A Cidade de Sânge: O Colégio Lunar [Concluído]

Capítulo 7

Kora

Selene ainda está emburrada porque não acredito que ela tenha visto mesmo um corpo dentro do almoxarifado.

- Selene não havia corpo quando voltamos lá. - eu argumento pela milésima vez. - Nem sangue algum.

- E o sangue na minha mão? - ela mostra a mão que sujou mas agora já lavada.

- Você pode ter tocado em algum lugar com tinta vermelha fresca. - eu suponho. - Ou quem sabe alguém entornou algumas tinta dentro do armário e você tocou nela, ou até mesmo foi a gente quem entornou quando entramos lá.

- Por que não vimos a tinta entornada ou uma lata de tinta quando voltamos? - ela pergunta cruzando os braços.

- Eles devem ter limpado, eu sei lá. - suspiro cansada do assunto.

- Eu sei o que eu vi. - Selene se levanta e sai andando do restaurante.

Dário está parado perto da porta e vê a cena. Olha para Selene e depois para mim, vindo na minha direção.

- O que acabou de acontecer? - pergunta de pé na minha frente.

Esfrego o rosto e o cubro com a mão respirando bem fundo. Quero dá um voto de confiança na Selene, mas não tendo um corpo fica difícil acreditar. Além dela ser fanática por coisas nada haver e inventar histórias sem pé nem cabeça, ela disse que o rapaz de uniforme pode ser um vampiro que matou aquela menina, por isso ficou zangado quando nos viu. Disse também que muitos tripulantes podem ser vampiros também. Ou seja, ela deve está imaginando isso, porque estamos indo para Romênia país dos vampiros, e ela ama tudo relacionado com isso. Além das minha mãe e da minha tia, Selene é a mais animada com o fato de estarmos indo a Romênia.

Dário se senta de frente para mim me encarando a espera da resposta. Eu tira a mão do rosto e suspiro balançando a cabeça. Dário coloca a língua para fora e faz uma careta, me fazendo rir.

- Por que tão séria? - pergunta fazendo outra careta.

Não tinha percebido o sotaque dele ontem. Mas agora é evidente que ele não é Americano porém fala minha língua fluente, mas o afinado deixa transparecer seu sotaque escondido, ele também não tem sotaque Inglês. Eu o encaro tirando minha franja do olho, esfrego o queixo e não consigo evitar não abrir um sorriso para o rostinho lindo na minha frente. Ainda mais se ele está tentando me alegrar, eu mal o conheço e já gosto dele, de verdade. E olha que isso é difícil vindo da minha parte.

- Então o que aconteceu para sua amiga sair daquele jeito? - volta a perguntar.

Decido contar, que mal tem?

- A Selene ela vê as coisas de um modo diferente, ela acredita em lendas e histórias de terror. - começo por isso. - Ela é fanática, tipo maluca mesmo, por vampiros e lobisomens. A mais animada com essa viagem é ela, tudo porque está louca para conhecer o castelo do Drácula. Não que eu não esteja, pois cara é o Castelo do Drácula! Mas a Selene leva isso a sério demais, ela acredita mesmo que lobos e vampiros são reais.

- Então é cética? Não acredita nessas coisas. - Dário pergunta com a sobrancelha levantada.

- Eu estaria mentindo se dissesse que sou um dessas pessoas que não crer em nada. - argumento pensando em uma boa resposta. - Acredito em algo. Não é a toa que sou...