The magic in your eyes

3

Sophia:

Estávamos a caminho do hospital e eu não conseguia parar de olhar para aquele homem, não sabia o que estava acontecendo comigo, então resolvi quebrar um pouco o silêncio.
- Então, você não me falou o seu nome..
- Nossa que mancada, desculpa a falta de educação, loirinha -deu uma risadinha- meu nome é Micael Borges e o seu?
- Sophia
- Só Sophia ou existe um sobrenome? -riu irônico.
- Sophia Abrahão -sorri junto.
Logo chegamos ao hospital que era bem perto. Eu já estava me sentindo bem, mas precisei responder mil perguntas a uma secretaria que fazia o meu cadastro para ser atendida e lá dentro do consultório médico respondi mais mil.
Agora que eu já estava sozinha e longe do Micael, percebi que talvez eu tenha exagerado um pouco na aproximação com ele e resolvi parar. Eu não sou assim, eu não gosto de estranho e muito menos de ajuda.
Quando o médico me liberou, disse que eu estava bem e precisava apenas de descanso, que tive sorte pois o carro bateu apenas lateralmente em mim e que não tive ferimentos, eu agradeci e procurei uma segunda saída, pedi então a enfermeira para avisar ao Micael que eu já tinha ido embora de táxi e que estava grata por todo suporte.

Cheguei em casa tão cansada, ainda não tinha dormido desde a noite passada, então deitei e dormi pelo resto do dia.

———————————————-
Micael:

Já no carro, eu senti o seu olhar fixado em mim, queria poder fazer o mesmo mas depois do ocorrido o que eu menos precisava era de outro acidente, então prestei atenção apenas na sua respiração que era o único som dentro do veículo.
Nos apresentamos um ao outro e trocamos breves palavras, mas a maioria do trajeto ficamos calados. Minha cabeça martelava aquele momento, estávamos calados e mesmo assim o silêncio não era desconfortável, era calmaria e trazia paz a minha alma.
Chegamos ao hospital e enquanto ela respondia sobre si mesma a uma secretaria, eu aproveitei e anotei o seu número. Tinha certeza que ia precisar dele um dia.
Esperei um bom tempo e nada da loirinha, fiquei preocupado e fui pedir informações a enfermeira que logo me disse que ela foi para casa de táxi.

Quando cheguei a minha casa, os meus pais me esperavam na mesa de jantar, com olhares preocupados e irritados, eles já sabiam do acidente. Me juntei a eles para comer, estava faminto. Percebi que eles estavam falando comigo mas a minha mente estava longe... longe demais para ouvi-los.