Capítulo 32

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Verônica fazia questão de me dizer os minutos.

No momento, faltavam cinco minutos para meia noite. Ela esperava uma notícia sobre a morte de Nicholas e eu esperava uma notícia de que tudo iria acabar bem.

Quatro minutos.

O celular vibra na mesa e mais que depressa Verônica pega. Seu semblante ansioso e atento como se estivesse recebendo um presente aguça meus sentidos. A luz do visor acende e observo sua expressão. Um sorriso surge.

– Nicholas está morto! Agora faltam seus pais queridinha. – diz com insensibilidade.

Meu coração parece parar de funcionar. Isso não pode ser verdade. Nicholas entenderia minha mensagem, ele tinha que ter entendido. Ele não falaria que sabe sobre uma casa na árvore apenas para me tranquilizar.

Três minutos.

Por que ele foi para clareira? Fecho meus olhos querendo ignorar a chama dentro de mim que insiste em dizer que tudo está bem. É um jogo. Nicholas foi treinado, ele sabe o que fazer. De alguma forma meu pensamento idealiza Nicholas sorrindo me dizendo que está tudo bem.

Não se preocupe.

Não me preocupar. Nicholas não está morto. Qual é o seu plano então?

Dois minutos.

Uma batida na porta faz todos se olharem receosos. Um dos homens se aproxima com a arma em punho.

– Chefe? – os homens parecem reconhecer a voz da pessoa ao lado de fora, relaxando os ombros. – Eu trouxe o corpo.

O quê? Minha respiração aumenta assim como meus olhos crescem. Não pode ser verdade.

– Acendam a luz. – ordena Verônica. – Não é mais necessário estarmos no escuro.

Assim que a luz acende, sou pega pela claridade. Fecho meus olhos e de repente, disparos acontecem. Abro meus olhos de cabeça baixa e vejo um homem caído aos meus pés com um tiro na testa. O sangue transborda pelo buraco me causando enjoo.

Ouço Verônica gritar. Levanto a cabeça ainda piscando meus olhos e quase não acredito ao ver Nicholas. Ele está armado usando a parede lateral da porta para se proteger. Alívio percorre por mim e me permito um sorriso rápido. Ele está bem.

Um minuto.

Um por um, os homens vão caindo no chão. Nicholas sabe mesmo o que fazer e como usar uma arma. Respiro fundo quando o barulho cessa mais em questão de segundos, uma arma pousa em minha cabeça.

Isso só pode ser brincadeira.

– Muito esperto, Nicholas. Você sempre foi o melhor dos meus homens.

– Ele não é seu homem. – murmuro.

Nicholas tem sua arma apontada em minha direção, mas sei que é para Verônica que se esconde agachada atrás de mim.

– Ele foi. – ela diz e cerro os lábios fitando Nicholas.

– Não ligue para as coisas que essa louca diz. – fala Nicholas e suspiro.

– Sinceramente, não me interesso por isso. Conseguiu falar com meus pais?

– Por que ele... – Verônica se interrompe caindo em si. – Sua vagabunda! – empurra minha cabeça com raiva quase me derrubando.

Nicholas dá um passo em minha direção, mas ela ergue a arma para ele voltando a me usar como armadura.

– Meus pais, Nicholas? – indago outra vez ignorando Verônica.

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