Capítulo 17

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Parei de respirar diante de sua declaração e fechei meus olhos absorvendo cada palavra. Sua mão aperta com precisão a minha e juro que tive a sensação de ter sido em minha intimidade. Abro meus olhos fitando-o. Sua expressão carregada de desejo quase me convence.

– Me desculpe. – peço gentilmente mais com dificuldade. Nicholas realmente carregou todo meu ar.

– Pelo quê? – interroga confuso. Aproveito para tirar sua mão da minha e me levantando.

– Minha vinda até aqui foi apenas para trazer sua comida. – digo e a perplexidade em seus olhos pela minha malvadeza, me fazem se sentir vitoriosa. Nicholas analisa a canja e em seguida a mim da cabeça aos pés.

– A comida parece boa, mas prefiro a sobremesa.

– Engraçadinho. – digo recebendo um piscar de olho. – Não está zangado? – pergunto vendo-o leve. Achei que ficaria chateado com minha atitude, assim ficaria mais fácil ignorá-lo.

– Eu quero você Natalie e isso não mudou.

Fico em silêncio. Ele sabe mesmo abalar uma mulher. Ponho a bandeja em seu colo após ele se sentar encostado a cabeceira e me sento de volta na cama com uma distância segura.

– Achei que seus pais tivessem vindo buscar você. – inicia um novo assunto enquanto come.

– Não vai se livrar de mim assim tão fácil.

– Maravilhoso ouvir isso. – diz enquanto sorrir.

– Ficarei cuidando de você Nicholas, não pense besteiras. Meus pais só vieram ver como você estava e me trazer algumas roupas.

– Você contou a eles? – pergunta preocupado mais nego.

– Claro que não. Falar para eles sobre o que aconteceu, seria falar de Marlow. Apenas disse que se envolveu numa briga.

– Eles subiram aqui? Acabei dormindo depois que saiu. Foi um pouco difícil dada as circunstâncias em que me deixou, mas cedi ao cansaço. – gargalho com sua sinceridade.

– Eu deveria dizer que sinto muito? – indago provocando-o.

– Deveria! Principalmente agora. – murmura. Ele está... Olho para um lugar específico em seu quadril imaginando que deva estar duro, igual quando senti hoje mais cedo. – Um toque seu, petit, e meu corpo já incendeia.

Levanto meus olhos para seus, comprovando a chama ardente em seu olhar. Ele arfa cerrando os dentes, deixando a colher que segurava de lado.

– Não me olhe dessa maneira se não pretende ficar comigo hoje. Sou capaz de amá-la até o pôr do sol do dia seguinte mesmo no estado em que me encontro.

Não olhá-lo de que maneira? Com malícia? Com desejo? Sua promessa me faz querer aceitar, mas busco um pouco da minha sanidade para não dar ouvidos.

– Seriam horas presos na cama e você está ferido, algo que seria impossível. – rebato quase sem fôlego algo que eu deveria ignorar.

– Me ouviu reclamar? – questiona erguendo uma sobrancelha e baixo meus olhos.

Como refrear meu desejo se ele me quer tanto quanto eu o quero? Recordo da conversa que estávamos tendo. Um caminho para deixar as coisas normais.

– Meus pais não subiram para lhe ver, falei que estava com febre e precisava descansar. – informo desviando meus pensamentos e volto a fita-lo. Maldito! Ele não faz sequer um esforço. – Foram embora rapidamente, apenas Beth ficou.

– Por quê?

– Segundo minha mãe, ela sabe tratar de ferimentos.

– Pensei que era você quem cuidaria de mim. – resmunga e cruzo meus braços com seu reclamar descabido.

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