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Sophia:

Fui tomar um banho antes de comer, ainda estava me sentindo péssima com toda a situação, mas principalmente com o meu corpo.
Coloquei uma roupa casual, soltinha como um pijama. Estava cansada e o dia foi péssimo, provavelmente depois de comer eu ia dormir muito.

Cheguei na cozinha e ele estava sentado, olhando o celular. Tinha me esperado para comermos juntos. Era a coisa mais linda que eu ja vi na vida.

Ele não percebeu minha presença e então falei de mansinho para não assustar:
- Ei! Vamos comer??
- Vamos sim, branquinha! -branquinha, aquilo me derretia por dentro- Estou morrendo de fome. Mas antes me fala como você tá.
- Péssima... -pausei- eu estou com nojo de mim, do meu corpo, de tudo!
- Nada disso! Não sinta-se culpada, aquele canalha que errou. Sinta nojo dele, nunca de você!
Ele levantou e veio na minha direção, meu coração acelerou e eu não consegui disfarçar o nervosismo. Ele segurou minhas duas mãos, me olhou no fundo dos olhos. Senti um arrepio. Um conforto. Um sentimento novo.
- Você é linda, muito linda! O seu corpo é maravilhoso -sorriu sem tirar os olhos dos meus- e eu não vou permitir que ninguém faça dele uma parte menos especial.
Beijou minha bochecha e me puxou para comer. Desejei tanto aquele beijo quente nos meus lábios. Ele me fazia bem, me respeitava e me cuidava como nunca ninguém fez.

No mesmo momento imaginei qual seria a reação dele ao descobrir da Safira. Senti medo, pois ele poderia confundir o meu emprego com o meu caráter e não confiar mais em mim, como todas as pessoas que conheceram a minha dupla personalidade fizeram.

Ficamos conversando sobre a vida enquanto comíamos. Ele me contou da família, dos amigos e algumas histórias bobas da infância. Eu contei minha vida, que era o oposto da dele. Sem família, uma única amiga na vida e infância conturbada.

O dia estava bem quente, chamei-o para o meu quarto que era o único cômodo com ar condicionado. Como não tínhamos dormido ainda desde o dia anterior, pegamos no sono em fração de segundos, juntos, na minha cama.

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Micael:

Aproveitei que a Sophia foi tomar banho e liguei para minha mãe, ela deveria estar preocupada. Resumi um pouco do ocorrido e ela me falou para não deixar a Sophia sozinha em hipótese alguma e eu concordei.

Tinha acabo de desligar quando ouço uma voz doce falar comigo. Seu perfume inundou o ambiente e quando olhei, lá estava ela, mais linda do que nunca; cabelos molhados, roupa despojada e um olhar cansadinho.

Perguntei como ela estava e mesmo já sabendo a resposta foi doloroso ouvir que ela sentia nojo de si.
Levante e cheguei pertinho dela. Segurei as suas mãos que estavam frias, olhei seus olhos e não consegui parar de olhá-los.
Falei o quanto ela é linda e desejei beija-lá, mas ela tinha acabado de passar por algo ruim, talvez não fosse o momento. Então beijei sua bochecha e quebrei o clima que se criou.

Ficamos conversando por um bom tempo, parecia que já nos conhecíamos a meses, anos, vidas...

Ela me convidou para seu quarto, sem segundas intenções, mas aquele convite me valeu muito. Ela confiava em mim. Fiquei radiante.

The magic in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora