Décimo Oitavo Encontro

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Voltar para casa foi uma experiência extraordinária para Harry. Ele encontrou o mesmo lugar com uma aura diferente. Havia um bilhete em formato de coração que dizia "quão verdadeiro é meu amor você irá saber, basta seguir as pétalas diante de você", então ele largou as malas na sala, caminhou como uma criança que vai até a árvore de natal pela trilha de pétalas que havia na casa e chegou na cozinha.

Louis estava lá, tentando decidir como os talheres poderiam ficar mais bonitos na mesa, quando Harry entrou esbanjando um sorriso.

"Meu amor?" o brilho estrelado no olhar de Louis retornava conforme ele olhava para Harry.

"Onde está sua câmera?" Harry olhou em volta. "É estranho você estar sem ela".

"Sem câmeras dessa vez", disse Louis. "Apenas você e eu".

Permaneceram se olhando por uns segundos até Louis puxar a cadeira e oferecer para Harry sentar. Não se abraçaram, nem se beijaram - ainda não -, pois esse era um novo início. Louis começou a servir a comida enquanto Harry sorria ao ver que o local estava sendo iluminado somente pelas velas na mesa e em outras partes da cozinha.

"Deixa eu adivinhar", Harry observou enquanto Louis o servia. "Frango recheado com queijo muçarela..."

"...enrolado no presunto", começaram a falar juntos, "acompanhado de purê caseiro", Louis colocou uma porção de purê para terminar de servir.

"Clássico!" sorriu Louis. Então, ele serviu a si mesmo e ambos começaram a comer. "Hum, como está indo seu novo livro?"

"Está indo bem", Harry assentiu, "não como eu gostaria, mas... eu acho que preciso de um pouco de inspiração", ele limpou o canto da boca ao terminar de falar.

"Sobre o que é a estória?"

"É sobre..." Harry terminou de engolir e começou a falar. "É sobre dois jovens que costumavam ser melhores amigos na infância e agora eles são completo estranhos no ensino médio", Louis engoliu o pedaço que estava mastigando para disfarçar seu desconforto. "Agora, eles precisam um do outro para cruzar o país e acabam redescobrindo a amizade que eles perderam. E até um pouco mais", Harry sorriu envergonhado. "Estou com sede".

"Oh, claro!" Louis prontamente se levantou, "eu comprei isso pra gente", e retornou com uma garrafa de vinho branco.

"Tá brincando comigo?" Harry estava surpreso.

"Apenas tentando te impressionar", disse Louis com um sorriso sedutor enquanto servia uma taça a seu amado e a si mesmo. Assim, eles brindaram. "Eu espero que você consiga inspiração novamente", Louis falava sobre o livro, mas estava se referindo a eles dois.

"Eu vou", Harry deu esperanças a Louis, que era tudo o que ele queria nesse momento.

"Falta mais uma coisa. Você chegou antes do que eu tinha imaginado", Louis sorriu como um bobo e deixou sua taça na mesa.

"O quê?" Harry perguntou curioso enquanto erguia outro pedaço no garfo. Louis apenas mostrou o dedo na vertical e ajeitou o sistema de som que estava próximo a porta. Harry cerrou o cenho, pois isso não costumava ficar ali. Louis o ligou e, imediatamente, Knocking On Heaven's Door começou a tocar, trazendo lembranças a ambos imediatamente. Foi a primeira música que escutaram juntos. Harry não pôde conter o largo sorriso. "É a mesma versão?"

"Yep", Louis, que já havia terminado de comer, puxou sua cadeira para mais próximo de Harry e tomou os talheres de suas mãos, "é daquele CD que você me deu, lembra?", ele falava enquanto cortava um pedaço, "eu extraí e fiz uma nova compilação", então ele levou o pedaço até a boca de Harry, que estava todo sem graça.

Harry mastigou enquanto Louis pegava o último pedaço. Antes que aceitasse comer, ele perguntou a Louis:

"Você está de volta, não está?"

Louis o olhava com os olhinhos apaixonados e o sorriso bobo que Harry decorou e que pareciam ter sumido ao longo dos anos; mas não, ainda estavam ali!

"Eu pensei que eu que devia te fazer essa pergunta, já que você está de volta em casa", Louis brincou e ambos começaram a rir, "é tão bom te ter junto a mim". Louis abaixou o pedaço no prato e segurou a mão de Harry. "Amor, me desculpa", ele disse olhando fundo em seus olhos, "eu troquei os pés pelas mãos; eu esqueci o que era importante de verdade. Mas agora que eu me lembro, eu não vou mais esquecer. Nós éramos apenas crianças querendo nossas próprias crianças. Hora de ser um adulto agora", ele apertou a mão de Harry, que concordou com o movimento da cabeça. Então, Louis pegou o último pedaço e o levou até a boca de seu amado.

Sim, o antigo Louis estava de volta. Esse era o mesmo menino gracioso, brincalhão, romântico e carinhoso por quem Harry se apaixonou. Ele não estava fingindo, ele estava sendo ele mesmo. Harry sabe disso, porque as coisas não estavam acontecendo de forma premeditada. E, se tem uma coisa que ele adora em sua relação com Louis, essa coisa é a maneira como tudo flui naturalmente.

Ao finalizar, Louis limpou a boca de seu marido com um lenço e Harry tomou mais um gole de vinho. Logo There's a Light That Never Goes Out começou a tocar e Harry não conseguiu conter a expressão de empolgação que surgiu em seu rosto.

"Nossa música", ele sorriu brandamente.

"Não fique só sentado aí sendo bonito", Louis levantou e pegou a mão de Harry, "vamos dançar!"

Eles se colocaram no espaço diante do som e começaram a dançar juntos. Louis cantou junto com a música e, no ato do refrão, ambos começaram a cantar em unissom enquanto rodopiavam, valsavam e se admiravam como se fosse a primeira vez.

"Você é tão bonito", disse Louis enquanto acariciava o rosto de Harry. "Oh, sabe o que deveríamos fazer?" ficou agitado de repente.

"O quê?" Harry já estava empolgado somente ao ver a expressão alegre do marido.

"Ainda temos umas economias sobrando... talvez a gente devesse usá-la pra viajar; termos a lua de mel que nunca tivemos; recuperar sua inspiração para o livro..."

"Hum..." Harry sorriu e deitou a cabeça no ombro de Louis, o que era engraçado, considerando que ele é o mais alto dos dois, e se embalou nos braços do amado enquanto seguia o ritmo da canção. "Eu quero estar com você em qualquer lugar", ele sussurrou e Louis sorriu. Alguns segundos se passaram enquanto eles dançavam lentamente até o coração de ambos mandar eles se olharem.

"Eu nunca vou deixar de te amar", Louis sussurrou contra os lábios de Harry assim que a música chegou no trecho final, em que o título era repetido inúmeras vezes. Uma onda de calor, proteção e cuidado inundou Harry, fazendo-o se derreter nos braços do amado e beija-lo intensamente. Agora sim, estava em casa novamente.

Letters to Lou (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora