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Sophia:

- Então senhora Abrahão, a sua avó materna veio a óbito durante essa madrugada- minha avó? fiquei confusa- e você, como parente mais próxima, precisa assinar diversos papéis, tanto para liberação do corpo, quando para recebimento de herança.

Fiquei tentando entender tudo o que foi dito, minha avó morava no estado de Wisconsin, eu não a vejo faz uns 12 anos. Ela nunca ligou, nunca perguntou, sequer se preocupou comigo.

- Senhora, preciso de uma resposta- voltei a realidade ao ouvir a voz do advogado- pode vir aqui ainda hoje as 8h da manhã?
- Claro, pode me passar o endereço do escritório?

O moço me passou todas as informações e mesmo sem entender muito bem o que estava acontecendo, levantei da cama e corri ao banheiro para tomar meu banho, me arrumei com velocidade, afinal já era dia e logo eu teria que chegar lá.
Me olhei no espelho e MERDA, eu estava cheia de olheiras e o corpo curvado pedindo cama e um pouco de descanso.
Comprei um café na padaria da esquina e fui andando até o destino.

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Micael:

Caramba, fazia tanto tempo que eu não conseguia me sentir tão livre, dirigir é realmente uma paixão. Sentir o vento na cara, a vida nas mãos e ouvir minha música favorita, não tinha como o dia ser melhor-pensou.

Percebi que já estava a um bom tempo na estrada quando senti a minha barriga falar de tanta fome. Eu não sabia exatamente quanto tempo se passou, mas sabia que precisava ir comer.

Fui em direção ao centro da cidade, era lá que tinha o meu restaurante favorito. Coloquei mais uma vez a minha melhor música, acelerei e deixei aquela sensação me consumir. Até mais do que deveria.

Por um pequeno intervalo de tempo eu fechei os olhos, pra apreciar a letra da música e esqueci completamente onde eu estava.
Foi quando de repente eu ouvi um grito, um barulho, uma buzina e lembrei de abrir os olhos e pisar no freio com toda força que havia em mim.
O QUE EU TINHA FEITO?

The magic in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora