Despedida

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Esse ano, Louis e Jay tiveram companhia distintas no Natal. O pai de Lou não estava presente, mas ele não se sentia mal por isso, mesmo que também fosse seu aniversário. Não, ele se sentia contente, alegre, feliz, completo por ter o amor de sua vida consigo e uma sogra que tanto ama.

Reuniram-se para comerem os doces e salgados que foram preparados e trocaram presentes. Fizeram cantigas próximo ao piano e brincadeiras próximo a lareira. Rolou até uma pequena competição que Anne perdeu, pois Harry deixou Louis trapacear.

Ao final do dia, o casal foi deixado sozinho para que pudessem ficar mais a vontade. Em alguns dias, Louis subiria no carro e seria levado por Jay até a universidade. As malas já estavam sendo preparadas. Por mais que uma certa tristeza os assolassem, eles não se deixavam abater.

"Isso é pra você", Harry entregou um grande embrulho a Louis.

"Pra mim?" Louis se fez de desentendido. "Obrigado, meu amor", e beijou seu namorado.

"Feliz Natal... e feliz aniversário".

Abriu o embrulho sem muita cerimônia e se deparou com uma almofada. Podia notar que era nova, pois nunca havia a visto no quarto de Harry, mas nem por isso ela tinha cheiro de produto novo. Quando Louis aproximou a almofada de si, ele sentiu o cheiro de seu amado e sorriu empolgado com isso.

"Eu tenho dormido com essa almofada desde que a comprei", disse Harry. "Eu sei que não estarei lá pra você me abraçar ao anoitecer, então..."

Harry foi calado pelos lábios de Louis, que lhe beijaram lentamente.

"Eu adoro o jeito como você sempre pensa em mim", confessou ao cacheado.

"Como poderia ser diferente? Tudo no que eu penso é você!" admitiu em um riso. Louis colocou a mão na nuca de Harry e encostou sua testa na dele.

"Quando eu voltar de lá, seremos mais forte do que nunca. Sabe por quê?"

"Por que?"

"Porque vamos provar um ao outro o quanto nosso amor é forte".

Harry assentiu e sorriu. Mais um selinho longo aconteceu e Jay começou a desligar e ligar a luz da sala, para avisa-los de que já estava ficando tarde. Eles pararam de se beijar e começaram a rir.

"Já entendi, mãe!" gritou Louis e a luz parou de piscar. "Te amo, tá bom?"

"Te amo demais!"

Dizer adeus sem saber por quanto tempo, o coração se aperta e a saudade toma espaço. Dizer adeus sem saber como não chorar, mesmo que as lágrimas contemplem um novo começar.

Por dentro eu era uma criança que não sabia nada do mundo, não sabia nada sobre o amor. Você me ensinou a viver e agora criou asas para voar. Senti o sol no meu rosto e amanheci em ti. Ouvi o som da tua risada e sem dizer nada me entreguei a ti. Abri um sorriso de orelha a orelha e agradeci, somente agradeci.

Agora eu sei quem eu sou e o que tenho. Agora sei que contigo tudo é possível e que não há desespero. Meu corpo aprendeu a gritar e meu coração aprendeu a cantar sem sofrer. Aprendi a me deixar levar, me deixar correr, cair, levantar e saltar de novo para poder tentar outra vez. E, quem sabe, até voar.

Dizer adeus... não! Dizer até logo! Que em breve nossos corações se encontrarão mais uma vez e, então, seremos apenas um de novo. Vamos nos afastar, mas nunca ficaremos longe, pois em qualquer lugar do mundo, estaremos debaixo do mesmo céu. Eu vivo em seu coração e seu lar bate dentro do meu peito.

Vou me recordar todas as coisas que aprendi com você e a maneira como você me transformou agora que vou ficar por conta própria. Vou me lembrar de todas as surpresas, todas as correspondências, todos os encontros e todas as promessas. E eu vou esperar por você.

E vou abrir meus braços de polo a polo quando eu ver você chegar.

Até logo,

Harry

Letters to Lou (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora