Rei Henry / A flecha [37]

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Após a noite que tivemos ontem, não resta dúvida que quero viver para sempre ao lado da Heloísa. Amanhã o Rei Ortiz e a Rainha-Viúva virá ao Reino, irei aproveitar para pedir a Heloísa em casamento. Se ela aceitar, aproveitaremos a visita para contar sobre nossa união.

Me pergunto como farei esse pedido, já que é algo único e especial. A biblioteca é o lugar mais apropriado para isso, foi lá que conversamos quase que pela primeira vez.
       Olhando em volta era como se aquela cena acabasse de acontecer. Lembro dela entrando na biblioteca, se esforçando em fazer silêncio. Poderia ter fugido para qualquer lugar, mas veio em minha direção, em meu encontro. Naquele dia, dei tantos sorrisos​ só de observa-la. Interessante que o livro que ela segurava, ainda estava lá.
— Casamento! – ela tinha exclamado.

Até hoje não faço ideia o que ela estava lendo. Abrir o livro relembrando cada detalhe, o que me fez ligar uns pontos. A Heloísa tinha deixado o livro marcado na página em que estava lendo, era um livro Judiciário Legislativo. O capítulo marcado, falava sobre acordos entre os Reinos. Tento não acreditar no que estava lendo, mas as provas estava bem em minhas mãos. Quando ela falou em casamento, não estava lendo um livro bobo de romance. A Heloísa me enganou, planejou me iludir para que o Reino Sul se beneficia-se. Na verdade ela nunca me amou, ela traiu a confiança do Reino Oeste.

Antes de ir até a sala do conselho, ordenei que levassem todos os hospedados como prisioneiros para sala de julgamento. Logo pedir que chamasse os chefes de guerra para uma reunião.

O Palácio estava confuso ao ver a Princesa do Reino Sul e minha possível namorada, sendo levada para sala de julgamento como prisioneira junto com a Echilley. Não demorou até que o Ortiz viesse até mim.
— O que está acontecendo? Por que minha mãe e a Heloísa estão presa?
— Não fique surpreso, acho que você irá ocupar um lugar ao lado delas logo.
— O que é isso Henry?

Olhei para os soldados fazendo com que eles repreendesse o Ortiz por não usar o título real.
— Como ousa não chamar nossa Majestade de Rei? – diz um soldado ao o espancar.
— Basta. – os interrompi satisfeito
— Majestade, não é justo que eu saiba o motivo disso estar acontecendo? – ele sussurrou dolorido.
— Vocês armaram contra o Reino Norte, tentaram me enganar para que eu casasse com a Herdeira do Reino Sul. Isso confirma que vocês estão juntos no ataque a minha família.
— Majestade, isso é um engano. No início a princesa estava pensando em fazer isso. Mas, ela se apaixonou por você, os sentimentos dela são verdadeiros. Ela realmente te ama. Por favor poupe a Princesa Majestade.

Ao ouvir o Ortiz confirmar minhas teorias, sentir mais raiva por ele não ter me contado.
— Pensei que fossemos amigos. Vamos para sala de julgamento e tragam meu arco, todos sabem que não gosto de armas de fogo.
— Claro Majestade.

Na sala de julgamento, evitei olhar para a Heloísa que chorava o tempo todo.
— Fala o que está acontecendo Majestade. Por que estamos aqui? – ela perguntava
— Ele acha que você o enganou planejando um casamento para livrar o reino Sul. – Ortiz respondeu
— Majestade! Poupe o Ortiz e a Echilley, eu fiz isso sozinha. Eles nunca me apoiaram, por favor deixe eles ir. Eu suplico. – ela gritava
— Está dizendo como devo dar minhas ordens? Apesar de ser uma Princesa do Reino Sul, aqui no meu Reino você não é nada. Apenas uma mulher que ousou tentar traição.
— Majestade, não faça nada do que possa se arrepender depois. Os pais dá Princesa e o pai do Ortiz, não vão simplesmente assistir isso acontecer. – disse Echilley
— Não vão, irão sofrer todos juntos. Meus soldados acabaram de ir ao Reino Sul para atacar, e parece que esse o meu Reino não foi o único ao tomar essa decisão.
— Majestade, não faça isso. Por favor eu te suplico. Como vai viver com essas mortes na sua consciência? – Heloísa pergunta
— Deveria me agradecer que vai viver. Você irá saber como é ser a única sobrevivente na sua família.

Aponto para o Ortiz.
— Não! – grita Echilley – Atire em mim, no meu filho não. Eu imploro, não atire no meu filho.
— Henry! – grita Heloísa que se jogou na frente do Ortiz levando a flecha envenenada no lugar dele. Em segundos ela caiu tremendo no chão. Todos na sala ficaram assustados ao perceber que atirei na Princesa Herdeira que eu amava.
— Heloísa, porque você fez isso. – chorei ao não acreditar
— Não posso deixar você cometer mais erros, não quero que machuque pessoas que não tem nada haver com minhas decisões. – ela se esforça para falar, o veneno age muito rápido no corpo de uma mulher.
— Chamem os Médicos. – ordeno.
— Agora você acredita que eu te amo?
— Por favor não fale mais nada, aguente firme.
— Henry, eu tentei gostar de você pelo bem do Reino Sul. Mas, quando percebi já estava apaixonada por você, não foi por causa de reino algum. Foi por quem você é. Obrigado por me amar. Por favor cuide da minha família.
— Não se despeça, você não vai morrer. Eu estou aqui, não vou deixar isso acontecer.
— Seu bobo, nem tudo é como a gente quer. Agora vá, esse é meu desejo. Acabe com essa guerra, cuide da minha família.
— Heloísa, você vai ficar bem.
— Eu te amo.
— Heloísa. – gritei tentando acorda-la, mas já era tarde.

Ao olhar em volta todos estavam assustados com o que aconteceu. Pedir que soltassem o Ortiz e a Echilley e fui em direção ao reino Sul. Irei realizar seu primeiro e último desejo, irei acabar com essa guerra. Nem assim eu poderia pagar o que fiz, tirei a vida da única mulher que amei.

ANTES DE DORMIROnde histórias criam vida. Descubra agora