Capítulo 17/ jikook

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As minhas cores dançavam entre si, corriam juntamente para longe, elas eram meu motivo de amar por mais que ninguém soubesse ou as confundisse. Sentia-me orgulhoso quando falava sobre elas, meu interior se manifestava em pura satisfação balançando meus sentimentos por todo corpo.

Eu queria que as pessoas pudessem as conhecer e soubessem o quão maravilhosas são, gostava de colorir os outros as usando e elas adoravam quando eu fazia isso. Elas vibravam quando encontravam outras iguais a si, fazendo-me sorrir.

Mas como elas sentiam a felicidade e o amor, também sentiam o tristeza e a dor. Por um momento eu as vi escurecer, morrendo aos poucos por pura tristeza enquanto sentia aquelas mãos colidirem com meu corpo. Meu rosa, amarelo e azul gritaram ao ter meu corpo jogado no chão violentamente e logo ter outro por cima, distribuindo socos.

As sacolas em minhas mãos ficaram que nem meus sentimentos, espalhados por todos os lados enquanto tentava arrumar uma fuga para ficar bem. Estava lutando para continuar com os olhos abertos, por mais que sentisse meu corpo começando a ficar fraco.

Consegui ficar por cima, porém não demorou muito para que caísse novamente, fazendo com que as lágrimas caíssem no meu rosto, descendo desesperadamente sobre a bochecha e abandonando minha face.

A minha voz morreu quando senti minha visão escurecendo, o sangue escorria enquanto minhas cores imploravam para continuarem sãs. As mãos ainda me agrediam fortemente, mesmo vendo que meu estado já estava deplorável o suficiente.

Não tinha ninguém nas ruas, da mesma maneira que eu não tinha ninguém ao meu lado naquele momento, mas não é culpa deles por eu ter nascido com sentimentos tão intensos.

No final de tudo não havia acampamento que tirasse o ódio da humanidade e fizesse entender que o amor são como as cores: intensas, com diversos significados, coloridas, de várias formas e de vários tons.

━━☆⌒*. Jeon Jungkook.

Acordei com meu celular tocando pela terceira vez, não estava afim de atender mas não tinha escolha. Coloquei minhas pernas para fora da cama, pegando o celular que estava na cômoda ao lado da cama.

Atendi, escutando uma voz um tanto desesperada do outro lado da linha. Reconheci por ser a voz do Taehyung, ele parecia estar estranho e um tanto nervoso, eu só não sabia o motivo para ele está assim.

─ Calma, tae. ─ Pedi calmamente, começando a ficar nervoso também. ─ O que houve?

─ O Jimin. ─ Sua voz estava embargada, e quando falou aquilo eu senti um arrepio percorrer meu corpo.

Mordi o lábio inferior levemente, começando a sentir algo ruim me agarrar. Engoli o seco, pulando da cama e escutando o outro chorar baixinho.

─ O que houve com ele? ─ Corri para o banheiro.

Meu interior avisava que tinha acontecido algo com meu Jimin, fazendo-me entrar em desespero sem ao menos saber o que tinha acontecido.

─ E-ele está aqui no hospital. ─ Respirou fundo e foi naquele momento que eu senti meu coração acelerar. ─ Foi encontrado todo machucado e-e... Você precisa vir.

Senti algo me apertar, uma sensação de sufoco e dor, muita dor. Falei para Taehyung que já estava indo, recebendo a localização do hospital em que eles estavam por mensagem.

Não tive muita paciência para escolher uma roupa após o banho, meu peito apertava só por saber que ele estava em um hospital. Sai de casa sem dizer alguma explicação para minha avó, dizendo para a mesma não se preocupar.

Eu fui para o hospital rapidamente, xingando por morar tão longe naquele momento. Não queria imaginar quem poderia ter feito aquilo, não sei se aguentaria pensar que ainda tinha pessoas assim em pleno século vinte e um.

Ao chegar no hospital, a primeira pessoa que encontrei foi Hoseok, ele estava com o rosto vermelho e não pensei duas vezes antes de envolver ele em um abraço, que foi retribuído fortemente.

Ele levou-me até o quarto onde Jimin estava, fazendo-me tremer fortemente e não era por conta do frio.

Senti-me como se fosse um espelho ao ser quebrado, com vários pedaços espalhados pelo chão. Eu o vi tão frágil naquela cama que quase cai para trás se não fosse por Hoseok que me segurou.

O seu rostinho delicado estava com marcas, e parecia que seu rosto não era o único machucado. Taehyung estava sentado perto do seu corpo, encolhido como se tivesse com medo de algo.

Aproximei-me dele, sorrindo para o passar conforto e olhei para Jimin. Eu senti meus pulmões arderem, assim como meu nariz, tentei segurar o choro mas era impossível.

Vê-lo naquele estado foi tão doloroso. Deslizei meus dedos por sua bochecha, arrumando seus cabelinhos que caíam na testa. Ele parecia estar descansando, mas sabia que o desespero que ele sentiu foi maior que tudo. Jimin não era frágil, isso é bem óbvio, mas às vezes tinha medo do que poderia ocorrer.

Eu preferiria que isso tivesse acontecido comigo e não com você.

Pansexual ☪ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora