DRY STYLE

Christine do Texas

Abri um pouco a boca em surpresa. Não que já não tivesse imaginado.

— Você está se ouvindo, Hoseok?

Aquela pergunta veio do nada, com minhas ações transbordando em incredulidade. Céus, ele estava falando sério e aquilo era simplesmente inacreditável.

Quis que Hoseok entendesse, pelo meu olhar, o quanto ele estava se tornando maluco.

— Eu não acredito que você está falando sério, não acredito no que está dizendo pra mim. — Continuei a falar, com ele ainda me olhando em silêncio — Você tem ideia do que está dizendo, Hoseok? Do que está propondo? Isso é errado, você não pode me obrigar a terminar tudo com o Jimin só porque quer assim! Você não pode!

— Não posso? — Ele perguntou. Depois disso, desesperei-me ao vê-lo dar as costas — Então me observe.

— Não, espera. — Segurei seu braço.

Ele parou na mesma hora e voltou a olhar para mim. Eu engoli em seco e quis soltá-lo, mas ele levou a mão até a minha e me manteve ali.

Tentei não levar aquela ação tão a fundo quanto a mesma parecia. Hoseok me olhou em expectativa, e eu não sabia bem o que ele esperava que eu dissesse, mas eu só queria mandar a real. Não era para prolongar aquele assunto, então tentei regular meu nervosismo e me controlar.

— Eu vou continuar com o Jimin. — Disse a ele. Senti a sua mão me soltar e continuei afastando-me a alguns centímetros — Quer você querendo ou não, então aceite isso... não temos nada. A gente nunca teve nada, e, mesmo que tivesse, não deixaria você querer mandar e desmandar em minha vida.

— Nós nunca tivemos nada? — O olhar furioso que ele me jogou me deu medo. Hoseok praticamente cuspiu a pergunta. Antes de continuar, depois de receber como resposta o meu silêncio, ele se aproximou outra vez — Você se parece comigo, Christine... está conseguindo mentir agora. Se eu já não soubesse, acreditaria em tudo o que fala.

Olhei para um dos lados, não conseguindo suportar aquele olhar dele. Eu estava frustrada e o meu peito enchia-se de raiva, como ele podia me comparar daquele jeito?

Embora a cena não justificasse em nada, eu sorri pequeno. Voltei a olhar para Hoseok, perdendo um pouco a pose por estar tão perto, mas ainda assim tentando manter-me invicta ao seu olhar penetrante.

— Meu Deus, eu não acredito que vou dizer isso, mas eu sinto falta de como você era. — Falei; as palavras fluindo de uma maneira espantosa — Você não era assim... O que aconteceu com você, Hoseok? Ficou maluco, obcecado, olha o que está fazendo, olha o que está dizendo. Você até foi a minha casa, vai até onde eu trabalho, isso não é normal... está se rebaixando a um nível espantoso, ... e o Hoseok que eu conhecia nunca faria isso.

Um sorriso repentino brotou dos lábios de Hoseok também. Depois ele começou a rir desenfreado, enquanto eu o observava em silêncio. As pessoas continuavam a passar e olhar para o nosso lado, e eu me senti instantaneamente humilhada.

Depois dele se acalmar, — Estava rindo mesmo — voltou-se para mim com o sorriso no rosto.

— "O Hoseok que eu conhecia"? Que conhecia? Você me conhecia? — Perguntou, apontando para si mesmo em um ato incrédulo — Desde quando acha que me conhece, Christine?

Então era por aquilo a razão de tamanha graça. Ele achava que o que eu havia dito era ridículo. Mas Hoseok havia me entendido, eu tinha certeza, portanto não perderia meu tempo tentando explicá-lo o quanto havia se tornado louco.

— E você, me conhece? — Retruquei — Você diz que me ama, mas tudo o que eu vejo é um cara obcecado que não suporta a ideia de perder, ainda mais para o próprio amigo. Que só continua com essa história absurda porque eu insisto em não ligar para o que você faz ou diz pra mim... — Mordi os lábios, tentando controlar minha voz também — O que você está fazendo comigo não tem relação com gostar de mim ou seja lá o que for, eu só não passo de uma droga de estímulo para uma nova aventura sua, é isso que eu significo... você também não me conhece e por isso não tem o direito de sair mandando e desmandando em mim.