24. Incompreendido

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 Jungkook agradecia mentalmente todos os dias às forças da natureza por ser um humano incapaz de suar porque, correr dez quilômetros sob o sol todas as manhãs havia se tornado uma tarefa muito cansativa depois de sua estadia no passado. Sabia que era muito mais forte antes daquilo tudo acontecer, mesmo assim não se arrependia. Só não conseguia compreender que, mesmo sabendo que ele tinha tantas restrições, ainda lhe obrigavam a participar de treinamentos pesados. Aliás, tudo aquilo não fazia o menor sentido, já que a humanidade nunca entrava em guerra e a taxa de violência era nula. Sentia-se um verdadeiro idiota, mas ainda precisaria esperar um pouco para poder ir junto com Jimin para uma das casas e se livrar do exército.
 
Os outros soldados já haviam seguido para a próxima estação, que era treino de tiro, enquanto ele ainda estava parado no meio da pista de atletismo, tentando recuperar o fôlego, quando seu superior se aproximou.
 
— Já está cansado tenente? O dia mal começou.
 
— Você sabe que estou doente Sehun. Não foi você que fez questão de contar isso pro Jimin?
 
— Em primeiro lugar – o mais alto se aproximou ainda mais, encarando-o de maneira ameaçadora. – Pra você, é general Sehun, e deve me chamar de senhor, não esqueça que sou seu superior. Em segundo, eu só comentei porque eu não sabia que a relação de vocês era baseada em mentiras. Achei que eram sinceros.
 
— Voc... O senhor não sabe nada sobre nossa relação. Pode até achar que entende alguma coisa do Jimin, mas a realidade é que ele me ama, e nada vai mudar isso.
 
— Eu sei disso Jeon, mesmo assim foi muito bom quando ele estava quase nu, encaixado atrás de mim, me ajudando a tocar o Baekhyun.
 
O sorriso de lado do general foi desfigurado quando repentinamente Jungkook lhe desferiu um soco, acertando em cheio sua boca. Um filete de sangue escorreu no canto do lábio de Sehun, que limpou com o polegar e voltou a sorrir de forma maliciosa.
 
— Acho que o Jimin não vai gostar nenhum um pouco de saber que você está surtando dessa maneira. Não pega nem bem um soldado ficar tendo ataque por ciuminho.
 
Cada palavra que saía da boca do general era capaz de irritar Jungkook em um grau extremo. Mesmo que fosse irracional, desde que soube como seu superior gostava de seu namorado, era incontrolável o ciúme que tinha. Sabia que Jimin lhe amava e Sehun não era uma ameaça, mas suas provocações engatilhavam as piores sensações dentro de si.
 
Quando foi dar outro soco no mais velho, este segurou sua mão com força, torcendo seu braço. Jeon gemia de dor, mas conseguiu se desvencilhar, acertando um chute no meio do peito de Sehun, que caiu de costas no chão. Sem pensar no que fazia o garoto foi pra cima dele, tentando acertar mais socos em sua face. Alguns Sehun conseguia proteger com os braços, outros acabavam lhe atingindo.
 
Nesse momento Jimin, que havia saído apenas para caminhar e ver como seu namorado estava, acabou encontrando-o em cima de seu amigo.
 
— Jungkook! – sua voz soou estridente enquanto corria em direção aos dois soldados. – Para com isso – ele tentou segurar o braço do mais novo, mas acabou sendo empurrado e caindo de bunda no gramado.
 
Vendo isso, Sehun fez uma jogada de corpo, conseguindo inverter as posições, dominando Jeon. Mas não lhe bateu, apenas saiu de cima dele e foi estender a mão para ajudar Jimin a levantar.
 
— Vocês estão loucos? – Jimin perguntou irritado, limpando seu bumbum da terra e do mato.
 
— Esse seu namorado descontrolado que me atacou, Jimin – o general soou entediado como na maioria das vezes. – E além de tudo, empurrou você.
 
— Mas ele que começou, eu juro – Jungkook disse de forma inocente.
 
— Eu não quero saber! – o baixinho estava possesso. – Não quero ver ninguém brigando por minha causa. Já chega dessa picuinha entre os dois.
 
— Você tem razão, como sempre Jimin – Sehun disse. – Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço, e merecia muito mais que isso – apontou para Jungkook. – Mas se seu coração o escolheu, não vou ficar aqui sendo um estorvo.
 
— Você não é nada disso – Jimin não gostava de ver ninguém mal.
 
— Eu vou me retirar, vou sair da base, ver se Baekhyun me aceita lá, senão pego uma das casas pra mim.
 
— Eu acho que vai ser bom pra você. – o menor sentia mesmo que Sehun poderia ser mais feliz lá.
 
— Não tem nada de bom pra mim em lugar nenhum Jimin, mas eu vou tentar.
 
— Vai dar certo, você vai ver – Jimin segurou as mãos dele entre as suas, enquanto Jungkook apenas observava, tentando controlar seu ciúme.
 
— Bem, eu vou falar com o marechal e depois ir direto pra lá. Se me dão licença – ele saiu a passos largos, deixando Jungkook estarrecido e Jimin um pouco culpado.
 
— Nossa, se eu soubesse que seria tão fácil tinha dado na cara dele antes!
 
— Você aprendeu a ter sentimentos e se expressar como um ser humano normal, mas não aprendeu que nem tudo que a gente pensa a gente fala né! Totalmente sem filtro, pra falar isso num momento tão inconveniente – Jimin revirou os olhos.
 
— Que que tem? Eu odeio ele mesmo, e daí? – para o mais novo tudo parecia muito simples e óbvio.
 
— Pois eu não quero mais ver o senhor fazendo barraco por ciúmes, que mico! – o menor puxou a orelha do soldado, que abaixou a cabeça gritando que estava doendo.
 
— AAhhh tá bom, tá bom. Eu não faço mais – mesmo assim ele ria, achando engraçado o baixinho todo nervosinho daquele jeito. Puxou-o pela cintura para dar um beijo em meio a seus sorrisos, e mesmo carrancudo, Jimin correspondia, cedendo aos poucos às carícias do namorado.
 
[...]
 
— TEM ALGUÉM BATENDO NA PORTA, LISAAAA! – Rosé gritou da cozinha, ocupada com a louça.
 
— TÔ INDO! – a moça veio do quarto, ainda de pijamas, surpreendendo-se ao dar de cara com Sehun. – Ah, oi! Você por aqui...
 
— Olá. – ele se sentia um pouco envergonhado por bater na casa dos outros, pedindo pra se acolhido depois de tê-los desprezado. – O Baekhyun tá aqui com vocês ou ele ficou em outra casa?
 
— Ele tá aqui sim, mas agora ele tá lá na horta. A gente que tem que cuidar, plantar irrigar e tudo o mais.
 
— Entendo, você acha que devo falar com ele? – dessa vez o soldado queria um conselho. – Será que ele não tá chateado comigo?
 
— Talvez ele esteja um pouco, mas acho que ficará feliz em te ver – a ruiva sabia que seu amigo queria mesmo ter uma chance com aquele homem, que na visão dela, era um chato sem a menor graça.
 
— Certo, com licença Lisa.
 
Caminhando para ir até a parte de trás do grande terreno daquele condomínio, Sehun observava as belas casas. Elas não eram nada modestas e sim modernas e, apesar de não muito grandes, arrojadas. Quando finalmente chegou na horta, viu Baek, com seus cabelos cinzas, em um canto, controlando a irrigação. Do outro lado Yoongi olhava para alguns frascos que continham sementes, decidindo qual iria plantar hoje.
 
— Olá – Baekhyun abriu um sorriso ao ver o general ali.
 
— Oi Baek, tudo bem? – Sehun ainda se sentia estranho e constrangido.
 
— Tudo... A que devo sua visita?
 
— Na verdade não estou de visita. Eu vou me mudar pra cá – o sorriso do menor aumentou ainda mais ouvindo aquilo. – E eu queria saber se me aceitam com vocês, senão tudo bem, eu pego outra casa pra mim.
 
— É claro que quero que fique! – Baek exultava de alegria. – Vou ter que perguntar pras meninas claro, mas tenho certeza que elas vão deixar – disse, contente. – Yoongi, eu vou ter que resolver umas coisas, mais tarde eu termino isso! – avisou.
 
— Tá bem – o esverdedado respondeu, voltando a se concentrar nos rótulos.
 
 
Apesar de torcer o nariz para mostrar que ainda não estava convencida de que Sehun faria seu amigo feliz, Lisa aceitou que o general ficasse lá. De início, ele decidiu ficar com um quarto só pra ele, achava que ainda não deveria dormir na mesma cama que Baekhyun.
 
Sua convivência era tranquila, Baek lhe tratava muito bem, Rosé era simpática ao seu modo e Lisa, apesar de às vezes lhe dar umas alfinetadas, no geral era muito querida.
 
