- Capítulo 2 -

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CAPÍTULO DOIS

— Olá! Em que posso ajudar? — Ana Luísa indagou com extrema cordialidade, embora exibisse uma feição séria, enquanto fechava a porta do escritório atrás de si.

— É que... Meu nome é Zoe Mendes e... — a moça respondeu em um murmuro tímido, quebrando o breve silêncio que perpetuou na antessala. — Eu gostaria de falar com a senhora Martineli — finalizou, forçando um sorriso.

— Você possui algum horário marcado? — a secretária perguntou ao acomodar-se em sua mesa, digitando algo em seu computador.

Insegura, aproximou-se devagar da secretária e fitou os olhos acastanhados da mulher, como se quisesse transmitir seu âmago dolorido. Pousou as mãos trêmulas sobre a mesa e divagou por alguns segundos, se valia a pena insistir naquela loucura.

— Não, na verdade, eu...

— Sinto muito, Zoe, mas a senhora Maitê poderá te atender, caso você tenha algum horário marcado — de prontidão, Ana Luísa a interrompeu, abrindo uma gaveta e puxando um caderno preto.

— Ah... — a menina forçou um sorriso mais uma vez, sentindo-se cada vez mais desconfortável com aquela situação. — Será que você poderia fazer isso pra mim? — indagou com a voz embargada.

Ana Luísa sustentou o olhar pesaroso de Zoe por uma fração de segundos.

— Vamos ver... — a secretária murmurou, folheando as páginas do caderno. — Levando-se em conta os compromissos de Maitê, ela terá a alguns minutinhos disponíveis na próxima semana. Quer que eu agende?

Sob o silêncio que prevaleceu por alguns instantes sobre ambas, Ana analisou o semblante da jovem, e por um momento, questionou-se qual seria o motivo de a garota exibir uma feição tão amargurada e parecer tão decidida em falar com Maitê.

— Ana Luísa — Zoe murmurou após ler o crachá da mulher. — Por favor! É urgente! Preciso apenas de cinco minutos... — disse em súplica, enquanto seus olhos marejavam.

A secretária encarou os olhos aflitos da moça mais uma vez e suspirou indecisa sobre o que deveria fazer. Uma parte sua se compadecia com a angústia da garota, embora desconhecesse a causa, porém conhecia Maitê o suficiente para saber que o encontro com uma funcionária sem horário marcado, poderia lhe custar o seu emprego.

— Olhe... — por fim murmurou, sob o olhar tenso da garota. — Verei se é possível ela te atender agora, mas não prometo nada!

— Obrigada, Ana! — Zoe exclamou, oferecendo-lhe um sorriso enfraquecido, porém sincero.

Insegura em perturbar a executiva, Ana inspirou fundo mais uma vez, aprumou o corpo e lentamente, abriu a porta, adentrando o escritório.

*.*.*.*

— Hã... Com licença, Maitê — hesitante, a secretária aproximou-se da mesa da mulher e suspirou, temendo ser advertida pela executiva. — Tem uma garota querendo falar com você.

Desviando a atenção do computador, Maitê ajeitou uma mecha loira que encobria parte de seu rosto e franziu as sobrancelhas, afinal, não havia programado receber ninguém em seu escritório naquele dia.

— Garota?!

— É! É uma funcionária — Ana confirmou, temendo a reação da empresária. — Ela disse que seria coisa rápida e... 

— Ah, tá... - murmurou revirando os olhos. - Mande-a entrar, antes que eu mude de ideia.

Prontamente, Ana concordou com um aceno e retirou-se do escritório, ajeitando a camisa social que trajava.

Acordo Perfeito (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora