"Alice: Quanto tempo dura o eterno?
Coelho: Às vezes apenas um segundo".
Lewis CarrollCarol fazia o café quando Day se aproximou devagar, o frio ainda persistia, e elas estavam bem agasalhadas agora. Day chegou bem devagar e abraçou Carol por trás distribuindo beijinhos em seu pescoço e nuca. Carol sentia que seu mundo poderia ser todo ali naquele apartamento. Não sabia como era sentir-se assim até conhecer Day. Os dias eram leves e o amor dos livros realmente existia. Day tinha tanto medo que tudo aquilo terminasse, porque não sabia mais como viver sem a presença de Carol. Seu jeito de sorrir, de fazer as coisas mais simples tornarem as mais incríveis. Um dia sem graça, ser um evento.
Carol virou-se e em seus olhos também estavam estampados a incerteza de que aquilo não pudesse durar para sempre. Mas apenas um segundo ao lado dela seria uma eternidade de lembranças. Então a beijou, um beijo de gratidão, por todos os momentos que estava vivendo, por todas as sensações que sentia quando estavam juntas. Era como um intorpecente que a tirava de si e a fazia sentir-se viva."Eu te amo". - disse Day
Aquela frase encheu o coração de Carol de alegria. Não pelas palavras, que são apenas palavras, mas os olhos de Day diziam que aquilo era verdade.
"Eu também te amo" - Carol
Day sorriu, mas um medo a invadiu. Até quando a teria por perto? Até quando mentiriam? Day tentou afastar aqueles pensamentos e apenas viver um dia de cada vez. E aquele dia estava sendo maravilhoso. Eterno enquanto durasse.
Os dias seguintes também foram assim, cheios de café e carinhos. Violão e canções. As diversas sopas que Carol aprendera e que Day já não aguentava mais comer, mas ainda assim, elogiava todas elas. Até que uma ligação as trouxeram de volta ao mundo real:
"Carol? É você?"
"Sim, Pedro. Sou eu" - Carol
"Você está bem?" - Pedro
"Estamos bem!" - Carol
"Viu minhas mensagens? Conseguimos agendar o show para daqui uma semana. " - Pedro
"Uma semana?!? Como vamos preparar as coisas em uma semana?" - Carol
"Eu não consegui outra data, a agenda dos outros shows para o local está toda lotada. Começamos a divulgação ontem e já vendemos quase todos os ingressos, como você concordou achei que não houvesse problemas. " - Pedro
Carol pensou na grana que entraria e na oportunidade de divulgar sua música e achou melhor não criar caso. Ela ainda olhou para Day esperando aprovação e Day concentiu com a cabeça.
" Tudo bem, vamos para Curitiba e preparamos os ensaios, tá tudo certo". - Carol
"Que ótimo! Vamos fazer um show intimista, apenas voz e violão. A casa de shows é um teatro antigo, espero que vocês arrasem!". - Pedro
"Obrigada, Pedro. Fique tranquilo estaremos lá". - Carol
"Vou te mandando as novidades". - Pedro
Quando desligou o telefone Carol sabia que os dias de São Paulo estavam chegando ao fim, o consolo é que desta vez Day iria com ela. Mas e depois?
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P L A Y - Parte 1
FanfictionVocê pode fechar os olhos para as coisas que não quer ver, mas não pode fechar o coração para as coisas que não quer sentir.