Capítulo 15

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Passou pouco tempo comigo observado as respiradas calmas de Nicholas quando Bernard chegou com um prato de sopa que parecia estar deliciosa só pelo cheiro. Avisei a ele sobre Beth e meus pais e que ficasse atento para recebê-los. O desafio estava agora em alimentar Nicholas.

Deixei a bandeja com o prato fundo encima do criado mudo e me sentei ao seu lado. Com cuidado, passei a mão por seu cabelo e com a outra mão acariciei seu braço com um leve balanço.

– Nicholas? – chamo suave obtendo apenas um mexer de corpo. – Vamos Nicholas, está na hora de acordar. – ele geme piscando os olhos devagar. – Vamos seu dorminhoco. Está a horas dormindo! – brinco.

– Natalie? – sussurra mantendo seus olhos fechados.

– Isso, pelo visto ainda me escuta bem e consegue assimilar minha voz a pessoa.

– Engraçadinha. – sussurra e sorrio.

– Lhe trouxe uma sopa. Não quer abrir os olhos?

– Não estou com fome. – a voz grossa e cansada me preocupa.

– Bernard preparou com muito carinho e ela parece estar deliciosa. Vamos Nicholas, se não vier, não vou deixar nada para você.

– Coma, eu não quero. Não sinto fome. – vinco minhas sobrancelhas pela negação de Nicholas.

– É claro que sente, fiquei sabendo que não come há dias.

– Bernard é um fofoqueiro.

– E você é um teimoso! – arfo com sua petulância. Nicholas puxa uma respiração pesada e solta com um arfar forte, como se nossa conversa o cansasse. Suspiro lembrando que não posso ficar brigando.

– Por favor, Nicholas. – peço.

Finalmente ele abre os olhos encarando o teto e em seguida desviando seu olhar para mim. Meu coração acelera por ver seus olhos verdes e sorrio.

– Olá! – sussurro.

– Oi... – diz levantando a mão tocando meu rosto. Pego sua mão segurando-a. – Você não desiste fácil.

– Sabe que não. – afirmo, ele me encara por segundos, fecha os olhos por mais dois segundos e abre novamente com um suspiro.

– Bernard que fez a sopa? – indaga cedendo ao meu pedido e sorrio animada.

– Sim, e aposto que ele está ansioso para saber se você aprova.

– Bem, vamos descobrir.

Com dificuldade ajudo Nicholas a sentar na cama. Por mais que ele tentasse não demonstrar, eu vi sua expressão de dor a cada movimento que fazia, o que me deixou inquieta e temerosa com seus pontos. Coloco a bandeja por cima dele e noto Nicholas fechar os olhos com força algumas vezes. Ele está muito fraco.

– Está tonto? – indago preocupada.

– Não é nada. – resmunga pegando a colher.

– Deixa, eu te ajudo a comer. – digo me aproximando.

– Não precisa. – nega e arfo com sua petulância.

– Nicholas! – pronuncio seu nome exigindo sua atenção. – Não tem que ser forte o tempo todo, não comigo. Me deixa te ajudar. – ele respira fundo e me entrega a colher contrariado.

– Não precisa ficar irritada. – ele reclama e sorrio de sua cara emburrada.

– Não estou irritada, você que é um cabeça-dura que adora dificultar o que é tão simples!

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