Prólogo

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[N/A]: Para os que passaram da tela de descrição e chegaram até aqui, meus sinceros agradecimentos pelo voto de confiança! Esse é meu primeiro grande projeto artístico e nele estou cumprindo diversos desafios pessoais, tanto em escrita quanto em ilustração. Meu objetivo aqui é simplesmente unir três grandes paixões da minha vida: histórias, desenhos e Voltron, e compartilhar com vocês. E espero que vocês se divirtam lendo a fanfic, tanto quanto eu me diverti escrevendo ela. Obrigada desde já pelo feedback, nos vemos em Altea! o/

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O peito já arfava, pela falta de fôlego, e os pezinhos descalços afundavam nas cobertas a cada pulo na cama. Com as mãos apoiadas na beira da janela, ele fitava o céu estrelado e a lua, tão branca e iluminada naquela noite. Não podia evitar, estava morrendo de ansiedade.

- Keith, a noite não vai passar mais rápido se você a ficar encarando.

- Mas eu não quero dormir! – o garotinho protestava enquanto sua mãe o segurava pela beira da camisa, o convencendo a sentar – Olha, não estou cansado!

E insistia em mostrar sua energia acumulada, pulando mais e mais em cima da cama. Não era justo que o dia tivesse acabado tão cedo, ele ainda podia fazer mil coisas enquanto estivesse acordado. E, se assim precisasse, esperaria até o nascer do sol para continuar suas atividades.

- Sim, eu sei. Você nunca se cansa mesmo. Mas tenha um pouco de consideração pelo Dia.

- Pelo Dia? – foi uma coisa tão curiosa de se ouvir que Keith precisou interromper seus pulos enérgicos para entender o que sua mãe havia acabado de dizer.

- Claro! Você fez tantas coisas hoje que eu não ficaria surpresa se o Dia estivesse cansado. Talvez você não precise, mas Ele, com certeza, precisa de um descanso. Por isso está de noite!

Interessante. Keith nunca havia pensado por esse ângulo. Talvez ele estivesse incomodando o Dia e agora estava se sentindo um pouco culpado. Finalmente, depois de refletir sobre sua excessividade, deixou-se cair sentado na cama, cruzando as pernas, escondendo os punhos no espaço entre elas e encolhendo os ombros, envergonhado.

- Acha que o Dia precisa dormir então?

- Sem dúvidas. E acho até que você deveria ajudá-lo.

- Mas como eu posso fazer isso?

- Talvez, se você também se deitar e fizer companhia para Ele, Ele se sinta mais aconchegado.

- Como um ursinho de pelúcia?! – Keith pergunta, pegando o espírito da conversa.

- Exato! Como um ursinho de pelúcia. – Ela faz cócegas nele, fazendo Keith deitar.

- Ouviu, Dia?! Hoje eu vou ser seu ursinho de pelúcia!

- Promete que vai fazer companhia para Ele a noite toda? – Ela o cobre com uma coberta e ajeita o travesseiro, levantando sua cabeça.

- Prometo! Aí a gente vai poder brincar mais quando ele acordar!

- Isso mesmo. – Ela acaricia sua bochecha, como se beliscando-as, e lhe dá um beijo na testa – Boa noite, meu ursinho.

Ao passar a mão em sua cabeça, sua mãe diminui o fogo da lamparina no criado-mudo e se levanta da cama. Chegando perto da porta, Keith faz seu último pedido do dia.

- Mamãe?

- Sim?

- Pode contar uma história pra gente?

Ela suspira, recuperando suas forças para mais uma tarefa do dia. E, com um sorriso no rosto, volta para a cama e senta ao lado de Keith, colocando a mão por cima de seu peito.

- E que história vocês querem ouvir hoje?

Keith pensa por dois segundos, entortando a boca.

- A da rosa azul.

- Achei que tinha esquecido dessa! Você nunca a pede. – em resposta, Keith balança a cabeça negativamente, dizendo que ele não se esquecera.

- Tudo bem então. – Ela pensa por uns momentos, tentando se lembrar como começava.

"Há muito tempo, em um reino muito distante, existia um rei, cujo maior sonho era ter um filho que, um dia, pudesse reinar em seu lugar."

Depois de muitos anos de tentativa, os céus o conceberam um lindo filho. O príncipe, desde pequeno, era muito inteligente, gentil e educado. Cumpria todas as suas obrigações e era bom em tudo o que fazia. Só havia um problema: ele era muito teimoso. E se ele decidia que não queria fazer alguma coisa, ele não fazia de jeito nenhum. 

O príncipe cresceu saudável, forte e bonito. E o rei sabia que estava na hora dele se casar, para que pudesse assumir o trono no futuro. Mas, o príncipe não queria casar de jeito nenhum e recusou todas as pretendentes que seu pai lhe oferecia. O rei insistia em convencer seu filho a se casar com alguém. Então, para a felicidade de seu pai, o príncipe cedeu ao pedido e aceitou se casar. 

Mas apenas com aquele que lhe trouxesse uma rosa azul...

Blue RoseOnde histórias criam vida. Descubra agora