Capítulo 12

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Saio do sofá caminhando para o lado de Nicholas que continua olhando para fora.

– É uma chuva e tanto. – comento vendo o vento balançar as folhas do lado de fora.

– Deve passar logo, não se preocupe. – diz monótono e franzo o cenho rapidamente dando de ombros em seguida.

– Eu não estou preocupada.

– Deveria estar.

– Por quê? Você está aqui, nada de mal pode me acontecer.

De repente, sem aviso prévio, sinto suas mãos circularem minha cintura e minhas costas pressionarem a janela. Suspendo minha respiração. Seu corpo está tão colado ao meu que posso sentir todos os seus músculos tensionados. Levanto o rosto encontrando seus lábios tão próximos, seu hálito quente balança meus cabelos. Solto o ar quando fito seus olhos. A chama arde ao redor de suas pupilas deixando-o com ar feroz.

– Nicholas... – sussurro seu nome.

– Shii, não diga nada.

– Mas...

Seus lábios me calam com suavidade e fecho meus olhos. Se alguém me dissesse que eu beijaria meu amigo em um dia chuvoso, eu com certeza diria que essa pessoa é louca. No entanto, aqui estou eu, com o coração palpitando e tendo correntes elétricas passando pelo meu corpo se acumulando no meu interior. Passo minhas mãos por seus cabelos, minhas unhas arranhando seu couro cabeludo. Ele geme me pressionando mais a janela e suspiro sentindo sua ereção. Ele me deseja mais do que eu pensei. Do que estou falando? Eu nem sequer sabia se ele me queria.

Como esses sentimentos nos deixam confusa!

Nos separamos ofegantes e sorrio ainda presa aos braços Nicholas.

– Isso foi estranho. – sussurro algo coerente e percebo Nicholas se mexer buscando meus olhos.

– Estranho?

– E maravilhoso. – sussurro rindo.

Tu fais battre mon coeur plus vite. – ele ofega. (Você faz meu coração bater mais rápido.)

– É sexy quando você fala em Francês, mas eu não entendo. – explico brincando. Nicholas põe uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Noto seu semblante tomar um rumo mais triste.

– O que sinto por você não deveria existir. – diz apunhalando meu coração.

– Fala isso por que somos amigos?

– Não. – sussurra me afastando e cenho o franzo confusa.

– Então por que?

– É complicado.

– O que é complicado Nicholas? Meus pais? – indago e ele sorrir.

– Seus pais não é o problema principal.

– E qual é o problema?

– Eu. – ele afirma e percebo que está sendo sincero, porém não entendo o que ele quer dizer com isso.

– Isso não é algum tipo de brincadeira é?

– Não, Natalie, eu jamais...

– Por que se for, não tem graça Nicholas. Acho que você está bem ciente dos meus sentimentos. – ele arfa em um riso forçado.

– Eu adoraria poder mudar isso.

– Mudar o que está sentindo? – pergunto temerosa.

– Seria o correto.

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