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Micael:

Eu não sei exatamente quando peguei no sono, mas acordei com um telefone tocando. Já estava escuro, muito escuro e do meu lado a Sophia dormia como um anjo.
Procurei o telefone e percebi que não era o meu que tocava.
Parecia ser importante, não parava de tocar, então resolvi acorda-lá.

- Branquinha, seu telefone tá tocando. Deve ser algo importante.

Ela abriu os olhos devagar e parecia não saber nem onde estava. Me olhou confusa e com uma voz rouquinha falou:
- Que horas são? É meu celular?
- É o seu celular sim. Eu não sei o horário, talvez meia noite..

Entreguei o aparelho nas suas mãos e ela parecia preocupada. Levantou rápido e saiu do quarto para atender.

Voltou para a cama com uma carinha brava e eu não resisti, cheguei mais perto dela, coloquei seu cabelo atrás da orelha e fiquei fazendo carinho no seu rosto. Ela sorriu, me olhou e falou:
- Quanto te pagaram para fazer isso?
- Isso o que? Carinho no seu rosto? -falei rindo.
- Não bobo -ela também começou a rir- para cuidar de mim, não me deixar sozinha...
- E você acha mesmo que algum dinheiro nesse mundo pagaria isso?
Nossos olhos estavam fixos um no outro, segurei seu rosto, senti sua respiração forte mais perto de mim e então nossos lábios se tocaram, tão devagar que pareceu dar choque. Eu conseguia escutar as batidas do meu coração.

Coloquei a mão na sua nuca e trouxe-a para mais perto de mim. O nosso beijo encaixou perfeitamente, o nosso corpo parecia um só e naquele momento nada mais passava na minha cabeça a não ser a vontade de tê-la para mim.

Deitamos na sua cama e eu passeei com meu rosto pelo seu pescoço para sentir seu cheiro, beijei cada parte da sua face até reencontrar seus lábios.
Fui descendo a mão devagar e conhecendo o seu corpo. Ela fez o mesmo com o meu.
Era realmente a mulher mais linda do mundo, eu não cansava de admirar.

Quando comecei a levantar sua blusa senti que ela travou, começou a ficar muito nervosa e então eu percebi que estava rápido demais. Não queria falhar e nem ultrapassar os seus limites. Então voltei a acariciar seu rosto e seu cabelo.

Ficamos assim, deitados, abraçados, como se o tempo tivesse parado só para nós dois..

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Sophia:

Acordei sem saber ao certo o que estava acontecendo, eu estava muito cansada e meu corpo queria continuar dormindo, mas era aproximadamente meia noite e meu telefone tocava. Certamente era alguém da boate, eu esqueci de ligar e avisar que ia faltar.

Atendi e uma das meninas que trabalhava comigo gritava perguntando o porquê de eu não ter chegado ainda. Falei apenas que aconteceu um imprevisto horrível e pedi para ela me substituir. Ela parecia irritada e desligou na minha cara.
Fiquei triste, não gosto de faltar no trabalho, mas eu também não tinha condições de ir hoje.

Voltei para o quarto chateada, mas meu humor logo mudou ao ver aquele homem tão lindo na minha cama.
Sentei ao seu lado, ele arrumou o meu cabelo e fez carinho no meu rosto. A cada toque, um novo arrepio.
Nossa respiração parecia uma só e estávamos cada vez mais perto. Fechei os olhos e beijei sua boca; algo que eu queria fazer desde a primeira vez que eu o vi. Um beijo cheio de desejo que despertava um sentimento único em mim.

Ele me beijava com tanto cuidado, como se tivesse medo de me quebrar. Passou a mão pelo meu ombro e desceu para meus seios, depois minha barriga e minhas pernas.
Eu me arrepiava e queria mais, queria ser sua e tê-lo para mim.
Sentir o seu corpo, o sabor dos nossos beijos, o calor daquele momento. Só eu e ele ali, no nosso mundo.

Tava muito bom, muito especial, até ele tentar levantar minha blusa e me fazer congelar.

Eu pensei que estava pronta para isso, mas a cena voltou a atormentar minha cabeça, aquele homem estranho...

Não precisei falar nada, Micael me compreendeu e foi totalmente carinhoso. Ficamos abraçados o tempo todo, pedimos pizza e aproveitamos na nossa paz.

"Só quem sente a força de uma conexão, sabe a sensação de conhecer alguém a dois dias com uma intensidade de dois anos.."

The magic in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora