Capítulo 30

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Átila

Minha manhã já começa estressante. Emily, minha namorada, está ao telefone a mais de uma hora desde que acordei me importunando sobre a voltas as aulas, que começam hoje e sobre nosso relacionamento também, sendo que daqui a meia hora temos que está na escola. Ela as vezes consegue ser super exagerada e paranóica com certas coisas. Não faz nem uma semana que voltamos de uma viagem que fizemos juntos e mais alguns amigos e familiares, e ela já está reclamando que eu estou distante e frio com ela. Bem, passamos as férias todas grudados e isso é algo que odeio, mas fiz para agrada-la, e quando cheguei de viagem queria um momento para mim, por isso a evitei um pouco, mas nada de mais. Como eu disse ela é exagerada e paranóica, acha que estou escondendo algo dela, que quero terminar ou algo assim.

- Emy preciso desligar, amor. - digo a ela de forma gentil. - Ainda não tomei meu banho e nem meu sangue do dia.

- Affe! Está vendo? - ela resmunga do outro lado da linha. - Você está seco comigo.

- Emy para de paranóia. - falo para ela. - Preciso ir. Tchau!

Desligo antes que ela possa dizer algo.

Me levanto da cama indo direto para o banheiro tomar meu banho. Não demoro muito embaixo do chuveiro, ao sair enrolo a toalha na cintura e arrumo meu cabelo molhado jogando todo para trás. Quando saio do meu banheiro dou de cara com Emily parada no meio do meu quarto. Olho para a porta do quarto e depois para a janela aberta por onde ela deve ter entrado. Suspiro e a encaro tentando manter a calma.

- O que está fazendo aqui, Emily? - questiono dando as costas para ela.

Vou até meu armário pegar uma roupa limpa.

- Queria saber se estava mesmo no banho ou foi só uma desculpa para desligar na minha cara. - responde de forma desaforada.

- Como você pode ver, tava no banho. - resmungo.

Coloco a roupa bem rápido e me viro para ela com cara de quem não gostou da visita matinal.

- Você precisa parar com isso. - digo a ela com muita seriedade. - É muito obsessiva e possessiva comigo. Uma hora eu vou cansar.

Depois de terminar de falar saio do quarto deixando ela lá sozinha. Não espero ela argumentar nem nada, apenas desço as escadas da minha casa para o primeiro andar. Não ouço ela me seguir, então sei que ela foi embora.

Não sou uma pessoa paciente e muito menos amorosa. Emily sabia disso quando começamos a namorar, deixei isso claro desde o começo da relação. Mas ela achou que eu mudaria com o tempo, não, iludida, que pena. Sou assim desde que me conheço por gente, desde que nasci. Sou impiedoso, grosso, desprovido de humildade e compaixão. Não consigo ser como Emily quer que eu seja, ela mesmo não é isso tudo que gosta de transparecer que é. Como eu, ela é uma vampira, é do nosso feitio sermos pessoas frias e más.

- Como dormiu? - minha mãe me pergunta.

- Muito mal. - resmungo abrindo o frigorífico que temos na cozinha. - Ainda me acostumando com a rotina de acordar de manhã para ir a escola de novo.

A Cidade de Sânge: O Colégio Lunar [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora