O par e a festa

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Ouço o despertador tocar e a Cat a refilar. São 7h00, horas de me levantar para ir para as aulas. Continuo sem ideia de quem convidar para a festa e tenho de ser rápida. Levanto-me, pego na minha roupa e nos meus produtos de higiene e vou para os balneários. Depois do meu duche tomado e de  me arranjar volto ao quarto. Vejo que a Cat ainda não se levantou.

- Catarina levanta-te! Faltam 15 minutos para as aulas e eu ainda quero ir comer! - grito-lhe enquanto a destapo.

- O quê?! Já são 7h45?! - sobressalta-se.

- Sim. Despacha-te.

Enquanto espero por ela arrumo as minhas coisas para as aulas e continuo a pensar em quem vou convidar para a festa. De repente surge-me uma ideia, há  alguém que ficou de  me dar umas explicações e talvez essa fosse a minha oportunidade, o Miguel. O problema é que depois daquela breve conversa eu nunca mais o vi e não sei como o encontrar. Sei que me faz lembrar o Carlos por isso deve ter a mesma idade, o que faz dele um aluno de 4º ano na academia. Posso começar por aí. A Cat despacha-se, descemos para o bar onde a Maria já nos esperava. Eu conto-lhes o meu plano, que elas aprovam e decidem ajudar.

A manhã de aulas passa-se relativamente rápido. O meu vôo está cada vez melhor, bem como a minha capacidade de bloquear pensamentos mas as aulas de história continuam a ser entendiantes. À tarde temos treino físico, mas entretanto temos 3 horas de descanso entre as 13h e as 16h. Decido aproveitar esse tempo para procurar o Miguel. Eu, a Cat e a Maria descobrimos que há vários rapazes de nome Miguel no 4º ano mas apenas quatro  com a mesma descrição. Não tivemos qualquer sorte com os primeiros três e o quarto ninguém parecia saber onde estava. Sentamo-nos então no jardim a descansar de volta à estaca zero.

Vejo-o então aparecer ao longe a andar na nossa direção com o seu sorriso matreiro nos lábios. Tento controlar-me para não pensar no Carlos. O Miguel chega ao pé de nós e diz:

- Ouvi dizer que procuravam por mim. Posso saber a razão? - sempre com o seu sorriso.

As raparigas estão de boca aberta a olhar para ele. Sei perfeitamente o que estão a pensar mas podemos discutir isso depois. Decido então ser curta e direta.

- Ficaste de me dar "as respostas que eu procuro" - e dou ênfase à frase que foi dita por ele no dia em que o vi.

- Sim, mas só tas posso dar quando for a altura certa. - responde sem perder o seu sorriso.

- Só podes estar a gozar com a minha cara! - começo a irritar-me mas olho para elas e vejo nos seus olhos que me estão a tentar relembrar que preciso de ganhar a confiança do Miguel, por isso continuo - Muito bem, entretanto não vejo porque não havemos de ser amigos. Queres ir à  festa de  sexta comigo?

Ele fica espantado a olhar pára mim, depois sorri, olha-me de cima a baixo e responde:

- Parece-me boa idea.

- Fica combinado então - sorrio, apesar de não ter gostado daquela avaliação dele ao meu corpo.

- No bar às 21h? - pergunta-me.

- Parece-me bem. - respondo-lhe ainda a sorrir.

Ele vira costas e vai-se embora. Eu tiro o meu sorriso forçado e olho para as minhas amigas.

- Ele é a cara chapada do Carlos! - a Cat é a primeira a falar.

Já  sabia  que era isso que elas estavam a pensar.

- Tirando as sardas e a pele clara do Miguel que não têm nada a ver com a pele morena do Carlos, de  resto são tão  iguais que podiam ser irmãos. - diz a Maria.

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