Capítulo 14

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Enquanto Bernard corria em busca de um médico, me apressei em a tirar a roupa que ele vestia suja de sangue e com cheiro de bebiba. Comecei pela calça jeans, abri o botão e vasculhei novamente seu rosto atrás de alguma resposta sua, mas ele se encontrava adormecido. Após tirar a calça, joguei em um canto do quarto e constatei pequenos cortes em suas coxas e lugares arroxeados em seu corpo.

Sinto meus olhos lacrimejarem de raiva por vê-lo dessa forma. Levo meus olhos até seu rosto e acaricio sua testa. Ele está tão quente! Tenho que fazer algo para abaixar sua febre. Marlow foi cruel e provavelmente covarde. Seu grupo contra um, não é algo que se possa chamar de justo.

– Por que teve que ir atrás dele? – suspiro sabendo que não terei respostas. – Eu te pedi para não ir, para ignorá-lo! Eu sabia que isso...

– Natalie... – ele sussurra e calo crescendo meus olhos e me aproximando dele.

– Estou aqui Nicholas, você vai ficar bem.

Pardonne moi. (Me perdoa) – fito suas pálpebras fechadas, a respiração rápida e forçada.

Fico confusa com suas palavras. Será que está reclamando de dor? Sem saber o que dizer, solto:

– Está tudo bem, fique tranquilo, você vai melhorar.

– Eu não queria... – sussurra outra vez e toco seu rosto a fim de fazê-lo abrir os olhos.

– Você está quente demais! Tente descansar Nicholas. – digo preocupada.

Mil coisas se passam pela minha cabeça e por mais que ele estivesse delirando, acho que não teve a intenção de encontrar Marlow. Acho que eu mesma terei uma conversa com Marlow e quem sabe usar o nome de meu pai para afastá-lo de uma vez por todas. Tenho certeza que ele foi covarde em encurralar Nicholas. Busco por panos molhados com água gelada na cozinha.

Anda logo, Bernard!

Após quinze minutos tentando abaixar a febre de Nicholas, a porta do quarto é aberta. Agradeço aos céus por ser Bernard. Saio da cama apressada cumprimentando o doutor.

– Olá doutor! Que bom que veio.

– Seu amigo foi bastante insistente. – o homem diz e sorrio rapidamente.

– Preciso que o senhor seja discreto, o paciente em questão não gosta muito de exposição.

– Fique tranquila... – ele estende a mão e pego-a.

– Natalie. Natalie Ackles.

Usar o sobrenome do meu pai foi uma jogada. Percebo na hora que isso chama atenção do médico que dar um acenar rápido com a cabeça.

– Serei o mais discreto possível, senhorita Ackles. – diz e sorrio sem graça.

– Fique a vontade.

Dou total espaço ao doutor, ficando de pé na porta do quarto. Bernard se junta a mim, tentando manter uma tranquilidade inexistente. Talvez Edgar pudesse lhe dar umas dicas sobre ser um mordomo prestativo e como fazer para manter a calma mesmo com o mundo desabando.

– Espero que o Sr. Hill não acorde, ele ficará furioso em ver um médico. – comenta do meu lado. – Ele foi bem explícito em que eu não pedisse ajuda a ninguém.

– Não estou ligando se ele ficará ou não furioso, Bernard. Nicholas não está em condições de decidir nada nesse momento.

– Você é quem manda. – afirma me fazendo rir levemente. – Ainda bem que você apareceu e na hora certa. – murmura e diminuo meu sorriso, observando Nicholas.

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