Okay, Realmente Estamos Longe de Casa

299 82 449
                                    

Pouco tempo depois, Emília conseguiu enxergar ao longe luzes que pareciam de fogueira. Pequenos pontinhos de luz de fogo, como postes ao longe.

— Luan! É uma cidade! É uma cidade! – ela ficou totalmente eufórica, só significava que estava realmente com medo. Eu tinha que proteger ela!

— Fica atrás de mim, Emi... – ela segurou em minha camisa e a puxou levemente.

— Ai!

Ela soltou minha camisa num reflexo, acabou me assustando também.

— Eu levei um choque... – ela olhou para a mão dela, incrédula, e então percebeu algo que ainda não havia visto antes – O que é isso?! Luan...

Todos os dedos da mão esquerda estavam envolvidos por um grande anel grosso, como se uma luva de ferro estivesse envolvendo dedo a dedo dela. Instintivamente, balancei minha camisa, e no mesmo momento senti os pelos do meu braço se eletrificarem. Não só os braços, senti esse... Essa... Aura, por todo meu corpo, como se fosse o Ten (HunterxHunter, crianças! Eu não espero que peguem a referência), cobrindo meu corpo com uma aura, como se fosse um escudo.

Nós dois estávamos diferentes, e nem ao menos sabiamos quando tudo aquilo aconteceu.

— Será que alguém sequestrou a gente? – Emília perguntou, não esperando exatamente que eu desse a resposta, mas...

— Não sei...! Por enquanto, vamos à aquela tal cidade que a gente viu... – Toda a "lógica", o "pensamento racional" que eu cultivei durante esses anos haviam fritados e sido substituídos por cópias baratas de um camelô. Eu simplesmente não conseguia pensar; essa situação não me deixava desesperado, me deixava puto!

— Fica perto de mim, pode ter animais selvagens nesse mato aqui... – Falar isso foi o suficiente para deixar Emília alarmada.

***

Andamos por ao menos uma hora, seguindo uma trilha muito mal feita entre as árvores e a lama, até chegarmos na tal cidadezinha.

— Tem algo errado... – eu murmurei.

O peso da realidade tava caindo nos meus ombros com tudo naquela hora, eu olhava para cima e as luas não saiam do lugar, não era possível que luas fossem tão grandes, e com certeza não era possível que tivessem três. Achei que era algum tipo de ilusão, mas não! Emília já havia relaxado um pouco, mesmo assim, ao se aproximar da tal cidade, ela voltou a ficar tensa.

— Você acha, Luan...? – ela respondeu lentamente.

— Pera, isso foi sarcasmo?

— Porra! – ela xingou – Eu quero ir pra casa! Minhas pernas estão doendo! – ela apontou para as luzes que vimos ao longe – São lamparinas! Sabe o que isso significa?

Eu disse que não com a cabeça.

— AQUI NÃO É NEM AO MENOS PERTO DE CASA! – Ela gritou, tão alto que se tivesse alguém num raio de 100 metros conseguiria ouvi-la sem dificuldades – ME LEVA PRA CASA! AGORA!

Eu abaixei a cabeça, não tinha com o que discutir, não tinha nem ao menos um argumento. Todas aquelas casas com designs de Europa medieval, as lamparinas como poste, uma cidade com 10/15 casas. Três luas. Era como se a gente tivesse sido transportados para um outro mundo. Não havia outra explicação. Quando olhei para Emília de novo, imaginando que ela iria me bater, vi algo totalmente diferente. Ela chorava. Se cobrindo com as mãos, o rosto um pouco inchado e manchado de lágrimas. Meu coração apertou de uma maneira que eu... Que eu nunca havia sentido antes. Emília era um ser humano, tinha suas fraquezas, seus defeitos, também. Eu amava tudo dela, quando a vi chorando, corri para abraça-la.

Sou um Garoto Comum, Mas me Tornei um Ser Super Poderoso em OUTRO MUNDO!Onde histórias criam vida. Descubra agora