Em um dia distante de toda essa confusão que matou todas as pessoas do mundo, havia chegado um dia em que todas elas já haviam virado pó.
O mundo estava distante e morto.
E então, a visão de Jonathan volta, e ele começa a sentir seu corpo novamente. Com dificuldade, Jonathan levanta tonto e extremamente confuso.
Passou minutos olhando para as paredes tentando se lembrar do que havia acontecido. E então, vieram em sua mente um milhão de flashbacks de tudo. Lembrou de sua infância, de seus pais, do dia em que o sequestraram, e principalmente, do teste.
Jonathan olha para seus braços confuso, e começa a gritar alto batendo nas paredes. Jonathan arromba a porta com raiva e ao dar seu primeiro passo para correr, lembra de Caden. Seu coração acelera como nunca, e ele arromba a porta de uma cela ao lado da sua.
Ao ver a porta cair, encontra no chão um garoto de cabelos loiros. Ele estava encolhido no chão abraçando suas pernas, e ainda apagado.
Jonathan se aproxima e consegue ver seu rosto. Ele começa a se lembrar de pequenos e rápidos flashbacks da sua época de escola. Ao indentificar o rosto do mesmo, se assusta.
E então, William acorda.
Ao abrir os olhos, William encontra Jonathan na sua frente. Ele levanta rápido e confuso.- Onde eu estou?! Quem é você?! O que tá acontecendo?! -suspirou forte se afastando. E ao lembrar do que havia acontecido, se aproxima de Jonathan o empurrando na parede e lhe dando um soco- QUEM VOCÊ ACHA QUE É PRA FAZER ISSO COMIGO?! VOCÊ TRABALHA PRA ELES, NÃO É?! O QUE TINHA NAQUELA PÍLULA?! QUE DROGA VOCÊ ACHA QUE TÁ FAZENDO COMIGO?!
Jonathan estava calmo, mas ao ouvir os gritos de William, e principalmente ao levar um soco do mesmo, Jonathan o empurra com força para trás fazendo William bater as costas na parede contrária a eles. William começa a se afastar para trás e Jonathan volta ao normal.
- Eu não trabalho para eles. Eu sou como você. Também me deram essa pílula, e eu também fui afetado. Agora se me permite, eu tenho que achar meu amigo. -Jonathan virou as costas para sair, e foi interrompido por William.
- Você não é como eu. Você é um monstro! -gritou fazendo Jonathan se virar para trás.
- E você não? -Jonathan falou calmo.William começa a ter mais flashbacks e lembra do que a pílula fez com ele. E começa a andar para trás novamente por conta da confusão que estava acontecendo em sua mente. E de repente, nota o lugar em que estava.
- O que aconteceu com o mundo? -perguntou William observando a destruição do local.
- Bom, até agora, eu não sei. Na verdade, parece que nada mudou. -respondeu Jonathan olhando de um lado para o outro tentando procurar o motivo da surpresa de William.
- Você não tá vendo?! Tá tudo destruído! Como pode nada ter acontecido? -William saiu da cela e foi seguido por Jonathan.
- Destruído? Mas tá tudo normal. -falou Jonathan inocente.
- Não não! Você não vê?! Olha essas crateras no chão!! E... E o teto?! Onde está o teto?! -falou William observando o lugar.Após analisar a situação, Jonathan toma consciência do que estava acontecendo. Ele chegou a conclusão de que esse era o efeito da pílula em William. E tentou o ajudar.
- William, me escuta. Você precisa respirar. Tudo bem? Pode fazer isso por mim? -fixou seus olhos em William preocupado.
- O que eu devo a você? - perguntou William confuso.
- Nada. Eu só quero ajudar. -Jonathan respondeu sincero e William respirou fundo e soltou devagar. Após abrir os olhos que antes estavam fechados, ele voltou a ver o normal. Ou seja, o presente.Ao notar a situação, Jonathan olhou para William como se eles se comunicassem pelo olhar, e Jonathan chutou a primeira porta que viu.
Ao verem a porta cair, William e Jonathan correram cela a dentro. Os dois observaram um garoto de pele branca e cabelos negros azulados. William se aproximou para ver seu rosto, e Trevor abre os olhos. Assustado, Trevor começa a atirar chamas para todos os lados. Por sorte, o fogo não os atingiu. Quando o menino de cabelos negros azulado se acalmou, Jonathan se aproximou dele.- Quem são vocês?! -falou Trevor assustado.
- Calma. Nós somos como você e... Ah, eu não vou dar esse discurso todo. Depois eu conto. Só confia em mim, ok? -Jonathan convenceu Trevor.
Jonathan estava confuso, mas queria se manter forte. Queria descobrir o que tinha acontecido com eles, porque o trouxeram para o laboratório, o que tinha na pílula, e principalmente... O que ele se tornou. Os três foram procurar pessoas nas outras celas. E ao arrombarem mais uma porta, William correu até o menino jogado no chão.
- LOUI!!! -William se jogou em cima dele e o sacudiu tentando acordar o mesmo.- LOUI!!! ACORDA!!! -após algumas tentativas desesperadas, Loui abriu os olhos e abraçou rápido William.
- Eu tinha medo de nunca mais te ver, Will... -os dois permaneceram abraçados por um tempo. E quando a primeira lágrima escorre pelo rosto de William, eles se soltam.
- Eu não tenho muito tempo pra explicar agora, Lu. Mas confia em mim, ok? -William olhou nos olhos de Loui.
- Sempre. -Loui respondeu decidido.
Eles foram até outra cela. E lá, Trevor foi andando até o corpo de David. Se abaixou devagar, e riu ao ver que ele estava sorrindo. David levantou rindo junto e o abraçou.
- Você não me assusta, meu amigo. -afirmou Trevor.
- Não ainda... -David respondeu meio triste.
- Porque essas luvas? -perguntou Trevor curioso.
- Da última e primeira vez que me lembro, eu desintegrei algumas pessoas. Apenas pelo meu toque... -aos ver o rosto indiferente de Trevor perante a situação, tomou coragem para contar de seu passado.- Trevor, não é a primeira vez que eu mato alguém. Mas meu medo agora, é acabar matando você. Você é tudo o que eu tenho, Trevor. Por favor, não fica muito perto de mim. -falou David cabisbaixo. Trevor sorriu e colocou a mão no seu ombro.
- Você não vai. E eu não vou sair de perto de você. Afinal, eu já disse. Eu não tenho medo de você. -David sorriu junto a Trevor.
- Tá, tá bom. Será que os dois podem nos ajudar a achar mais pessoas... Assim? -Jonathan falou observando todos na cela. Eles assentiram e Jonathan, juntamente a Loui, arrombou mais uma porta.
Todos os cinco ficaram confusos pois não reconheciam o menino ali. Ele era alto, com cabelos loiros claros, e estava sujo de sangue. William foi até ele e começou a tentar refrescar a memória para descobrir quem ele era. Assim, o mesmo acordou. E assustado, correu para o canto da cela. Mas ao notar as portas artombadas, se intrigou. Principalmente ao lembrar de tudo o que havia acontecido.
- V-Vocês são...? -Aaron gaguejou.
- Sim, sim. Somos como você e.. -Jonathan foi fazer o mesmo discurso, porém acabou sendo interrompido.
- Não. Eu sei que vocês são como eu. Foi a pílula. Ela nos deixou assim. Eu sei disso porque meu pai... -encarou eles.- Meu pai é o cientista que lhes deu as pílulas. -Aaron viu os rostos deles se tornarem furiosos.
- ENTÃO SEU PAI FEZ ISSO COM A GENTE?!?! -perguntou Trevor gritando com algumas pequenas chamas começando a sair de sua mão.
- Sim... Foi ele. Mas por favor. Não o machuquem. Ele não queria fazer isso. Eu conheço meu pai, e eu sei que ele só queria mudar o mundo. Mais especificamente, o salvar. -Trevor, assim como os outros, se acalmou. E Aaron continuou.- O presidente queria um exército para lutar contra as nações inimigas. Até onde eu sei, foi o próprio presidente que os escolheu. Ele viu dedo a dedo. Tanto pelos seus históricos, como pelo seu Q.I. Ele fez um acordo com suas famílias e responsáveis. Todos ganharam uma grande quantia por "entregar" vocês para o teste.
- Então... Quer dizer que minha mãe me vendeu? -Loui começou a chorar e William o abraçou.
- Não exatamente assim. Após você ser adotado pela família do seu amigo, ambas famílias ganharam uma quantia significante. -falou Aaron sério.- Mas eu me lembro de ter ouvido o presidente falar de sete pessoas. Nós somos só seis.
- CADEN!! -gritou Jonathan e chutou a única porta ainda não arrombada.
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PILLS
Ciencia FicciónSeriam pílulas capazes de mudar o mundo? Dormiria eu em lençóis de falso algodão enquanto assistia o mundo mudar da forma errada? Talvez tenha sido esse meu destino. Mas porque eu? O que tenho eu de diferente? Eu sou mesmo quem eu achei que era?