- Capítulo 8 -

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CAPÍTULO OITO

Quando o motorista deixou Maitê na empresa, antes de sair do veículo, a mulher exibiu um sorriso afável para Zoe. Discreto. Sem exibir os dentes alvos e perfeitamente simétricos.

A garota retribuiu o gesto, embora sentisse o calafrio envolvendo seu estômago. Zoe não saberia dizer o que exatamente lhe despertava a atenção em Maitê. Talvez o olhar expressivo e ao mesmo tempo enigmático que escondia os demônios da alma da executiva. Ou até mesmo o sorriso, poucas vezes exibido, o semblante repleno de seriedade e perfeição.

Enquanto o carro retomava o trânsito caótico da cidade, a jovem ficou observando a diretora atravessar a fachada elegante do edifício empresarial e permitiu que um suspiro profundo escapulisse por entre os lábios morenos.

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Quando o carro luxuoso estacionou em frente a sua antiga residência, Zoe percebeu que alguns vizinhos observavam-na com curiosidade e cochichavam entre si. Talvez se perguntassem como a esposa de uma viciada em drogas havia conseguido a chance de andar na companhia de um motorista particular. Dando de ombros aos bisbilhoteiros, saiu do carro.

Ao adentrar a casa simples, sentiu a angústia lhe fazer companhia, juntamente com as lembranças sofridas dos últimos anos com Hellen. Definitivamente, aquele lugar não lhe trazia boas recordações. Tudo, exatamente cada detalhe, lhe fazia lembrar-se do infeliz casamento.

Observou as fotografias do casal que ainda estavam dispostas sobre o móvel da sala e meneou a cabeça. Embora estivessem distantes uma da outra a pouquíssimo tempo, Zoe não conseguiu sentir nenhum sentimento nostálgico pela esposa. Mas tal situação não tinha a ver com o convívio com Maitê. Ela sabia que não existia sentimento entre elas há algum tempo.

Após o breve momento de reflexão sobre o seu relacionamento, Zoe foi ao quarto e recolheu algumas roupas e pertences pessoais, colocando-os em uma mala e trancou a casa novamente, retornando para o seu sonho particular, onde existia apenas ela, a executiva e o desejo oculto que surgia entre ambas.

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Quando o motorista a deixou em frente à Martineli's, Zoe encarou seu reflexo pelo vidro fumê da faixada do edifício e prendeu os cabelos em um rabo de cavalo improvisado, reunindo coragem para adentrar o local. Inspirou fundo, ajeitou o jeans surrado e o blazer rosa que trajava por cima da regata branca e, por fim, atravessou o saguão.

Ao observar o relógio que ficava dependurado na área dos elevadores, Zoe constatou que já era horário de almoço e uma breve onda de ansiedade a envolveu, ao pensar que dali a algumas horas estaria diante do médico responsável pela fertilização.

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Na sala da diretoria executiva, Ana Luísa, secretária de Maitê, posicionava o almoço da mulher metodicamente sobre a mesa de escritório amontoada de papéis, já imaginando o quanto ela retornaria aborrecida da reunião que lhe tomou praticamente toda a manhã.

Antes que terminasse de ajeitar o almoço de Maitê, a mulher adentrou a sala com passos largos. O humor ácido estava desenhado em seu semblante e, por isso, Ana Luísa tratou de retirar-se silenciosa do escritório.

— Por favor, Ana, fique! — pediu, deixando o corpo deslizar preguiçosamente em sua cadeira.

— Tenho muito receio em ficar no mesmo ambiente que você após essas reuniões malucas — caçoou aos risos, acomodando-se na cadeira oposta a diretora. — Aqui está o seu almoço.

Acordo Perfeito (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora