É hoje. Eu acordei já com meu coração disparado, pensando na cena. Como eu faria? Seria num parque segurando um sorvete? Poderia ser na saída do cinema de noite, também. É difícil pensar, quando tudo o que se tem na mente é o rosto dela. Eu sou um jovem qualquer, de 16 anos, que vai ter seu primeiro encontro romântico hoje. Não tem como eu estar mais ansioso.
Levantei cedo hoje, queria aproveitar a manhã para poder me limpar e ficar cheiroso o máximo possível. Escovei os dentes antes do café da manhã, depois, e uma hora depois também. Fiquei meditando sobre a possibilidade de tomar dois banhos, mas tive preguiça. Saindo do banheiro eu olhei no relógio, tinha que encontrá-la em uma hora.
— Como o tempo passou tão rápido?! – pensei, alto o suficiente para quase acordar meus pais.
Corri para me vestir, não era como se eu tivesse muitas roupas diferentes, uma blusa de moletom amarelo e calça jeans preta. Combinava muito bem com meu físico magricela. Penteei meus cabelos para trás formando um pequeno topete, ele estava curto o suficiente para que eu não precisasse lidar com aquilo. Sai, com o celular num bolso e carteira no outro, e meus fones tocando uma coleção de músicas eletrônicas que eu adoro.
Nada iria sair errado hoje, nada!
***
Andei, peguei um ônibus, andei mais um pouco, e finalmente cheguei ao ponto de encontro. Meu coração mal se aguentava enquanto eu repassava as coisas que iria falar quando a visse:
"Você esta maravilhosa", "Amei esse vestido", "Seu cabelo está lindo!". Digo, mulheres gostam de receber esses tipos de elogios, não? Já foi uma grande surpresa ela ter aceitado sair comigo, então não queria parecer um idiota.
Na verdade, toda a situação parece um sonho. Eu cheguei nela na escola, depois do meu melhor amigo ter me dado um tapão nas costas pra me encorajar. Ela olhou a cena e riu, e minha única reação foi falar: "Ha, haha, quer sair comigo?". Ela apenas acenou que sim com a cabeça, sorriu e me perguntou quando seria.
Meu deus, isso é totalmente surreal. Surreal! E se ela me der um bolo? Isso é totalmente provável. Ela pode ter falado: "vou fazer esse cara de otário", "sair com ele o caramba, imagina se eu vou sair com um Zé ninguém".
Comecei a olhar pro chão quase chorando, não sabia o porquê. Digo, sabia sim, mas...
— Lu! – senti braços femininos envolta do meu pescoço. Seu perfume me tirando do meu mundo de paranóias – Desculpa o atraso! Meu pai ficou me segurando em casa.
Pisquei os olhos, levantei o rosto para ver se era verdade. Ela estava lá, Emília, com seu rosto fino um pouco arredondado, seus olhos verdes penetrantes, seus cabelos loiros e, caramba, ela era realmente maravilhosa.
— Você... Você... Você... – ela apenas sorria pra mim enquanto eu tentava falar qualquer uma das coisas que eu estava treinando antes. Nada saía, eu apenas gaguejava. "Fala alguma coisa, idiota!" — Emi, você veio!
— Claro que eu vim, bobo – ela apertou minha bochecha e segurou minha mão, pronta para andar – Então, onde vamos?
***
O dia correu bem, ao menos foi o que eu achei, afinal, Emília ria bastante, ria das minhas piadas e não ficou por fora das atividades que nós fizemos. Andamos um pouco no parque, depois, fomos no cinema ver algum filme. Eu votei por um romântico, mas ela disse que amava muito mais os filmes de heróis. Ela era uma garota de ação, mesmo sendo baixinha, ela disse que fazia várias lutas diferentes, com vários nomes diferentes e estranhos.
Ela adorava falar.
Ela adorava rir.
Eu adorava ela.
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Sou um Garoto Comum, Mas me Tornei um Ser Super Poderoso em OUTRO MUNDO!
FantasyOlá, meu nome é Luan! Olha, eu não sou muito bom em contar histórias, eu admito, nunca levei jeito pra isso. Mas sim, eu desapareci deste mundo e acabei com muita sorte voltando, e sim, tenho uma história a contar. Não quero me gabar, mas eu já fui...