— Gazzy, pra onde você está me levando mesmo? — Resmungo assim que Gazzy segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos.
Gazzy parou no mesmo instante e me olhou com cara de retardado — o que ele realmente era. — e sorriu disfarçadamente.
— Vamos guardar oxigênio, água e comida pro Tony não morrer. — Gazzy falou dando de ombros.
— Pensei que estávamos indo pra minha festa. — Falei soltando um riso nasalado e sinto o vento forte, fazendo meus cabelos bagunçarem.
— Como você sabe da sua festa? — Gazzy quase gritou e se virou para mim.
Cruzo os braços e reviro os olhos.
Como esse garoto consegue ser tão tonto?
— Qual foi, Gazzy? — Bufo, e continuo andando, fazendo ele me acompanhar. — Você é péssimo em guardar segredos.
— Por favor, quando você chegar lá finge que não sabia da sua festa. Seu pai disse que ia me matar igual ele matou a selena.
— Quem é selena? — Perguntei sem entender nada e seguro a mão do Gazzy, atravessando a rua e percebo que estávamos perto do salão.
— Minha lagartixa. Seu pai matou ela. — Gazzy respondeu cabisbaixo.
— Oh... eu sinto muito! — Respondi sinceramente e olhei para o Gazzy. — Mas, que tipo de pessoa tem uma lagartixa de estimação?
— Eu? — Gazzy deu risada e parou em frente ao salão. — Espero que você nunca me troque. Eu sei imitar um cachorro de pelúcia.
Solto uma gargalhada e nego com a cabeça. Me aproximo de Gazzy e dou um leve selinho em seus lábios.
Sinto as mãos de Gazzy ao redor da minha cintura e sorrio, enquanto encarava ele.
— Eu nunca vou te trocar. — Falei acariciando o rosto dele e percebo o quão estranho ele era, mas beleza não é tudo.
— Eu sei. — Gazzy falou convencido e deu risada. — Agora vamos.
Segurou minha mão e me puxou em direção à porta do salão.
Respiro fundo e assim que entrei no enorme salão, escuto vários gritos e forço um sorriso.
— Feliz aniversário, bebezinho do pai. — Meu pai falou gritando em minha direção e me abraçou, fazendo Gazzy soltar minha mão.
Retribuo o abraço e fecho meus olhos. Aquele abraço era tão confortável e protetor.
— Obrigada, pai. — Falei com a voz baixa e desfiz o abraço.
— Eu vi aquilo lá fora, e espero que você não pense em ficar com o Gazzy, fugir do país e arrumar sete netos. — Meu pai falou um pouco desesperado e eu não consegui responder, já que fui puxada.
Olhei para frente e vejo Diego, com a mesma cara de sono e dou risada.
— Veio me abraçar, falar que eu sou maravilhosa e me oferecer maconha? — Perguntei animada.
— Claro que não, o Gazzy me mataria se eu fizesse isso. — Diego falou arregalando os olhos, e me empurrou de leve. — Tem um cara gay que perguntou se eu queria ver o décimo dedo dele. Eu sou hétero e a hailey está pensando que eu sou gay. Me ajuda.
Tento conter o riso, mas é inevitável. O desespero do Diego é simplesmente divertido.
Balance a cabeça negativamente e me afasto de Diego.
Percebo que todos estavam olhando para o palco e me viro.
Gazzy estava sorrindo e segurava o microfone do lado errado. Cruzo os braços e observo a cena.
Ele parou o olhar em mim e me mandou um beijo no ar.
— Primeiro eu queria falar que não gostei porque não tem bebidas, e se eu quiser tomar vinho eu vou pra igreja. — Gazzy falou rindo sozinho e olhou para Hailey, que estava dançando com o Diego. — Bom, tem uma garota extremamente linda nessa festa, e eu não tenho palavras para descrever o quão ela é maravilhosa. Às vezes eu acho que ela usa entorpecentes, mas percebo que é o jeito dela mesmo. — Gazzy respirou fundo e me olhou. — Eu não vou continuar, porque minha masculinidade é frágil, mas nem tanto. Eu só queria perguntar se aceita namorar comigo? — Gazzy desceu do palco e começou a andar na minha direção.
Em questão de segundos, ele tropeçou e segurou as calças do Diego para tentar se segurar, mas não deu muito certo.
Os dois se encontravam no chão, diego com as calças pra baixo e Gazzy com a cara no tênis do Diego.
Ouço algumas risadas e percebo o quão envergonhado os dois estavam.
Vou andando na direção do Gazzy e me agachei na frente dele. Levo minhas mãos até o rosto dele e o beijo.
Sinto a língua dele em minha boca, explorando cada canto e acaricio a bochecha dele com o polegar.
O beijo era calmo e doce, sorrio durante o mesmo e encarei Gazzy.
— Eu aceito ser sua namorada, jacaré de Chernobyl. — Falei sorrindo e ajudo ele a levantar.
— Eu vou dar uma cabeçada nele. — Ouço a voz do meu pai e em seguida algumas pessoas seguram ele.
Gazzy olhou para o meu pai desesperadamente e me puxou. Correndo comigo para fora da festa e solto uma gargalhada.
— Acho que seu pai é apaixonado por mim. — Dou um tapa na cabeça do Gazzy assim que ele falou e me sento no chão. — Mas eu prefiro você, dancyn ow beibe leito dhu.
— Deus me perdoe, mas eu dava pra esse retardado. — Falei para mim mesma e me deito no chão.
Percebo que Gazzy se deitou ao meu lado e me puxou para ele.
Sorrio me aconchegando nos braços dele e fecho meus olhos.
— Finge que eu sou um boi.
— Mas isso não faz sentido. — Falei com a voz baixa.
— Eu sei. — Gazzy disse e sinto ele beijar minha testa.
Minha vida mudou muito a algum tempo atrás, e eu espero que o Gazzy não me largue pela Selena.
Fim
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