Jimin costumava fazer visitas à casa, já que tinha se tornado muito amigo da ruiva. Porém, Sehun saía para cuidar da horta ou de qualquer outra coisa assim que o chef e seu parceiro chegavam. Para ele era difícil ainda manter uma amizade, e Jungkook ficava muito satisfeito, já que o detestava de qualquer maneira.
 
Este tinha sido um desses dias, em que Jimin veio visitar Yoongi com seus amigos, deixando-os lá para vir falar com Lisa. Mesmo que o Park estivesse sem Jungkook nesse dia, o general decidiu ir até o museu, só pra passar o tempo enquanto isso.
 
— Sehun! – ouviu a voz doce de Baek lhe chamar quando estava entrando no carro.
 
— Sim?
 
— Posso ir com você? – seus olhinhos solícitos acabaram convencendo.
 
— Tá, vem...
 
No curto caminho os dois permanecem em silêncio. Sehun, apesar de querer se aproximar, ainda não sabia como fazer, se sentia tímido e nervoso. Baekhyun às vezes o olhava de rabo de olho, admirando sua beleza. Sempre que podia, elogiava seu colega, tentava toques sutis, como um roçar de mãos, um contato corporal leve, para mostrar seu interesse.
 
Baek nunca tinha ido naquele local, e o achou belo, de um modo meio desconcertante, talvez por ser tão deserto.
 
— As coisas aqui são diferentes... – ele disse, enquanto caminhavam por um corredor cheio de esculturas.
 
— Eu nunca imaginei que pudesse gostar de vir aqui. Mas li algumas coisas sobre arte e aí gosto de identificar cada estilo, e o que as obras tentam expressar.
 
— Acho que só quem tem sentimento, por mínimo que seja, é capaz de apreciar esse local.
 
— Com certeza.
 
— Sehun... – Baek precisava desabafar, porque já estava se sentindo sufocado. – Tudo bem eu gostar de você? Eu sinto às vezes como se isso fosse te incomodar.
 
— Oh... – ele não sabia bem o que dizer. – Me desculpe por agir assim – pegou em suas mãos, ficando de frente para o menor. – É claro que pode gostar de mim, eu ainda estou num processo, você sabe que sinto algo forte por outra pessoa e não sei bem o que sinto por você, mas estou disposto a abrir meus horizontes, e quero aprender a gostar de você ainda mais.
 
— Podemos trabalhar nisso – seu sorriso era tão radiante, que fez o maior sorrir também.
 
Com os corações acelerados, as mãos geladas, os rostos se aproximaram e selaram um beijo, meio trêmulo pelo nervosismo e inexperiência, mas que representava um acordo de cumplicidade. Baekhyun foi o primeiro a tentar aprofundar o beijo, passando a língua nos lábios de Sehun, que logo se abriram, tornando aquele momento mais intenso. As mãos afoitas do acinzentado passeavam pelas costas largas, enquanto o soldado apertava sua cintura.
 
— Será que agora você pode mudar pro meu quarto? – Baek achava desnecessário desde o início que eles não dividissem o mesmo.
 
— Tá bem, eu vou – o mais alto disse, sorrindo.
 
Mas se Baek achava que eles finalmente teriam uma noite de amor estava muito enganado. O general dormia consigo de conchinha, rolavam até uns amassos mais quentes, uma mão boba vez ou outra, mas a inexperiência e timidez de Sehun o impediam de chegar mais longe. O mais baixo também não poderia dizer que tinha alguma prática, já que eram raras as vezes em que se sentia carente a ponto de dividir a cama com Lisa e Rosé. Mas obviamente que o sexo com elas era totalmente diferente do que seria com o soldado. E nesse impasse, acabavam sempre indo dormir meio frustrados.  
 
[...]
 
— Bom dia Hobi – Jimin acabara de acordar, e viu seu amigo deitado sozinho na cama ao lado. – Cadê o Taetae?
 
— O Suga veio aqui fazer seus exames diários, aí o Tae foi com ele. Depois eles vão pra casa dele – sua voz soava fraca e abatida.
 
— Mas e você, não vai?
 
— Eu tô me sentindo mal. Ontem a gente deu uma volta na cidade e acho que tô sentindo os efeitos. Mal consigo levantar da cama, até vomitei.
 
— Mas e o Tae simplesmente sai e deixa você assim? – Jimin ficou indignado.
 
— Eu que disse pra ele ir. Ele não queria, preferia ficar aqui cuidando de mim. Mas convenhamos, não tem nada que ele possa fazer, e não acho certo privá-lo da convivência com o Suga, já que não sabemos até quando poderemos estar com ele – Hoseok explicou seus motivos.
 
— Ah sim, entendo. – Jimin suspirou tristemente. Ainda não sabia se ele mesmo iria poder ficar no futuro, muito menos seus amigos. Mas Jungkook tinha dado a entender que se fosse o caso, só Jimin mesmo ficaria, e isso lhe deixava chateado por seus amigos.
 
Seus pensamentos foram interrompidos quando alguém bateu na porta. Jimin foi abrir, achando estranho porque sempre entravam sem bater.
 
— Baekhyun! – não esperava receber essa visita.
 
— Oi Jimin, eu posso falar um pouco contigo?
 
— Sim, entre – o ex soldado se acomodou na poltrona branca.
 
— Eu queria te pedir um conselho... Sobre o Sehun.
 
— Ah! Vocês estão juntos? – Jimin se empolgou com o assunto.
 
— É... meio que estamos, mas não rola nada além de beijo – Baek parecia chateado.
 
— Mas por que isso? – o chef achou um absurdo.
 
— Acho que ele é meio tímido, e eu não sei direito como chegar, já que, apesar de gostar dele, até agora só fiquei com garotas.
 
— Olha Baek, eu não sei, as coisas tem que fluir naturalmente pra ser legal sabe – o Park explicou. – Vocês não dão uns pegas mais fortes?
 
— Eu acho que sim, mas aí quando está ficando quente, ele para e a gente vai dormir – o rapaz fez um bico, descontente.
 
— Mas assim, você sente se ele fica de pau duro?
 
— Aff Jimin, você não era pervertido desse jeito antes. O que fizeram com você? – Hobi deu risada ao ouvir a conversa.
 
— Quietinho aí, eu não sou nada disso, só tento ajudar as pessoas do futuro a desabrocharem seus desejos.
 
— Aham, sei... – o mais velho continuou zoando.
 
— Esquece meu amigo, Baek, e me diz, acontece ou não?
 
— Sim, ele fica daquele jeito, e eu também.
 
— Então, quando você perceber isso, vá como quem não quer nada se roçando nele, mostrando como você também tá duro. Aos poucos, vá deslizando sua mão pelo peitoral dele, descendo até adentrar a camiseta e acariciar o abdômen – conforme Jimin falava, as bochechas do rapaz iam ficando coradas, só de imaginar fazer o que ele dizia. – Aí pegue no pênis dele por cima da calça mesmo e vá apertando e massageando, sentindo suas reações, percebendo onde e de qual maneira ele mais gosta de ser tocado...
 
— E depois disso?
 
— Insista um pouquinho. Sente no colo dele, assim fica mais difícil dele fugir, e tente encaixar o pau dele entre suas nádegas. Aí você vai rebolando devagar, aproveitando pra arranhar o tórax, beijar o pescoço, sabe? Vá explorando, eu duvido que ele vá querer fugir.
 
— Mas se eu sentar assim, quer dizer que depois eu que vou ter que... – ele não imaginava como seria a sensação de ser penetrado, tinha um pouco de medo.
 
— Só se você quiser... – Jimin prosseguiu. – Tome um banho e se certifique de ficar bem limpinho, procure algum tipo de gel ou algo que ajude a deslizar, se é que me entende... – Baekhyun estava com cara de preocupação durante a explicação. – Vai doer bastante no começo, mas é normal. Vá se acostumando aos poucos, que depois vai ficar muito bom. É claro que só deve fazer isso se realmente estiver afim.
 
— Eu quero muito o Sehun – ele disse, rapidamente. – Obrigado Jimin, eu vou tentar... Espero que dê certo.
 
— Eu também, quero muito que vocês dois sejam felizes juntos.
 
— Tchau! – Baekhyun se despediu, satisfeito e animado para executar aquelas ações.
 
[...]
 
— Será que o Hobi não vai mesmo ficar chateado de você ter vindo pra cá sozinho? – Yoongi estava preocupado com o moreno.
 
— Eu conheço ele muito bem, Verdinho. Ele que insistiu muito, ele ia ficar mal se eu ficasse lá. Se sentiria culpado. O Hoseok ama cuidar de todo mundo, mas não deixa ninguém cuidar dele, aquele chato – Tae sabia bem como o namorado era.
 
— Você me ajuda a fazer a irrigação lá na horta então?
 
— Eu não, o agricultor agora é você. Se vira.
 
— Nossa, que tipo de namorado você é! – Yoongi reclamou, rabugento.
 
— Do tipo lindo que não suja as mãozinhas com terra.
 
— Mas é só ligar uns aparelhos que fazem todo o serviço sozinho, sua anta!
 
— Então não precisa da minha ajuda mesmo, pra algo tão fácil. Vou te esperar aqui... – o mais novo se esparramou no sofá, deixando Yoongi ainda mais irritado.
 
— Aff! Eu já volto – saiu batendo os pés. – Folgado, idiota, sem noção. Onde eu tava com a cabeça de me envolver com uma criança ridícula dessas – resmungava para si mesmo enquanto ia fazer seu trabalho.
 
Taehyung adorava vê-lo nervosinho daquele jeito, achava que ele ficava muito fofo, e lembrava os tempos em que Yoongi não queria admitir que gostava muito dele. Ficou lá deitadão, esperando seu soldado voltar do trabalho, o que não demorou muito.
 
— Eu disse que não precisava de ajuda. Você fez tudo rapidinho.
 
— Mas preferia ter sua companhia, seu desnaturado!
 
— AAhh, agora sim! – se levantou para abraçar ele por trás como um ursinho, Taehyung adorava fazer isso. – Gosto quando admite que só queria ficar pertinho de mim.
 
— Eu não, você só me irrita. O Hobi tinha que estar aqui pra me impedir de te matar.
 
— Eu concordo que ele tinha que estar aqui, mas pra te ajudar a acabar comigo – sua fala veio carregada de malícia, virando Yoongi de frente para si, afim de lhe beijar.
 
— Eu odeio você, Taehyung – o menor falou baixinho, mas a maneira manhosa como falou isso dizia exatamente o contrário.
 
— Também odeia quando faço isso? – usou a língua para brincar um pouco com o lóbulo do esverdeado, puxando-o entre os dentes, para depois depositar beijinhos estalados no pescoço alvo.
 
— Sim – ele suspirou, quase num gemido.
 
Taehyung foi empurrando ele devagar em meio a mais um beijo, até chegarem no sofá, fazendo o soldado sentar e colocando suas pernas uma de cada lado do corpo alheio, a fim de atacar seu pescoço mais uma vez, dessa vez dando chupões um pouco mais fortes e movendo o quadril em cima do membro que começava a ficar ereto.
 
— Taetae... devemos fazer isso mesmo que o Hobi não esteja aqui?
 
— Ele não vai se importar, eu só quero ficar com você o máximo que eu puder, Verdinho – disse, antes de dar mais um beijo em sua boca.
 
— E por que você quer ficar comigo o máximo que puder? – Yoongi queria ouvir aquilo que Tae quase nunca falava.
 
— Por que sou seu neném, você tem que cuidar de mim – o maior olhava em seus olhos, com os braços em volta de seu pescoço.
 
— Meu neném nada, não é tu mesmo que vive se gabando por ser maior que eu! – Yoongi ria.
 
— E também porque você é muito bonito – se aproximou, encostando os narizes, para sentir a respiração pesada do esverdeado. – E muito gostoso – sussurrou com sua voz grave, que deixava o soldado arrepiado.
 
— Só isso Taetae? Só por isso que quer ficar perto de mim? – usou de sua força para inverter suas posições, deitando o mais novo no sofá para ficar por cima dele, apertando sua bunda em seguida.
 
Taehyung voltou a puxar seus pescoço e lhe beijar, tentando friccionar seu pau no dele, já imerso na excitação que Yoongi era capaz de lhe causar.
 
— O que você quer hoje então, neném? – o de cabelos verdes mordeu o lábio inferior do outro.
 
— Quero tudo – ele respondeu. – Mas primeiro, quero que me faça seu.
 
Animado com a resposta, Yoongi tirou a camiseta dele, analisando aquela pele dourada que ele tanto adorava, aproveitando para lamber e beijar todas as partes daquele tórax, se concentrando por mais tempo nos mamilos amarronzados, sentindo o corpo sob si tremer conforme chupava e mordia suavemente os biquinhos.
 
— Você aprendeu tão bem Yoongi – Tae gemia baixinho.
 
— Eu gosto quando me chama pelo meu nome.
 
— Então me fode, Yoongi...
 
O soldado gostava de dar prazer para seus amados, fazia o máximo para aprender tudo, já que no início os dois sempre se focavam nele, dando-lhe o máximo de estímulos possíveis, agora que já sabia melhor o que fazer gostava de retribuir. Tirou o resto da roupa de Tae, assim como as suas, voltando a deitar sobre ele e beijá-lo, mas dessa vez sentindo a pele dele contra a sua, era muito melhor. Ele não conseguia nem descrever o quanto gostava quando estavam abraçados nus, o quanto era bom sentir o corpo despido, quente e suado, contra o seu. Levou a mão até o membro inchado do mais alto, que gemia cada vez mais, masturbando-o num ritmo quase torturante.
 
— Yoon, vem logo, quero sentir você aqui dentro – Tae se contorcia na busca por mais contato, pegando a mão livre de Yoongi para colocar perto de sua entrada necessitada.
 
— Então me diz por que quer ficar comigo o máximo de tempo que puder? – perguntou antes de molhar seu dedo com bastante saliva, e introduzir na cavidade apertada.
 
— Eu já disse – ele mordia os lábios, excitado com o movimento da mão alheia em seu pau lambuzado de pré gozo. – Ah.. isso, assim – seus pensamentos ficavam cada vez mais desorganizados agora que dois dedos iam e vinham dentro de si ao mesmo tempo em que era masturbado.
 
Yoongi adorava a visão do garoto descabelado e gemendo, perdido em prazer. Se sentia extasiado em conseguir causar aquele tipo de reação sozinho, sem precisar de Hoseok lhe ensinando como fazer. Ergueu as pernas do maior, colocando-as sobre seus ombros.
 
— Você sabe o que quero ouvir – nesse momento até mesmo a voz e o modo autoritário de falar deixavam Tae mais e mais excitado.
 
— Vem Yoongi, acaba comigo, por favor – sentia o membro grosso cheio de lubrificante pincelando sua entrada, que piscava depois dos dedos terem sido removidos dali.
 
— Não é isso – sarrava entre suas nádegas sem penetrá-lo, esperando por sua resposta.
 
Taehyung lhe beijou vorazmente, antes de segurar seu rosto entre as mãos para finalmente dizer.
 
— Eu te amo. Eu quero ficar com você por que te amo.
 
Sorrindo, Yoongi foi lentamente deslizando seu membro para dentro de Tae, que gemia alto, sentindo a sensação de que estava queimando.
 
— Eu amo você ainda mais – falou, depois de ter conseguido penetrá-lo totalmente, começando a se mexer devagar.
 
O mais novo gostava de sentir Yoongi o fodendo sem pressa, não queria gozar rápido, por isso era bom aquele vai e vem num ritmo cadenciado, os beijos molhados que trocavam algumas vezes, as mãos que acariciavam seus cabelos enquanto ele mesmo passava as pontas dos dedos por toda a extensão das costas de Yoongi, rebolando lentamente para sentir seu pau cada vez mais fundo em si.
 
Mas depois de um tempo assim o mais velho já não se aguentava mais, e passou a meter com mais força, buscando encontrar o ponto que faria Tae gemer ainda mais alto. Fodia com força e velocidade, ouvindo o quadril se chocar contra a bundinha gostosa do garoto.
 
— Aí, Yoon... – Tae falou alto quando sentiu sua próstata ser atingida.
 
— Aqui? – ele estocou novamente com mais força ainda, repetindo o movimento várias vezes, masturbando-o no mesmo ritmo.
 
— Continua, amor – o mais novo mal conseguia falar, cada vez que o membro do soldado entrava lhe fazia ficar mais enlouquecido, mergulhado em prazer, chegando cada vez mais perto de seu limite. 
 
Ser chamado de amor foi mais um estímulo para Yoongi continuar a meter fundo e forte, até Tae se desfazer gemendo rouco, sujando o abdômen dos dois.     
 
O soldado continuou olhando em seus olhos, cheios de paixão e luxúria, maltratando ainda mais sua próstata em busca de seu próprio orgasmo, observando Taehyung de cenho franzido, mordendo o lábio e fazendo que sim com a cabeça, até se sentir sendo preenchido pelo sêmen quente de Yoongi, que gemia alto enquanto gozava.  
 
 
Cansado, o mais baixo deitou sobre o peito de Tae, que lhe abraçou carinhosamente.
 
— Quando eu olho pra você e pro Hobi, não consigo escolher quem eu acho mais lindo, ou quem faz meu coração bater mais forte. Os dois me fazem perder o chão – Yoongi acariciava o peito do mais novo.
 
— Você é muito fofo, Verdinho. – este por sua vez sorria todo bobo.
 
— Ahhh! Tava bom demais, tem que começar com isso de novo!
 
— Eu sei que você ama me odiar.
 
— Eu amo mesmo, amo tudo em você, desde sua chatice até esse seu sorriso fofo e esses seus olhos tão expressivos.
 
— Eu e o Hobi amamos você também Yoongi, nunca esqueça disso. 
 
Pelo resto do dia ainda repetiram a dose mais vezes, invertendo as posições, curtindo um ao outro, hora selvagem, hora suave, faziam amor sem se preocupar com mais nada, além de dar prazer e felicidade um para o outro. 
 
[...]
 
Como Jimin havia falado, realmente Baekhyun havia achado a experiência dolorida. A extensão de Sehun não era nada modesta, e ainda se sentia meio dolorido mesmo depois de uma boa noite de sono nos braços do soldado. Ele tinha gostado bastante, mesmo com a dor, e acordar agora deitado sobre o peito do mais alto também era maravilhoso.
 
— Bom dia – cumprimentou, sorridente, quando viu os olhos de Sehun se abrirem.
 
— Bom dia, tudo bem? – ele se preocupava se havia machucado o menor.
 
— Tudo ótimo.
 
O general lhe olhava com carinho, mas em sua cabeça se passavam muitas coisas. Ele não conseguia mentir, nem enganar ninguém, muito menos uma pessoa tão boa quanto Baekhyun.
 
— Baek... a gente precisa conversar.
 
— Já estamos conversando, seu bobo!
 
— Você sabe que é uma pessoa incrível né? – Baek apenas o encarava, olhando-o de baixo para cima, tornando tudo ainda mais difícil. – Eu gosto muito de você, de verdade.
 
— Também gosto de você.
 
— Mas me preocupo em não conseguir te corresponder na mesma medida... – Sehun disse, seriamente.
 
— Tudo bem, eu já te disse que vamos fazer isso juntos, que vou te ajudar a gostar ainda mais...
 
— Não creio que seja possível, eu já gosto de você, muito mesmo, e só enxergo qualidades na sua pessoa. Você é bom, está sempre sorrindo, seu sorriso é lindo, sua dedicação em tudo que faz, o quanto você é carinhoso. Admiro demais.
 
— Por que você tá falando essas coisas nesse tom de tristeza? – Baek sentia que depois de todo aquele discurso viria um “mas”, e estava coberto de razão.
 
— Porque mesmo assim, mesmo que essa noite tenha sido maravilhosa, que tudo que fizemos tenha sido muito gostoso, eu ainda sinto que não te mereço, que não posso me dedicar a você da mesma forma que tem feito por mim.
 
— Eu não me importo, desde que fique comigo sei que podemos fazer isso funcionar – o mais baixo sentia um nó em sua garganta, estava prestes a chorar e nunca tinha lhe acontecido isso antes.
 
— Não é certo Baek! Não posso ficar te enganando dessa forma. Eu gosto de você, mas não o suficiente, me perdoe, mas eu não posso continuar... – ele também estava triste por dizer aquilo e por ver seu companheiro chorando daquela forma. – Por favor, não chore, eu nunca vi ninguém chorar, me sinto péssimo em te ver assim.
 
— Eu nem sei o que estou sentindo, mas dói muito... – ele virou de costas para Sehun, escondendo seu rosto coberto de lágrimas.
 
— Eu sinto muito, muito mesmo, mas meu lugar não é aqui... – ele se levantou e vestiu suas roupas. – Preciso voltar pra base, tenho coisas importantes a fazer.
 
Antes de ir, aproximou-se da cama, se abaixou, puxando o rosto do rapaz pelo queixo delicadamente, afastou os cabelos cinzas da frente de seu rosto para que pudesse fitar seus olhos.
 
— Você ainda vai achar alguém e ser feliz Baek, eu acredito nisso – Sehun falou baixinho, dando um beijinho em na testa alheia em seguida, antes de ir embora para não mais voltar.  
 
[...]
 
Taeyang caminhava pelos corredores até o quarto de Jimin, empolgado em poder finalmente contar a novidade ao chef. Fazia algum tempo que as pesquisas haviam apontado uma maneira de Jimin sobreviver, mas tinham alguns detalhes que não dependiam dele, que o estavam impedindo de poder realizar o procedimento. Mas agora já estava tudo certo, só faltava Jimin aceitar, e poderia permanecer no futuro, continuando a ajudá-los no processo de mudança.
 
Falando em mudança, o cientista tomou um susto quando entrou na sala de controle daquele quarto, e se deparou com quatro de seus cientistas iniciantes, que deveriam estar monitorando Jimin, se agarrando como animais selvagens. Não sabia onde começava o braço de um e terminava o de outro, sem mencionar os beijos intensos que revezavam, sem nem mesmo notarem a presença de seu superior.
 
— Com licença! – ele pigarreou e falou alto, vendo os quatro se desvencilharem, arrumando e abotoando os jalecos amarrotados. Sentiu vontade de rir, o que foi bem estranho para si, já que ainda não tinha sentimentos. Anotou em seu diário eletrônico de pesquisa antes de se dirigir aos jovens cientistas.
 
— Mas o que está acontecendo aqui? – os quatro apenas lhe encaravam, espantados, com medo do que pudesse acontecer. – Vamos, falem alguma coisa, Jisoo?
 
— Desculpe senhor, é que faz tanto tempo que vemos Jimin e os amigos dele fazendo essas coisas, e isso nos deixava esquisitos, causava reações incompreensíveis em nossos corpos, então resolvemos testar como era fazer essas coisas. – a moça de cabelos roxos explicou.
 
— E não é a primeira vez que fazemos, nós gostamos de beijos – uma cientista muito bonita, de cabelos castanhos, chamada Jennie, falou.
 
— Interessante – apesar de eles acharem que levariam uma bronca, Taeyang havia gostado de ver mais pessoas mudadas. – Bem... Jisoo, Jennie, Chanyeol e Kyungsoo. Quando forem trocar de turno, vão até a sala do marechal Choi, que falaremos com vocês.
 
Satisfeito com a cena anterior, entrou no quarto e encontrou Jimin lendo, sentado em sua cama. Ele sabia que Taehyung e Hoseok tinham saído, através das câmeras.
 
— Com licença, posso te atrapalhar um pouco? – pediu a atenção do chef.
 
— Oh, sim – ele fechou o livro, sentando-se com as pernas em posição de borboleta.
 
— Venho aqui lhe fazer uma proposta – Jimin o encarava intrigado. – Quero saber se você gostaria de ficar aqui no futuro pra sempre?
 
— Pra sempre? – o dia que o menor temia havia chegado, ele precisaria decidir. – Mas como isso é possível? Eu não vou morrer?
 
— Tenho pesquisado sobre isso desde que você chegou, e descobri um modo de fazer você sobreviver. Basta você fazer um procedimento cirúrgico. Será algo muito seguro, com nossa tecnologia será simples e rápido, basta você querer.
 
— Achei que iam me obrigar... não me perguntar se eu queria.
 
— Você sabe que não queremos nada de mal pra você Jimin. Só temos a agradecer o que já fez. Só que se você ficar aqui, poderá nos ajudar ainda mais.
 
— Eu não sei Taeyang, se eu ficar, nunca mais vou poder voltar, ver minha família? E meus amigos? Vão poder fazer essa cirurgia e ficar aqui também? – eram muitas coisas para pensar.
 
— É, a viagem no tempo, como você sabe, é algo perigoso e difícil de lidar. Se você ficar não vai poder ir pra lá nunca mais – esse era o principal tópico que afligia o chef. – Quanto aos seus amigos, eles não podem fazer a cirurgia, porque apesar de ela ser simples, demanda um certo tipo de material que não temos disponível. Já foi difícil conseguir para você. Portanto, eles estão livres para voltar ao passado assim que eles quiserem. Providenciaremos tudo, e essa será a última vez que usaremos esse tipo de viagem.
 
— Entendo... bem, eu tenho que pensar... Te dou essa resposta até amanhã – respondeu, reflexivo. – Mas já que você veio pra mim com essa notícia, eu também tenho algo importante pra falar pra você e pro Seunghyun.
 
— O que é?
 
— Prefiro falar pros dois juntos. Mas é algo que tenho pensado a algum tempo, que acredito que possa solucionar, talvez não totalmente, mas em boa parte, os seus problemas de falta de sentimentos. Talvez seja uma solução a longo prazo, mas ainda assim eu acho que vai dar certo.
 
— Tudo bem, podemos ir agora mesmo falar com o marechal, pode ser?
 
— Sim, vamos lá. 

 
🦄

 
Ah Kookinho violento kkkkkkkk
 
Vocês querem Sebaek? Tá aí o Sebaek kkkkkkkkkkk. Desculpem aí a malvadeza, mas faz parte, prometo não decepcionar depois ;)
 
Jimin como sempre bancando o professor da safadeza, amo!
 
Eu disse que precisava fazer esse Taegi, não consigo gente, eu necessitava disso kkkkkk. Yoonseokas me perdoem :*
 
Ahhh Sehun, sei nem o que dizer né... Deixo pra vocês darem sua opinião sobre isso e sobre o capítulo todo.
BJo e até mais

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