9 - "There's music and there's people and they're young and alive..."

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Eu amo dia de show. Simplesmente amo. Mesmo quando estava namorando Evan e indo a shows toda semana, sempre havia uma certa energia no ar quando sabia que íamos sair. Além disso, estava pronta para sair de casa e de perto dos meus pais, que agora estavam totalmente paranóicos que eu fosse começar a falar com todos os repórteres que estivessem por acaso andando pela rua. Eles não ficaram nada felizes quando a minha foto do anuário vazou e não pareceram reconfortados, como Victoria, pelo fato de não ser minha foto do primeiro ano.

Porém, além da escola, tudo o que eu tinha feito era ir ao trabalho e à casa de Victoria para comer comida chinesa gordurosa e assistir a vídeos de madrugada na MTV para podermos rir deles. Eu não podia deixar de notar que o Scooper Dooper estava ficando mais cheio a cada dia que passava, na maior parte com garotas da minha idade que tinham um quê meio vidrado em seus olhos e ficavam me encarando. E não acho que estavam só admirando o meu cabelo. Elas iam para me ver, o que podia levá-las um passo mais para perto de Evan.

- O quê, vocês acham que ele vai aparecer aqui? – eu queria gritar para elas, mas em vez disso só lhes dava casquinhas bem merrecas.

James, que - vamos ser sinceros - não é muito bom com garotas, de repente ficou todo desastrado e mal conseguia lidar com a máquina de sorvete de creme quando a loja enchia, muito menos com a caixa registradora. O que era fofo. Mas estou desviando do assunto.

Enfim, os dias de show têm uma certa eletricidade. Não sou dessas garotas que usam camisetas minúsculas e salto alto para um show numa boate lotada, mas gosto de ficar bonita. Tudo bem, gostosa. Eu gosto de estar gostosa quando estou dançando. Se você vai ver uma banda chamada Lolitas, tem que jogar seu melhor jogo, entendem o que digo? No entanto, quando você evita lavar roupa, pode ser difícil escolher alguma coisa no último minuto.

Fui forçada a abdicar do jeans, já que meu par mais limpo era comprido demais para as botas que queria usar, o que me levou a uma crise até que encontrei uma minissaia que não era curta demais nem comprida demais e um par de leggings pretos para usar debaixo, no caso de ter que ser içada do fosso. (Não estava a fim de mostrar meus fundilhos para todo mundo.) Aí, tive um pequeno milagre da roupa limpa quando encontrei uma camiseta preta lisa enfiada no fundo da minha gaveta de baixo e a passei com uma das mãos enquanto enfiava minhas botas de montaria vermelho-escuras com a outra. Isso ainda não resolvia o problema dos meus braços. Era final de novembro e estava definitivamente frio na rua, mas eu não queria ter que levar um casaco, porque aí teria que carregá-lo, ou pior, amarrá-lo em volta da cintura como um idiota em idade pré-escolar.

E aí, tive uma epifania: meias de cano longo.

Cinco minutos depois, havia cortado os pés de um par de meias do meu pai e as puxado para cima dos meus braços de tal forma que só os meus dedos e a parte de cima dos braços apareciam. Eu não tinha certeza se era genial ou um desastre de alfaiataria, mas achei que Victoria seria rápida em fazer a distinção.

Quando ela e Jonah encostaram o carro às 16 horas, eu estava pronta.

- Oi - falei ofegante enquanto me jogava dentro do carro.

- Você está uma gata! - Victoria respondeu, seus olhos se iluminando para me ver. - Ela não está uma gata, Jonah?

Jonah riu pelo nariz e deu ré para sair da entrada da minha garagem.

- Você é louca se acha que eu vou lhe dizer que a sua melhor amiga está uma gata.

- Oi, Jonah.

- Ei, Aud. Botas maneiras.

- Eu estava lá quando ela as comprou! – Victoria disse, inclinando-se por cima do banco da frente para poder ficar de frente para mim. - Está usando meias nos braços?

A musica que mudou minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora