- Capítulo 4 -

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CAPÍTULO QUATRO

Troca?! Mas você... — Zoe murmurou, ainda admirada.

Maitê continuava a exibir o sorriso enigmático, divertindo-se com a pequena confusão da moça.

— Se quiser, podemos dar uma volta — a mais velha sugeriu.

Zoe inspirou e fechou os olhos por alguns segundos, recordando-se de Hellen. Por fim, sentindo o coração palpitar forte em seu peito, forçou um sorriso para a executiva.

*.*.*.*

Logo que adentraram o veículo da diretora, o silêncio perpetuou por alguns segundos até que Maitê desse a ordem para que o motorista seguisse para uma das famosas cafeterias da cidade.

Em seguida, recostou-se ao lado de Zoe e por um instante, percebeu o quanto a moça tremulava, enquanto brincava com a costura de seu short jeans surrado.

— Por que está tremendo tanto?

Como se houvesse despertado de um transe, Zoe respirou fundo e encarou a mulher por alguns segundos, enquanto um sorriso espontâneo assumia-se seus lábios.

— Não estou acostumada com a dona da Martineli's batendo a minha porta, sabe?! — brincou. Maitê deu uma risada fraca e meneou a cabeça. — O que te fez voltar atrás da minha proposta?

Rapidamente, a pele pálida da mulher assumiu um tom levemente ruborizado, caracterizando o quanto ficou embaraçada com a pergunta. Por fim, desviou o olhar para a paisagem urbana que corria pelo vidro do passageiro e murmurou:

— Você é o que eu procurava, Zoe. Exatamente o que eu precisava.

Enquanto Zoe sorria, manteve-se sustentando o olhar da executiva, vislumbrando parte de sua dor e dos mistérios que estavam trancafiados em seu coração.

*.*.*.*

Acomodadas em uma das mesas que estavam dispostas na charmosa varanda da cafeteria, as mulheres fizeram seus pedidos.

— Então?! Quando é que podemos começar? — Zoe perguntou movida pela euforia.

Maitê sorriu e passou as mãos pelos cabelos, a fim de arrumar a mecha que tampava parte de sua visão.

— Vamos com calma — pediu gargalhando de maneira divertida. — Onde é que está a... — fez uma breve pausa, ponderando o que diria. — sua esposa?

— Ah, você sabe, senhora Maitê — respondeu entristecida.

— Bem... — iniciou a fala, após um profundo suspiro. — Você será a minha "barriga de aluguel" e em troca, sua companheira será tratada com os melhores profissionais.

Em deboche, Zoe gargalhou, causando estranheza na executiva.

— Só isso?! — indagou com indignação.

Maitê fitou a garota como se ela houvesse blasfemado e remexeu-se na cadeira.

— Você é uma atrevida mesmo, garota! — retrucou enfurecida.

Em um gesto ímpeto, temendo que a executiva se aborrecesse, pousou uma de suas mãos sobre as dela, que estavam sobre a mesa.

— Desculpe! — falou, pressionando os lábios, na tentativa de conter uma risada. — Mas você não acha que seu bebê valha mais que isso?

A mulher respirou profundamente e desviou do toque da morena, remexendo-se na cadeira.

— O que você quer? — perguntou impaciente. — Seu trabalho de volta? — a menina concordou com um aceno. — Um carro? Casa? Estudos?

Acordo Perfeito (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora