Sexto Encontro

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O sol mal havia começado a raiar quando Harry despertou. Seus olhos verdes se arregalaram em um tom brilhante e seu corpo foi contagiado por uma certa dose de adrenalina que fez com que ele se levantasse tão rápido como nunca havia feito em toda sua vida. O sangue pulsava em suas veias, o ar corria em seus pulmões, porque ele estava eletricamente animado com o dia de hoje, embora ainda devesse esperar horas para aquilo.

Para o grande o encontro com seu amado.

Mas ele aguardou. Ele aguardou pacientemente e contou os minutos até se por diante de suas melhores roupas e tentar escolher a melhor combinação para tal ocasião. Não queria estar elegante demais, mas também não queria deixar de impressionar. Sua maior preocupação, no entanto... era seu cabelo, que parecia ter vida própria e nunca concordava com o gosto do rapaz.

Harry se perguntou se deveria usar alguma de suas bandanas ou usaria o clima frio como desculpa para sair com uma beanie na cabeça. Já estava começando a se irritar de tanto passar o pente, o creme e os dedos pelo cabelo e, mesmo assim, não conseguir modela-lo de um jeito que lhe agrade (e de um jeito que possa agradar a Louis).

"Droga de cabelo... justo hoje!" amaldiçoou ele. Pensou no outro menino nesse momento e imaginou que ele não deveria ter nenhum problema ao se aprontar, pois é perfeito o tempo todo. Deve apenas pegar uma roupa qualquer no guarda roupa — pois qualquer coisa fica bem em si — e passar a mão pelos cabelos uma vez para ficar extremamente charmoso. No entanto, não era bem assim...

Na casa em frente a moradia de Harry, Louis se olhava dez vezes no espelho de todos os ângulos possíveis para ver se sua roupa lhe deixava, no mínimo, apresentável. Se achasse que não, ele trocava alguma peça e, então, se olhava no espelho dez vezes mais. Seu cabelo teve que passar por um tratamento especial: ele pegou o secador da mãe sem que a mesma soubesse e deixou a música do rádio tocar em um alto volume no seu quarto para abafar o som.

E assim, os dois se olharam no espelho, não exatamente satisfeitos, mas com o melhor que poderiam oferecer: ambos de Jeans, Harry optou pela sua camisa favorita — da banda Rolling Stones — e Louis decidiu usar uma camisa de manga cumprida. É engraçado ver o quanto eles se sentem inseguros consigo mesmos, pois ao estarem de frente um para o outro, a única coisa que eles conseguiam pensar era "uau... ele está lindo!"

"Então, pra onde você vai me levar?" Harry perguntou a Louis assim que começaram a caminhar pela rua lado a lado.

"É meio difícil de dizer, já que sou eu o estrangeiro, sabe?" Louis sorriu desajeitadamente e olhou para Harry. Ele queria dizer que, como é novo nessa cidade, não conhece muito bem os lugares. "Mas, quando eu era criança, eu adorava ir a parques de diversão... tem algum por aqui?"

"Olha..." Harry se colocou pensativo e começou a sorrir gradativamente. "Você já foi a offshore?"

"Não. O que é isso?"

"É o píer da praia. Você está com sorte. Nessa época, eles montam um parque de diversão lá".

"Tá de brincadeira?" Louis sorriu largamente.

"Sério", Harry riu.

"Você tem que me levar lá!"

E assim eles foram até a praia, ambos meio desajeitados do lado um do outro, sem saber ao certo como reagir em determinados momentos. Sentiam vontade de tocar um ao outro e de andarem de mãos dadas, mas ainda não sabiam exatamente como fazer isso.

"Uau!" Louis exclamou na entrada do píer ao ver o parque de diversão. Era, basicamente, um complexo de praças e passadiços que se erguiam sobre a água. Não havia brinquedos muito pesados, como montanha russa ou roda gigante, mas definitivamente havia algumas opções interessantes, ainda que simplórias.

Letters to Lou (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora