Pansexual ☪ jikook

Capítulo 1/ jimin

Boa leitura

"Isso não existe."

Era isso que escutava vinte quatro horas, sempre vinham pessoas ignorantes e infelizes tentando me deixar para baixo, mas faz um bom tempo que parei de me importar.

Não vale a pena se manter preso por medo de críticas, aliás, elas vêm antes mesmo de se assumir.

Sinto-me leve ao saber que as pessoas tem consciência de como sou verdadeiramente, mesmo tendo que aguentar perguntas vindo de seres que passam o mesmo que eu.

Nem todos são obrigados a saber, mas às vezes dói, saber que não tem a visibilidade que merece, dói.

Perceber-se, que muitos não estão acostumados com novas orientações, novos gêneros, aparecendo e fazendo pessoas se identificarem. Talvez por medo de acabar se enquadrando em um deles, de ser ignorado pela família e amigos.

Novos tempos; Novas descobertas; Novas flores.

Todos irão descobrir seu verdadeiro ser, mesmo não querendo. Irão florescer e passar por uma sequência de guerras, dentro de si mesmo e fora.

Você não deve sentir medo, esqueça suas inseguranças e cresça. Não deixem pisar em suas sementes, que matem suas pétalas, que arranquem suas raízes. No fim, tudo dará certo.

Desci da bicicleta, pisando na terra fofa e indo em direção a casa de minha avó, que na realidade era avó de meu amigo, porém eu podia a chamar assim.

Adentrei a casa, encontrando a pequena senhora lendo um livro, totalmente focada naquilo.

Sorri gentilmente, aproximando-me dela e tocando levemente o seu ombro.

─ Ah filho, você veio hoje. ─ Disse ao me ver, colocando um marcador na parte que parou e fechando o livro.

─ O Jungkook está? ─Perguntei, abaixando-me para perto de seu rosto e arrumando seu óculos.

─ Sim, estar no quarto. ─ Apontou para a porta de madeira, que se encontrava perto da escada. Era para ser o porão. ─ Vou fazer alguma coisa para vocês.

Assenti, caminhando até o quarto do garoto, batendo na porta e logo a abrindo. Sorri ao ver Jungkook, sentado na cama, enquanto tinha consigo um livro.

Esse hábito de ler veio da família.

─ Jungkook? ─ O chamei, fazendo-o me olhar.

Entrei no quarto, fechando a porta e o olhando.

─ Por que me chamou? ─ Perguntei, enquanto ele fechava o livro e logo em seguida engolindo o seco.

─ Preciso de sua ajuda. ─ Disse, em um semblante sério, fazendo sinais para que eu me sentasse ao seu lado e desviando o olhar.

Assim fiz, observando o garoto olhando para os lados, claramente buscando por onde ia começar a falar.

─ Esses dias... ─ Começou, ainda sem olhar-me diretamente. ─ Eu ando tendo dúvidas.

─ Dúvidas sobre o quê?

O garoto suspirou pesadamente.

─ Eu nunca me questionei sobre, mas apareceu diversas perguntas, que até então não saíram de minha mente.

─ Sobre algo que faz parte de ti?

─ Sim. Como você é assumido, eu queria sua ajuda para me orientar e como devo lidar com isso.

Sorri abertamente, passando as mãos nos fios rosa do garoto.

─ Claro que posso, mas preste muita atenção, ok?

Jungkook assentiu e olhou-me, como se realmente quisesse saber daquilo.

─ Em algum momento da vida, você irá descobrir que seu amor pode ir além de um gênero. ─ Comecei a falar, enquanto mantinha meu olhar no rosado. ─ Com isso, vai aparecer dúvidas. Talvez você já saiba o que é, porém se nega a aceitar isso. É normal no começo. ─ Respirou fundo. ─ A realidade é: Existem diversas orientações, ou você se enquadra em uma, ou em nenhuma.

─ Como assim? Nenhuma? ─ Tombou a cabeça para o lado, confuso.

─ Ah Jungkook! ─ Ri. ─ Você não pode escolher quem vai amar, sentir atração, porém pode escolher não se rotular. Vai ser complicado quando perguntarem sua orientação sexual? Talvez. ─ Analisei as expressões do outro. ─ Não é como você devesse satisfação para os outros, sexualidade não é algo para ser questionado e sim aceitado.

─ Eu tenho medo. ─ Abaixou a cabeça, coçando a nuca.

─ De que?

─ Tipo... Como vou saber isso? ─ Fez careta ─ Sendo que nunca beijei alguém do mesmo sexo?

Fiz uma expressão confusa, logo começando a gargalha. Jungkook não podia está falando sério.

─ Seu bobo. ─ Dei um tapa de leve no ombro do rosado. ─ Amor fica nos sentimentos e não na boca.