— Miranda. — Ouço minha vó me chamar e bater na porta do meu quarto, me sento na cama e observo a mesma entrar no meu quarto.
Sorrio de canto e encaro minha vó.
— Tem um amigo seu lá na sala. — Ela falou cruzando os braços. — Ele é gente boa. É feio, mas é legal.
— Qual o nome dele?
— Desça pra saber, não sou obrigada a perguntar o nome do garoto. — Ela disse, e saiu do meu quarto.
Solto um longo suspiro e me levanto da cama. Pego um casaco com estampas de pinguins e ajeito meus cabelos.
Saio do quarto e desço a escada. Assim que parei no final da escada vejo Gazzy conversando de um modo extremamente animado com minha vó.
Arregalo meus olhos e bato a mão na testa.
Como o Gazzy tem coragem de vir na minha casa depois das atrocidades que ele falou no grupo da igreja?
Esse garoto precisa passar óleo de peroba nessa cara de pau dele, não é possível.
— Oi, Mimi. — Gazzy falou sorrindo abertamente e eu encaro o mesmo, dou um sorriso forçado e aceno para ele. — Sua vó é super gente boa e apoia a gente.
— Na verdade eu só estou apoiando porque ele me deu um saquinho. — Minha vó falou estendendo um saquinho de maconha e apertou as bochechas do Gazzy. — Eu estava precisando disso, o meu filho me deixa louca.
O. Gazzy. deu. maconha. para. minha. vó.
— Por que você deu maconha pra ela? — Perguntei, e fecho meus olhos, tentando não me irritar. — Olha a idade dela. Você é louco?
— Minha idade? — Minha vó perguntou um pouco ofendida. — Miranda, eu transo e sou mais aventureira e sociável que você, fica quieta.
— Mas vó...
Sou interrompida por Gazzy.
— E o Gazzy é um amor. Como você tem coragem de deixar esse docinho de lado?
— Ele é gay. — Respondi sem pensar, e logo em seguida me arrependo.
— Nossa, Gazzy. — Minha vó deu risada. — Não sabia que você gostava de furar o brioco. Ai, esses jovens de hoje em dia. Enfim, vou fazer um lanchinho pra vocês, já volto.
Minha vó sorriu e foi até a cozinha.
— Você é louco? — Perguntei para Gazzy assim que minha vó se retirou. — Se meu pai te encontrar aqui, você está morto.
— Para de se fazer a certinha, pelo amor. — Gazzy se aproximou de mim e revirou os olhos. — Posso te fazer uma pergunta?
— Pode. — Falei olhando fixamente para os olhos de Gazzy.
— Você prefere fazer uma fileirinha de farelo de bolacha e cheirar? Ou me beijar? — Gazzy perguntou me olhando.
Aproximo meu rosto no dele e selo nossos lábios. Levando minha mão até a sua nuca e arranho de leve.
Sinto sua língua adentrar em minha boca e explorar cada canto da minha boca, fazendo o beijo ficar ainda mais quente e sorrio durante o mesmo.
Sinto as mãos dele entrar dentro da minha camiseta e me arrepio com o toque. Colo nosso corpo e terminamos o beijo com selinhos.
— Gente, eu pensei que minha neta era santa. — Ouço a voz da minha querida vó e me afasto rapidamente de Gazzy, sinto minhas bochechas esquentarem e percebo que Gazzy segurava o riso. — Isso me lembrou do dia em que eu transei com o seu avô na casa do vizinho.
— Não precisávamos saber disso. — Falei segurando o riso, e olhei para minha vó.
— Meu sonho é transar com a Miranda na igreja. — Gazzy falou sorrindo e fez uns movimentos com a mão.
— Que pecado, gostei. — Minha vó fez um sinal de positivo para Gazzy.