CAPÍTULO 69

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Adrien Narrando

Vê-la tão frágil foi difícil. E isso tudo é culpa minha. Se eu não tivesse dado bola para a Lila nada disso teria acontecido.

A ver sem se lembrar de nada, da sua vida, dos seus amigos, de mim...não imaginava que doeria tanto.

Não consegui nem dormir direito naquela noite. Nem em todas as outras.

1 semana depois...

Uma semana. Já tinha se passado uma semana e ela não se lembrava de quase nada. Pequenas memórias iam voltando, mas nada significativo. Nem da tikki ela recordava, então foi preciso que eu ficasse com ela para não assusta-la.

As vezes eu me perguntava se ela realmente voltaria a se lembrar.

Mas não importava. Se as memórias dela não voltarem, irei criar novas.

Nos primeiros dias ela precisou ficar de observação no hospital. Por causa do braço deslocado e da amnésia.

Minha rotina tinha sido a mesma desde então, de casa para escola, da escola para o hospital, e do hospital para casa. E foi assim por um bom tempo.

Eu não fazia mais nada além de sair do hospital bem tarde e ter péssimas noites de sono. Sendo franco, eu praticamente passo a noite em claro.

Não me importava se meu coração era quebrado em mil pedacinhos ao vê-la totalmente inconsciente de quem eu era. O importante era fazer companhia.

As vezes eu ficava com nossos amigos, outras sozinhos, para tentar ajuda-la a lembrar de algo. Mostrei fotos, contei histórias, nossas conversas por mensagem. Mas nada parecia surtir efeito.

A única coisa talvez positiva que aconteceu foi uma coisa que ela falou depois de ficar me obsevando por um tempo.

"Hey, o que foi? Porque me olhando?", perguntei.

"Eu pensei em uma coisa", riu, "não dê risada, mas sabe, olhando para você eu preciso dizer que tenho bom gosto"

Ela ficou de diversos tons avermelhados depois disso, mas era uma lembrança que me fazia rir e ter esperanças.

A uns dois dias atrás ela ganhou alta e pode ir para sua casa. Ficou sem ir para escola por alguns dias, com a licença médica. E tudo era novo para ela.

1 mês depois

Um mês. Praticamente quarenta dias e ela não se lembrou de quase nada. Eu já não tinha tantas esperanças assim.

Ela tinha voltado para escola. Sabia o motivo do acidente, e para minha sorte e apesar de muito confusa, não se afastou. Lila não aparecia já fazia um bom tempo, o que eu só sabia agradecer.

Voltamos a uma rotina normal, ela continuou no nosso grupo de amizades mesmo que fosse tudo estranho. Não era a mesma Mari de sempre.

Naquela tarde resolvi fazer uma visita na casa dela. Sua mãe me deixou entrar sem muitos problemas. Bati na porta de seu quarto esperando permissão para entrar mas ela não veio. Abri cautelosamente, chamando seu nome baixinho, e a vi deitada na cama. Dormindo, como sempre. Ri disso.

Não quis acorda-la, então sentei ao lado de sua cama e aguardei.

"Acha que ela vai se lembrar algum dia, Adrien?", tikki a observou triste.

"Não sei tikki, espero que sim"

Marinette Narrando

Escuridão. Era apenas isso que eu enxergava. Ou melhor, um universo. Os únicos vestígios de luzes pareciam vir de estrelas. Como se eu estivesse vagando pelo espaço. Sem planetas, meteoros. Apenas o escuro e o brilho estelar. Parecia que eu flutuava diante da imensidão, mas eu conseguia sentir um piso invisível sobre os meus pés.

Miraculous: Ladybug e CatNoir (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora