Capítulo 11

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Valentina on

Depois que Dominic foi embora, refleti sobre o que acabará de acontecer.

Ele havia recuado de mim.

Eu sinto que não posso desistir dele, ou de nós! Mas nem se que existia um nós para desistir. Eu não podia ignorar tudo o que já vivemos, ou o que poderíamos viver, tudo o que eu sinto quando eu o beijo, quando eu o toco, toda intensidade que eu sei que só ele conseguia me sentir daquele jeito, esse sempre foi o meu problema. Eu sempre senti demais.

Quando queremos muito alguém, acabamos nos enganando. Tentamos encaixar uma pessoa quem posições que nunca foram dela. Insistimos em um relacionamento que já começou destinado a não dar certo. Quando queremos muito alguém, nos comportamos feito criança. Mas uma hora percebemos que o amor não depende só de uma pessoa. O amor tem que ser fácil, natural, completo.  O amor que insiste não é amor, é ego. O amor que rebaixa não é amor, é dor. E então aprendemos que amor que não é amor, não encaixa, não dá certo. 

Meus pensamentos foram interrompidos pelas notificações vindas do meu celular. Assim que peguei o aparelho vi que todas vinham da mesma pessoa, Lucy. 

Mensagens:

Eii!

Valentinaaa!

Vem comigo hoje a noite invadir o colégio com terceirão?

Tá bom, passa aqui para me buscar.

Leva biquíni.

*

Eu não frequentava muitas piscinas, para falar a verdade eu não sou muito fã, mas mesmo assim peguei um biquíni preto junto com um short e uma camiseta branca. Não demorou muito para que eu ouvisse uma buzina, desci e avisei meus pais aonde ia, e como de costume eles não deram muita relevância.

assim que entrei no carro ela notou minha cara, mas deixou para comentar quando chegamos na piscina do colégio.

-O que aconteceu? - sentamos na borda

-Nada demais. - Dei um sorriso falso.

-Sério pode me contar. - Ela me olhou intensamente,

-Você já foi rejeitada? - Brinquei com meus dedos na água.

-Mais vezes que eu posso contar. - Seu sorriso era maroto, já o meu nem existia. - Quem foi o burro de te rejeitar?   

-Alguém bastante inteligente.

-Não fala assim. - Ela colocou sua mão na minha.

-Sabe no inicio eu senti raiva, fiquei me perguntado será que eu não sou o suficiente para alguém que me completa por inteiro, então eu senti medo que algo fosse mudar. - Respirei fundo. - Mas sei que nada vai acontecer e é isso que me mais me machuca, eu vou continuar reprimindo algo que sei vai me sufocar eu sei bem lá no fundo vai acabar tanto comigo quanto com ele. 

- Você é bem contraditória. - Ela riu enquanto tirava a camiseta.

-Eu sei. 

-Continua. -  Ela já tinha tirado a roupa, ficando apenas de biquíni.

-Sério, tem tanta gente aqui curtindo e você quer ficar aqui ouvindo os meus problemas? - Lucy entrou na piscina.

- Eu sei que posso te ajudar. - Soltei uma gargalhada. - E agora como se sente?

-Não sei, como se algo tivesse ido embora e com toda certeza não vai voltar, um vazio. - Ela me puxou, e eu acidentalmente entrei na piscina. - É complicado, eu me acostumei a dormir pensando nele.. a sair na rua e só para ver ele, a imaginar uma vida com ele, acostumei a lembrar dos nossos momentos, amar a risada dele e do seu jeito meigo de me conquistar e me acostumei até mesmo com as broncas dele. - Sorri, mas não de felicidade. - Mas nunca vou me acostumar a ficar sem ele,  ficar sem ele do jeito que eu desejo. 

-Quando um cara quer ficar com uma garota, ele fica com ela sem mentiras, desculpas ou complicações. - Ela se aproximou de mim. - Coloque-se em primeiro lugar, você não precisa de alguém que não sabe o que quer, não precisa de alguém que não vê o seu valor. - Seu olhar era poderoso demais para eu se quer cogitar a ideia de desviar o olhar. - Pare de quebrar seu próprio coração por alguém que provavelmente não será tão bom quanto você imagina e dê a você uma oportunidade de ser feliz e de descobrir coisas novas, sentir coisas novas.

Ela colocou uma mão na minha cintura e outra no meu pescoço, eu estava hipnotizada pela dama ruiva demais para fazer qualquer coisa, seus lábios frios deslizaram sobre os meus ela fazia movimentos suaves com a língua, fechei meus olhos e me deixei levar pelo momento.  

Mas eu cai na realidade quando nos desconectamos. 

-Eu não posso fazer isso de novo. - Respirei fundo.

-Não estou pendido nada. - Ela me encarou. - Apenas relaxa. - Então ela me proporcionou um replay, como se estivesse perguntado quer mesmo que eu pare com isso? Eu já não estava mais tão convicta da minha decisão de para com isso.

Dizem que levamos 7 minuto para dormir, e nos primeiros seis e cinquenta e nove minutos, nossa cabeça automaticamente reproduz cada um dos momentos vividos ao longo do dia. E no último segundo, aparece a pessoa que nos tenha feito mais feliz naquele dia. Finalmente, o cérebro processa a imagem dessa pessoa e transmite em forma de filme, um filme chamado "sonho".

E foi com Lucy que eu sonhei a noite toda.

belasincera

O Amor Em Todas As CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora