Pansexual ☪ jikook

Capítulo 13/ jimin

Entre uma estrela e um luar, um soluço doloroso espalhou-se pelo lugar, uma lágrima que poderia ser facilmente confundida com uma água cristalina a qual tinham visto em uma cachoeira pela tarde. Era doloroso. Era doloroso está tão confuso sobre si mesmo a ponto de chorar, doía saber que a sensação iria passar mas ainda assim iria te sufocar e te deixar confuso. Então o abracei, fortemente mas ao mesmo tempo sem colocar tanta força, encostei sua cabeça em meu ombro enquanto o tinha no meu colo que nem um bebê.

─ Isso vai passar... ─ Soltei um sussurro, ainda vendo suas lágrimas rolarem pelo seu rosto sensível.

Limpei-as com meu polegar, apertando seu corpo contra o meu. Aquilo chegava a ser desesperador, tentava a todo custo manter a calma para poder tranquiliza-lo. Estávamos na barraca, todos já tinham ido dormir, sobrando apenas eu e Jungkook acordados. Começamos a ter uma de nossas conversas e quando vi, ele estava aos prantos dizendo que odiava estar tão confuso, eu sequer tive tempo de ter alguma reação certa para aquilo, simplesmente o puxei para meus braços.

Notando o frio que estava fazendo, peguei um cobertor, colocando-o sobre Jeon e notando que o mesmo estava mais calmo, pelo menos parecia que estava.

─ Preste atenção... ─ Falei em um tom baixo e calmo, chamando sua atenção.

Suas bochechas estavam vermelhas, seus olhos inchados por conta do choro. Ainda podia-se ver uma tristeza em seu olhar, uma incerteza que claramente estava torturando-o.

─ Não apresse as coisas. ─ Comecei a falar, encarando-o. ─ Eu sei que é confuso, mas você não é obrigado a sair daqui com a certeza de sua orientação. Você não pode querer apressar algo que ainda está aprendendo a lidar.

Suspirei.

Ele ficou calado por um tempo, poderia estar refletindo sobre o que eu disse, pensando nas coisas de um jeito melhor. Voltou a me abraçar, sem dizer nenhuma palavra ou até mesmo lágrima no rosto. Retribui o gesto, repetindo diversas vezes para que não se machucasse com aquilo.

─ Obrigado por tudo! ─ Sussurou, dando um beijo em minha bochecha.

Corei com o gesto, guardando para mim mesmo que os beijos na bochecha que Jungkook dava eram os melhores. O garoto saiu no meu colo, deitando em seu lugar e eu fiz o mesmo. Estava muito tarde, provavelmente iríamos demorar para acordar.

Observei Jungkook aproximar-se de mim, falando que iria dormir totalmente perto de mim. Ri baixo com sua fala, aceitando-o de bom agrado.

─ Sabe, Jimin... ─ Começou a falar, se aconchegando em meu corpo. ─ Naquela hora, eu realmente fiquei sem saber o que fazer.

─ Nessas situações você precisa de calma. ─ Observei seu rosto, colocando minha mão nele e o acariciando.

Seu olhar foi para o meu, e mesmo tendo suas bochechas coradas com esse ato, continuou olhando-me nos olhos.

─ Eu meio que esqueci o que é isso naquele momento. ─ Suspirou, atordoado.

Sabia que Jeon não tinha nenhuma culpa sobre aquilo, mesmo aconselhando-o a manter a calma, tinha noção que ele esqueceria seu significado por algum tempo.

─ Não coloque pressa em seus sentimentos, Jungkook. ─ Aproximei meu rosto do dele, que acabou por colocar sua mão em cima da minha.

O silêncio instalou-se, mas era algo totalmente confortável então tentei não estragar o momento. Ainda estava com o olhar preso no de Jungkook, às vezes atrevia-me a encarar sua boca, porém aquilo só me fazia imaginar coisas.

Fazia um determinado tempo o qual meu coração acelerava toda vez que o via, meus sentimentos gritavam dentro de mim toda vez que escutava sua voz ou estava próximo demais. Não demorei muito para descobrir do que isso se tratava, aliás para ficar daquele jeito só teria um motivo.

Agora ele estava aqui, com o rosto tão próximo. Sua respiração quente misturava-se com a minha enquanto ainda tinha minha mão em seu rosto, acariciando-o. Em um momento, senti o nervosismo atacar-me por dentro, fazendo meu estômago revirar de tanta ansiedade que estava contida em mim.

─ Você acha que irei conseguir? ─ Perguntou, e eu pude notar o medo em sua voz.

Sorri em uma tentativa de passar mais segurança.

─ Claro que vai.

Seu olhar se desviou por alguns segundos, voltando a me encarar e sorrir. Fofo.

─ Você sempre me ajuda nesses momentos. ─ Apertou de leve minha bochecha.

─ Não faço mais do que minha obrigação.

Jungkook sorriu mais largamente, porém notei que ele parecia estar meio inquieto.

─ De alguma forma, quero agradecer.

Fiquei calado, esperando que o mesmo prosseguisse. Respirou fundo, tentando controlar seu nervosismo.

─ O-obrigado! ─ Estava nervoso e eu queria saber o porquê.

Em um ato rápido, enterrou seu rosto em meu pescoço, fazendo-me sorrir internamente. Peguei outro cobertor, e colocando sobre nós dois, abracei-o em seguida fechando os olhos para dormir. Senti Jeon se remexer entre meus braços, como se não tivesse conseguindo descansar.

─ Jimin? ─ Chamou-me. ─ Posso te agradecer de verdade agora?

Não entendi muito bem o que aquilo significava, mas apenas confirmei.

Ainda com os olhos fechados, senti quando suas mãos trêmulas foram até meu rosto, segurando-o. Nada ocorrerá por alguns segundos, fiquei perguntando-me se por acaso ele ficará congelado.

Logo uma maciez invadiu meus lábios, em um selar simples, carinhoso e quente. Quando desejava por Jungkook nunca passará em minha mente o quão bom seus lábios eram, o fato de os provar fez fogos de artifícios explodirem em meu peito.

Sentia-me nervoso, tanto quanto ele, mas não me aguentei em questão de segura-lo pela cintura e de fato beijá-lo. Seu coração estava acelerado assim como o meu, talvez o sentimento percorresse por ambos corpos.

Depois daquilo veio uma timidez enorme, mas continham pequenos sorrisos em nossos rostos. Uma energia que fazia questão de trazer cada sensação, cada sentimento, cada detalhe perfeitamente escrito. Queria mais daquilo, então puxei-o para outro beijo.

Seus lábios eram gostosos, traziam-me uma sensação tão maravilhosa que eu poderia passar a noite beijando-os. Meu corpo ficava arrepiado toda vez que Jeon levava as mãos até minha nuca, demonstrando que estava totalmente entregue.

No final de tudo não foi apenas uma noite, da mesma maneira que aquilo não foi apenas um beijo.