A Cidade de Sânge: O Colégio Lunar [Concluído]

Capítulo 6

Selene

Levanto da cama no mesmo estante que a porta do quarto se abre. Maia passa por ela e se joga na sua cama. Olho para ela, que fecha os olhos suspirando bem fundo.

- Aconteceu alguma coisa? - pergunto a Maia.

- Só estou com saudades do Jason. - me reponde melancólica.

Ela e Jason formam um casal perfeito. Foram feitos um pro outro.

- Imagino! Sinto muito amiga. - eu lamento por ela ter que deixa-lo para trás.

Mas acho que ele não viria mesmo que a avó da Maia pagasse a passagem como fez comigo e minha mãe. Jason gosta de Chicago, da floricultura dele, dos amigos, da comodidade que possuí. Não viria para Romênia sem mais nem menos, como estamos fazendo. Mas sei que Maia e Kora então perdendo muito, indo para Romênia, eu não. Não tenho nada que me prenda em Chicago, minha mãe está aqui comigo, então, tenho tudo que quero.

Maia não diz nada por alguns segundos. Tudo na cabine é silêncio. Então decide falar.

- Tudo bem! - ela choraminga. - Não é a distância que vai nos separar. Eu amo o Jason, posso aguentar um ano.

- Sua preocupação devia ser ele, priminha. - Kora diz entrando no quarto com um prato de batata frita.

Olho para Kora a repreendendo. Ela me ignora, larga o prato de fritas perto do mine frigobar e entra no banheiro, deixando a porta aberta para ouvir a conversa.

- Como assim? - Maia questiona com os olhos cheio de lágrimas.

- Não liga para ela, Maia. - falo tentando conforta-la.

- A qual foi? Acha mesmo que ele vai ser fiel a você? - Kora pergunta sarcasticamente a Maia, coloca a cabeça pra fora do banheiro. - Você estando do outro lado do mundo, ele sozinho por um ano inteiro! Ele pode te amar e essa babozeira toda que você acredita, mas só vai ser fiel mesmo se for trouxa, e você otária por acreditar que ele será fiel.

- Kora para com isso! - reprovo o comportamento dela. - Não está ajudando sabia?! Se é para falar merda, melhor ficar de boca fechada, que ajuda mais.

- Só estou sendo realista, Selene. - Kora dá de ombro. - Mas o namorado não é meu, é seu prima, você quem tem que saber como lidar com a distância, não eu. Só dei um toque.

Kora da a volta na cama e se deita no seu canto, de costas para mim e Maia. Reviro os olhos para ela e volto a encara Maia, que começou a chorar.

- Maia, não chora! - eu falo para ela ao me levantar e ir abraça-la. - Jason é um menino bom, gentil e amoroso, ele vai esperar por você. Ele não é igual aos outros, lembre-se disso.

- Tem razão. - ela funga retribuindo o abraço. - Ele me ama. Vai me esperar.

- Sim, ele vai.

Ficamos conversando sobre mais algumas coisas até que Maia pega no sono ao meu lado. Eu levanto da cama, sem acorda-la e me deito ao lado de Kora, que está dormindo na mesma posição quase uma hora. Me certifico de que ela está mesmo dormindo, e pego no sono.