Tapas e mais Tapas

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Eu tinha apenas uma semana para aprender os vários artifícios da aura, sendo assim, eu corri bastante com o treinamento. Mesmo assim, depois de dois dias, eu consegui conjurar as quatro auras elementais ao mesmo tempo, como Laire fez no primeiro dia.

Laire me explicou tudo, bem por cima, sobre um Yonn. Neste mundo, havia os usuários normais da aura, que dominavam só um elemento; os Jinn. Os que dominavam dois ou três elementos eram os Ponn, e quem dominava todos os elementos era chamado de Yonn. Ser um Yonn era coisa de nascença, não se podia alcançar esse título por treino, diferente de ser um Ponn.

Eu era um Yonn, assim como Laire. Nós éramos raros aqui, Laire disse que só quatro Yonns nascem por ano, e a grande parte não consegue treinar sua aptidão o suficiente pra batalhar.

Eu era diferente, não apenas um Yonn, mas também um portador da Aura Divina, um Yijinn. Não sei realmente de onde saíram essas nomenclaturas, mas eu sei que saber disso aqui é no mínimo importante.

— Um Yijinn é aleatório – Laire disse – ele pode nascer amanhã, ou daqui a 1000 anos. O último que se tem notícia morreu há 11 anos, nas guerras do extremo norte.

Isso só me fez me sentir mais ansioso, olha tudo o que eu tenho em mãos!

— Enquanto a parte que seria atingida estiver com a sua aura branca, nada pode encostar. Nada que você não queira – ela disse, e eu lembrei da Emília de novo. Droga.

Ela parou de falar comigo, não me procurou, devia estar se pegando com o Loki naquela hora. Eu fiquei por um tempo esperando qualquer coisa, pronto para me desculpar. Mas ela não veio, nada veio. Até achei que ela me mandaria uma mensagem no WhatsApp, mas aí eu lembrei...

Esses três dias só tinham sido de treinamento e e memórias daquela briga.

A aura vermelha, do fogo, brilhou no meu punho.

— Tome cuidado, o Fogo é o mais ofensivo dos seus elementos – ela estava encostada numa viga de madeira do Dojo, olhando pro nada.

Nesses três dias ela pareceu o tempo todo desinteressada e com sono, ela deitava ou ficava sentada sempre; isso também já estava me incomodando. Ela era linda, sempre com uma roupa mais sensual que a outra, mas... Pelo amor de Deus!

— Você não vai, sei lá – eu comecei a falar, irritado – Lutar comigo? Supostamente eu vou enfrentar muita gente nesse teste de licença, eu preciso saber de mais coisas! E você não tá ajudando! Só fica aí parada e não faz nada além de ficar falando!

Eu meio que me alterei. É... Foi estranho, quando eu parei de falar, eu percebi que talvez tivesse sido um pouco duro demais. Tudo junto na minha cabeça, Emília, essas memórias...

— Garoto – ela olhou pro meu lado, ainda sem expressão. Seu cabelo curto e loiro formava uma pequena franja sobre o seu olho esquerdo, e seus lábios eram vermelhos como de uma mulher que usava batom... Oof...

— Acha que aguenta no braço comigo?

Eu franzi o cenho.

— Olha, não sei se você lembra, menina. Mas eu sou um Yijinn! Lembra? Defesa impenetrável e tal.

Ela suspirou e revirou os olhos.

Antes que meus olhos pudessem a acompanhar, ela se moveu, pulou alto para o teto e se impulsionou com os pés para trás de mim. Eu percebi isso como um vulto, vindo para trás de mim. Quando virei para trás, com meus punhos cobertos da aura vermelha, ela já não estava mais lá. Esse foi meu erro. Quando pensei em ativar a aura branca, senti meu braço esquerdo sendo puxado para cima com tudo. Aquilo me desequilibrou por causa da velocidade. Meus pés perderam o chão enquanto eu estava sendo levantado pelo puxão. Esse desequilíbrio fez eu girar e cair com tudo no chão.

Sou um Garoto Comum, Mas me Tornei um Ser Super Poderoso em OUTRO MUNDO!Onde histórias criam vida. Descubra agora