Capítulo 7

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A sensação que tive quando passei pela porta foi de entrar numa casa abandonada com passados escondidos debaixo dos sofás. A escada que dava acesso ao segundo andar estava com tanta poeira que o chão de madeira adquirira um tom fosco. O ambiente só não era totalmente escuro devido as cortinas pesadas nas janelas, por causa da porta da frente que ainda não havia sido fechada, pois, mas ao fundo, não era possível enxergar nada.

A última vez que entrei nessa casa foi quando Nicholas resolveu ir embora de súbito. A equipe contratada por meu pai vinha de mês em mês para manter a casa limpa. Apesar de meu pai achar que ele não voltaria, eu e minha mãe continuamos na esperança. Afinal de contas, aqui era sua casa.

Isso durou cerca de um ano.

Quando por fim ficou notável que ele não voltaria, meu pai pediu que deixassem os móveis cobertos por panos brancos e objetos de vidros encaixotados. Eu sempre imaginava a casa solitária, mas agora percebi que ela podia estar inabitada, mas continha histórias especiais para uma certa pessoa.

– Não temos luz. – escuto o aviso de Nicholas e o procuro pelo ambiente escuro.

– A energia foi desligada. – explico. – Podemos abrir as cortinas para clarear. – murmuro em solução.

– Sim, nós podemos.

Vou em direção as cortinas cinzas e com cuidado para não levantar muita poeira, vou arrastando-a pelo ferro fino e longo. A luz que invade a sala clareia boa parte do ambiente e na minha visão, foi como se um pouco de vida adentrasse.

– Serão dias de trabalho para deixar tudo em ordem. – Nicholas observa sério e vejo-o próximo a escada. Me aproximo com cuidado.

– Eu posso te ajudar. Assim fica mais fácil e divertido. – comunico mais ele balança a cabeça em negação e cerro meus olhos pelo seu ato.

– Obrigado, mas não quero você doente. – ergo uma sobrancelha perplexa.

– Não me quer doente? E como você me quer, Nicholas? – seus olhos dardejam para meu rosto com diversão e sinto minhas bochechas corarem de vergonha. Não acredito que disse isso. – O que quis dizer é que... Não é bem da forma como soou. Eu...

– Quero você Natalie... Em perfeita saúde. – diz interrompendo meu desespero.

Engulo seco quando ele caminha se aproximando ainda mais e suspiro quando seus lábios tocam minha testa com um beijo carinhoso. Isso poderia soar como amizade, não se antes eu não tivesse visto o desejo em seus olhos. Ele se afasta levando consigo a intensidade do momento e só deixo o ar que segurava sair, quando ele pisa nos degraus da escada.

Que mancada Natalie, não quer fazer de novo? Penso em repreensão.

– Venha, vamos ver como está lá em cima. – ele chama e aceno ainda envergonhada.

– Sim, vamos.

Apesar da sujeira, a casa estava em bom estado, nada que um pano molhado não resolvesse. Ainda não me sentia a vontade de está aqui e creio que seja por que tinha a impressão que Nicholas irá partir a qualquer momento. Fito Nicholas que está pensativo. Ele com certeza deve estar com sentimentos saudosos dentro de si.

Enquanto caminhamos pelo corredor, uma porta entreaberta chama minha atenção. Isso porque era o quarto de Nicholas. Por um instante pensei em chamá-lo, mas quando o vi seguir em direção ao quarto de seu pai, desisti. Mordi meu lábio sem saber o fazer e dei um passo em sua direção.

– Tudo bem, Nicholas? – pergunto e ele para, virando o corpo de lado para me encarar.

– Fique tranquila petit, só preciso de um tempo. – respiro fundo temerosa pelas palavras semelhantes. – Eu não vou embora. – ele afirma após notar meu incomodo e isso me acalma por hora.

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