijo?" - Carol

"Aham, já venho, tá bom?" - Day

"Já passa do meio-dia, deveríamos almoçar!" - Carol sorri

"Há tempos estamos quebrando as regras, Baby." - Day

Day dá um selinho carinhoso em Carol e sai.

Carol não acredita que está vivendo aquilo. Era como todo sonho de princesa da Disney, mas seu príncipe encantado era uma princesa. E a mais linda delas. O cheiro de café invade o apartamento e Carol vai checar suas mensagens. Dizer à sua mãe que está viva, mais viva do que em qualquer outro momento de sua vida. Só não poderia dizer o porquê, mas quem sabe um dia. Quem sabe um dia poderia dizer a verdade e Carol esperava com todas as suas forças que sua mãe pudesse aceitá-la da maneira que ela é. Muitas mensagens em sua caixa, sua mãe, seu pai, Tori. Respondeu à todos, enquanto esperava Day retornar da padaria. Menos a Tory que escreveu:

"Fala a verdade agora, ela beija bem, não beija?" - Tori

Carol pensou em responder: O melhor beijo e o mais macio do mundo, mas apenas escreveu:

"Estou bem, obrigada por perguntar!" - Carol

Os barulhos de chaves fez Carol deixar o celular na mesinha de centro e ir ao encontro de Day. Ela estava faminta.

"Ei, Baby. Trouxe o pão de queijo" - Day

"E o café está pronto". - Carol

Elas se sentaram e comeram feito gente grande. E logo estavam passando a música uma última vez e estava perfeita!

A tarde foi para responder os produtores e se prepararem para a apresentação. Algumas chamadas nas redes sociais para que as pessoas pudessem assistir o programa e logo estavam nas cadeiras dos maquinadores do show. Elas chegaram antes de anoitecer e os figurinistas já haviam separado suas roupas. Day estava com uma calça preta, da mesma cor da bota e uma camiseta branca com alguns detalhes cinzas. Carol vestia um básico preto e um all star branco. Seus cabelos vermelhos realçavam na cor escura do tecido. Elas estavam lindas.

P L A Y - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora