Como resistir?

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O percurso foi mais rápido do que eu esperava. Eu me perdi em pensamentos observando o caminho pela janela e, quando notei o carro parando, recuperei minha concentração. Olhei as casas em volta e não reconheci meu bairro. Eu sabia que ter chegado tão rápido estava estranho. Quando observei a casa em frente a qual Neymar estacionava, eu surtei. Babaca, mentiroso... 

Ele desligou o carro e tirou seu cinto de segurança. Me olhou com uma falsa inocência no rosto, o que fez com que eu cerrasse meus olhos com raiva para ele. 

- Que eu saiba essa não é a minha casa, e sim a sua. 

- Minha casa é muito mais perto que a sua e eu estava cansado. Qual é, Bru, você está mais acostumada a dormir aqui do que na sua própria casa. Relaxa e vem. 

- Eu não vou a lugar nenhum. Quer dizer, vou sim. Pra minha casa! E você vai me levar, como prometeu. 

- Desculpa te informar, mas...Não vou não. - Piscando o olho e sorrindo o mais sexy possível pra mim, aquele idiota abriu a porta do carro, seguindo para a porta de sua casa. Eu me mantive imóvel, furiosa. - Você pretende dormir no carro? 

- Você pretende continuar sendo um babaca? 

- Se isso significar que você está perguntando se não vou voltar pra esse carro, a resposta é sim. 

- Eu te odeio. - Gritei para ele ao bater a porta de seu carro com força. 

- Também te amo, amor. - Ele sussurrou em meu ouvido assim que eu passei pelo batente da porta aberta da casa, onde ele me esperava passar, encostado. Entrei furiosa com ele e com o arrepio que insistia em correr pelo meu corpo pela sua atitude. Parei no meio da sala, jogando minha bolsa em cima de seu sofá. 

- Para de me chamar assim. 

- Eu te chamo do jeito que eu quiser. Você é minha. - Ri friamente sem acreditar sem suas palavras. 

- Eu já falei que não sou nada sua. 

- Você é minha namorada. 

- Ex-namorada. E, de qualquer forma, você não pareceu se lembrar de nada disso hoje enquanto aquela puta estava no seu colo chupando seu pescoço! 

- Não se faz de idiota, Bru. Você sabe muito bem que eu só queria te irritar. Eu adoro ver esse biquinho que você faz quando está nervosa. Me dá vontade de te morder. - Eu estremeci. – E, além do mais, deu pra perceber hoje que eu estou atrasado no ramo da provocação. Realmente, se esfregar no meu melhor amigo é muito mais eficaz pra causar ciúme. 

- Saiba que seu melhor amigo é um baita de um frouxo! 

- Vou me lembrar de agradecer a Deus por isso. - Ele sorriu daquele jeito lindo e encantador que me atingia como uma bomba por dentro. Eu não consegui resistir e deixar de responder a ele. Era como um ímã. Aquele clima gostoso que eu tanto amava no nosso relacionamento parecia voltar a rondar sobre nós. O que me deixava confusa. 

- Por que não pode ser sempre assim... - Eu deixei que minha voz triste declarasse meu pensamento. 

- Preta, todo casal briga. O problema é que você não pode ser tão radical assim. Se toda vez que nós brigarmos você resolver terminar tudo, sem ao menos nos dar uma chance de conversar, nós nunca vamos conseguir manter uma relação. 

- É, eu sei que fui um pouco orgulhosa... - Eu abaixei minha cabeça, envergonhada. Ele se aproximou de mim, segurando em meu queixo para fazer com que eu o olhasse nos olhos novamente. 

- Mas como você pode ver, foi somente você que terminou comigo. Eu não terminei com você e não pretendo terminar nunca. Eu fiquei triste depois de ter sido ignorado por uma semana, mas não desisti de você. Eu apenas não sabia mais como fazer você voltar pra mim. - Ele levantou sua mão até a altura de meu rosto, fazendo com que eu notasse que ele ainda usava nossa aliança. 

- Você não tirou... - Eu sussurrei com os olhos brilhando. 

- Eu sou de uma, e somente uma, orgulhosinha gostosa e marrenta nesse mundo. 

- Ai, eu te amo! - Pulei nos braços de Neymar, abraçando-o fortemente pelo pescoço e deixando que as lágrimas de felicidade em meus olhos caíssem. Ele se soltou de meu abraço e colocou suas mãos em meu rosto, me puxando para um daqueles beijos que me deixavam suspirando. Nossas línguas se acariciavam, os dias separados não mudavam em nada o fato de uma conhecer perfeitamente onde acariciar a outra. Nosso beijo era necessitado, porém, calmo. Neymar continuava a segurar meu rosto com uma das mãos e resolveu apoiar a outra em minhas costas. Ele soltou um gemido, pois pareceu se lembrar do decote que deixava-a toda exposta. Sua mão quente em contato com minha pele fria também fez com que eu me arrepiasse e me aconchegasse mais contra ele. Ele se separou de mim ofegante, para minha tristeza, e, antes que eu pudesse reclamar, sua mão limpou o resto de minhas lágrimas abaixo de meus olhos e ele levou sua boca em direção ao meu ouvido, para sussurrar com a voz rouca: 

Capítulo Único - Skin! WebBrumarOnde histórias criam vida. Descubra agora