Memórias e Sonhos

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Todos nós temos nossas máquinas do tempo. Algumas nos levam pra trás, são chamadas de memórias. Outras nos levam para frente, são chamadas sonhos. - Jeremy Irons

A rotina era de remédios e sopa. Day se recuperava, enquanto Carol aprendia a cozinhar. Carol tinha ligado para o pai e explicado que Day precisava de cuidados. Seu pai entendeu, afinal "amigas são pra essas coisas". Trocava mensagens com sua mãe também e ia pegando dicas para fazer sopas e deixando sua mãe atualizada sobre a recuperação da Day, afinal "amigas são pra essas coisas". Desde a sua volta, Carol evitava assuntos complicados e também não haviam se tocado de outra forma, se não para medir a febre ou para segurar sua mão enquanto ela tomava o remédio. Day já estava bem melhor depois de dois dias de quase não levantar da cama. Quando Carol sai do banho, naquela manhã, vê Day sentada assistindo TV.

"Que evolução, conseguiu sair da cama!" - diz Carol com um sorriso

"Pois é, suas sopas não me mataram, já temos um belo motivo para comemorarmos". - Day disse com a voz ainda fraca, mas sorrindo.

"Que pecado, eu aprendi a fazer sete tipos de sopas diferentes pra você não enjoar e ganho isso?!?" - Carol

"Eu tive sete chances diferentes de morrer?" - Day sorriu balançando a cabeça querendo dizer que estava brincado.

"Tudo bem, não cozinho mais, aliás estou indo ao mercado e comprarei apenas coisas que eu gosto de comer". - Carol

Day tossiu, fingindo estar pior, e riu de canto.

"Não, meu amor, ainda preciso de cuidados". - Day

Carol sentou-se ao seu lado no sofá, ainda de toalha, olhando para Day, ficou feliz de ver que sua cor havia voltado e seus olhos já não tinham olheiras. Day olhou para as pernas de Carol descobertas e ficou vermelha. Carol levantou-se e seguiu para o quarto, dizendo:

"Vou me trocar para ir ao mercado, caso contrário, parece-me que não sairei. E você está bem melhor, estou vendo". - Carol sorriu

Day deitou-se sentindo um pouco de dor de cabeça, mas não antes de espiar pelo vão da porta enquanto Carol se trocava. Day não entendia como aquela menina fazia com que ela sentisse coisas que jamais sentira. Era fácil sertir-se atraída, pensou Day, mas Carol roubava seus sentidos. Mas ela ainda não sabia porque Carol estava ali. Apenas que ela a estava cuidando. Talvez por consideração, ou seja lá o que for, mas Day não arriscaria perder Carol novamente e apenas aproveitava aqueles momentos de quase casadas. Não tocava no assunto, o porque dela estar ali não era importante, o importante era ela estar ali.
Carol pegou a bolsa e passou pelo sofá beijando a testa de Day.

"Estou indo, quer alguma coisa?" - Carol

"Não quero, confio no seu bom gosto". - Day

Carol saiu pela porta e Day ficou só em seus pensamentos.

No mercado Carol comprou alguns chocolates, talvez Day pudesse comer alguns deles agora que estava melhor. Queria fazer um agrado, um mimo. As sacolas estavam pesadas, mas Carol veio caminhando devagar. Quando estava no corredor do apartamento ouviu vozes. Não soube dissernir de quem eram, uma era da Day, a outra ela não sabia. Abriu a porta devagar e olhou para o sofá alguém abraçada à Day. De costas não soube quem era, nem tampouco reconheceu a voz. A mulher levantou-se ao vê-la entrar. Era a mãe de Day.

P L A Y - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora