Mentirinha do bem

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O meu coração começou a bater forte quando vi que Hoseok me notara. Mal cheguei até eles e ele já abriu um sorriso estranho, um sorriso de quem sabia que tinha aprontado e não estava nem aí. Odiei-o um pouquinho mais por isso.

Mas eu continuava de sorriso estampado no rosto. O meu sorriso deveria ser o mais lindo de todos. Não era um sorriso aberto, mas ainda assim, confortável.

Aproximei dos caras passando a mão no meu cabelo; joguei as mechas que estavam sobre o ombro para trás e puxei-o para frente outra vez, colocando tudo de lado e expondo o meu pescoço. Por mais que o meu coração acelerado estivesse fazendo as minhas pernas e mãos começarem a tremer, tentei focar ao máximo na falsidade e preparar silenciosamente a voz falsa que eu usaria para dialogar com ele. Não poderia deixar a voz falhar, Hoseok é inteligente e poderia descobrir tudo.

— Olha quem está aqui. — Ele disse, logo quando cheguei bem perto.

Eu suspirei como resposta e olhei para os outros três como numa forma de cumprimento.

— O que faz aqui? — Suga foi logo perguntando.

— Eu só vim falar com o Hoseok. — Olhei para Hoseok e deixei o sorriso se desfazer — Posso falar com você, Hoseok?

— Ei. — Um cara me cutucou no braço, inclinando um pouco o corpo para poder me alcançar sem sair do lugar. Olhei para ele e abri novamente o sorriso. Aquele garoto parecia querer me comer com os olhos — Você é a Christine?... é você, não é?

— Sou eu.

Ele não disse mais nada. E o engraçado foi que, apesar dele não ter dito nada, a frustação me atingiu em cheio: o cara virou-se para o outro e os dois trocaram um olhar cúmplice, meio que "É essa ai, a da bunda gostosa.". Tentei o meu máximo para não pular para cima de Hoseok, era tudo culpa dele.

— Falar comigo? — E falando no diabo... — Estou surpreso com isso. — Voltei a olhar para Hoseok e ele agora estava sério — E o papo de me odiar, já acabou? "Eu te odeio, Hoseok! Eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio! "

Suga soltou uma risadinha.

— Dá pra eu falar com você? — Tentei não me abalar com aquilo. Hoseok cruzou os braços e me encarou, tentando desvendar qualquer coisa em meu olhar — Por favor. Não tomarei muito o seu tempo.

— Pode falar. — Ele disse após alguns segundos. Olhei para os outros e depois voltei-me a ele — Quer que eles saiam?

— É uma conversa particular.

Hoseok olhou para Suga e os outros dois caras, que até então, não paravam de olhar sugestivos para mim.

— Vocês ouviram, né, rapaziada? É uma conversa particular.

— Qual é, Christine. — Suga me segurou fraco pelo braço. Ele não estava com uma cara muito boa para o meu lado — Vai ficar com ele de novo? E eu? Quando é que você vai me dar uma chance?

A minha testa franziu em confusão. Qual era a do Suga, afinal? Ele realmente achava que um dia ou outro eu iria simplesmente ficar com ele? Muita cara de pau. Soltei o meu braço com a maior gentileza que eu pude colocar na ação e permiti-me esboçar um sorriso cínico.

— Você não me entendeu anteontem? — Perguntei — Apenas nos seus sonhos. Nos seus sonhos eu fico com você.

Os meninos soltaram uma exclamação, seguidas de risadas e mais risadas. Hoseok não achou muita graça.

— Se acha muito boa pra ficar comigo, não é? — Suga mordeu os lábios, prendendo um sorriso gozador e depois se virou para os meninos, me apontando brevemente com o polegar — É uma filha da mãe mesmo.

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