17. Professor Park

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As mudanças no comportamento de Lisa e Sehun não passaram despercebidas pelos cientistas e médicos que analisavam Jimin. Quando reportaram tal fato a Seunghyun, foi solicitado que os mesmos aparelhos medidores da atividade cerebral usados no Park, fossem colocados nos dois, e que também passassem a ser monitorados diariamente.

Em contrapartida, os exames em todo aquele tempo não tinham dado nenhum tipo de resultado concreto. O cérebro do chef, bem como suas funções vitais, não diferiam em muita coisa aos das pessoas do futuro. A não ser que ele era bem menos resistente à muitas coisas. Isso estava começando a frustrar a equipe responsável por esse experimento, já que havia passado quase um terço do tempo de sobrevivência. Eles estimavam que com a câmara de simulação de seu quarto, Jimin poderia viver alguns meses a mais, porém tudo era especulação, ninguém tinha certeza de nada, pois ele era a primeira pessoa a viajar para o futuro.

[...]

Naquele dia, Jimin acordou bem disposto, e depois de ser alimentado e examinado, foi até o espelho, como era de hábito quando precisava de algo. Pediu para que chamassem Sehun, sendo que o rapaz chegou alguns minutos depois.

— Bom dia, como você está hoje? – Jimin sempre era sarcástico, para rebater o mal humor do outro.

— Estou ótimo, o que posso fazer para servi-lo, senhor? – em compensação, Sehun já havia aprendido a usar o mesmo tom, revoltado porque seus superiores sempre o obrigavam a fazer tudo que Park desejava.

Aliás, ele já estava ficando irritado com o fato de que Jimin era quem mandava em tudo por ali ultimamente. Para extrair bons sentimentos dele, Seunghyun fazia todas as vontades do baixinho. Além disso, os exames que ele tinha que fazer todos os dias não lhe agradavam nem um pouco.

— Eu queria ir para algum lugar mais distante hoje, que eu não veja pela janela. Será que existe algum lugar interessante que eu possa conhecer?

— Tem um museu, talvez você, que é uma antiguidade goste de estar lá...

— Ótima ideia, partiu!

Era a primeira vez que Jimin andava em um dos veículos do futuro. Os carros eram pequenos e brancos, e funcionavam através de maglevs (veículo que se move flutuando através de um campo magnético muito forte, chegando a altíssimas velocidades), não precisavam de motorista, bastava falar ao GPS onde queriam ir, e o automóvel se encarregava do resto. Apesar do tamanho, o interior dele era confortável e a viagem durou em torno de trinta minutos.

Quando chegaram na frente do Museu, Jimin identificou um monumento razoavelmente grande, que representava vários livros e a inscrição "Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar. Friedrich Nietzsche"

— Pelo jeito vocês cultuam conhecimento né...

— Pessoas são fracas, divindades são metáforas, apenas o conhecimento é verdadeiro e imutável – o soldado disse, de forma séria.

— Que besteira... nada é imutável!

— É, talvez você tenha razão – Sehun pensou sobre seus próprios conflitos internos.

— Se gostam de Nietzsche tem uma citação bem mais legal: "É preciso ter o caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante."

Sehun gostou da frase, mas preferiu se manter em silêncio e continuar andando.

Entrando no local, que estava vazio por sinal, o chef contemplou as obras, quadros de vários tipos e tamanhos. No meio de todos os desenhos, uma pintura grande lhe chamou a atenção. Uma pessoa pequena e delicada sob os pés de alguém forte e másculo, com uma batalha acontecendo ao fundo. Se não soubesse de todo o contexto, Jimin acharia aquela briga um tanto quanto injusta.

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