Bernardo:
Ninguém entra em um relacionamento pensando no fim, ninguém imagina que seus planos futuros tem que ser interrompido por um rompimento abrupto.
Mas a vida, ela as vezes é traiçoeira e nos dá uma rasteira.
Se eu pudesse voltar no tempo, onde tudo era tão perfeito, eu não estaria aqui nesse quarto de hotel solitário, deixando para trás o grande amor da minha vida, junto dele meus dois filhos.
Naquele momento de silêncio, em que sinto intensamente a falta do som de sua voz, meus pensamentos viajam por caminhos tortuosos até Guilherme, passados uma semana que não nos vimos, era impossível dormir, quando todo o meu corpo anelava pelo dele, mas ele... ele, não estava aqui.
Minha consciência me dizia a todo instante que eu era o causador daquela situação, ela só não me dizia como reverter aquele dilema que me assolava o coração.
Minha vontade era tamanha de chegar na casa onde morávamos e enche-lo de carinho, mas eu sei que se assim eu fizesse, seria novamente colocado para fora sem dó, e eu não o culpava por isso.
Guilherme estava irredutível quando me disse "_ Bernardo eu quero que saía da minha casa". Eu não pude contestar, não pude me opor quando eu havia magoado daquela maneira.
Eu poderia colocar toda a culpa em Glauco, mas eu não posso, pois foi a minha insegurança que me levaram a cometer um erro primário como aquele.
Guilherme:
Toda a insegurança e o ciumes que Bernardo sentia não tinha o menor cabimento, eu nunca nem tinha olhado para outro homem, pois tudo o que eu almejava encontrar em uma pessoa eu havia encontrado nele, na verdade eu até achava aquele ciumes um pouco bonitinho no inicio, afinal dizem que quem ama cuida.
Mas com o passar do tempo fui percebendo que esse ciumes era excessivo e sem motivos, eu só não imaginava qual era a raiz desse ciumes todo.
Glauco meu irmão, aquele a quem eu confiava, envenenava Bernardo mas ainda assim, nada disso é justificativa para aceitar um erro, uma traição.Sim, eu amava Bernardo e estava sofrendo com a nossa separação, mas não podia ficar com uma pessoa que eu não podia confiar.
Eu experimentei a dor de ver Bernardo nos braços de outro homem, e eu não desejo esse sofrimento para o pior dos meus inimigos.
O mais difícil foi explicar para Samuel e Daniel nossos filhos de oito anos que o pai deles teria que sair de casa, os gêmeos ficaram divididos era natural, Samuel era o mais desgostoso com a nossa separação, não que Daniel, tenha se agradado da situação, mas esse era mais maleável.
Articular os pensamentos quando tudo está tão confuso levaria mais tempo que supostamente eu imaginei, pois já se passaram uma semana e tudo o que eu ainda desenho em minha mente é a imagem de Bernardo beijando aquele rapaz.
A cena se repete em minha mente, e como um aprisionado eu tento fugir mas não vejo a saída, ainda ouço a sua voz a me clamar. "_ Me perdoa".
Eu queria ser capaz, queria poder jogar todo o meu orgulho para escanteio, mas eu não posso, não devo.
Glauco:
Conheci Bernardo primeiro que Guilherme, e eu me apaixonei, mas ele nunca olhou para mim, nunca me deu uma chance, o convidei para estudarmos juntos em casa e ele aceitou, acreditei que teria minha chance enfim.. mas isso nunca aconteceu.
Foi nesse dia que ele conheceu Guilherme, meu maldito irmão bastardo, ele é filho da amante do meu pai que o deu para meu pai criar e a minha mãe foi obrigada a aceitar.
Eu tinha 7 anos e ele 6 quando meu pai o trouxe para morar conosco, não vou dizer que sempre odiei Guilherme, pois no inicio me agradou a ideia de ter um irmão, mas bastou uns dias para notar como as coisas haviam mudado em casa, meu quarto agora era dividido, meus brinquedos agora tinha outro dono, tudo o que era comprado para mim, tinha um segundo dono, se meu pai me trazia um chocolate, trazia outro para Guilherme também.Eu passei a odiar meu irmão. Isso se intensificou quando percebi o interesse de Bernardo nele, e pelo olhares que ambos trocavam era perceptivo de que era correspondido.
Sempre que podia, de maneira sutil eu jogava uma piadinha recriminando o comportamento do Guilherme dando a entender que ele não prestava, logicamente sem que meu irmão me ouvisse, e isso funcionou nos primeiros meses, pois Bernardo e Guilherme mal se falavam, mas aos poucos eu fui perdendo o poder sobre ele, talvez por ele perceber que Guilherme era o oposto do que eu dizia ele ser, eles foram morar juntos, adotaram dois meninos, porém eu não permitirei que eles fiquem juntos. Bernardo é meu, ele tem que ser.
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Bernardo:
Amar Guilherme era a coisa mais fácil de acontecer, ele era doce, ingênuo e provocante ao mesmo tempo, eu me apaixonei por ele assim que o vi , mas demorei um tempo para decidir me declarar, tinha medo dele não ser o que eu imaginava e ainda estava naquela transação de ser ou não ser, sabia que gostava de garotos, mas não queria assumir, tinha receio do que iriam dizer, tomei coragem e enfim resolvi chutar o balde e me confessei a ele, e para minha alegria ele disse que sentia o mesmo.
Não demorou para que nós dois fôssemos morar juntos, e eu fui percebendo que Guilherme não era nada do que Glauco me dizia. "_ Ele é baladeiro, gosta de ficar com um monte de caras", mas só de pensar nessa possibilidade me deixava irritado, sim eu sou extremamente ciumento, e só de imaginar ele cogitando a possibilidade de olhar em outra direção que não seja para mim me deixa intrigado.
Glauco bem sabia disso, e foi fermentando esse meu ciumes, com pequenas intrigas, " _ Nossa como o amigo do Guilherme é bonito, sabe aquele Rafael, eles passam bastante tempo juntos né, por causa do trabalho? "
Como assim passam bastante tempo juntos?
Com insinuação como essa, e muitas outras, ele foi conseguindo causar uma desconfiança e eu passei a ver esse Rafael como um rival.
Glauco jogava e sabia mover cada peça no tabuleiro e eu cego de ciumes não percebia que estava sendo manipulado de maneira tão torpe.
Isso foi motivos de muitas brigas entre nós. Hoje percebo o quão estúpido eu fui, e por causa da minha estupidez hoje estou só aqui nesse quarto, mas eu lutarei para reconquistar Guilherme, recuperar a minha vida, a minha família.
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Em busca de redenção
RomansaBernardo e Guilherme enfrentam a dura realidade da separação, como conviver sem a presença um do outro se seus corpos anseia por estarem juntos. Dez anos , dois filhos , um erro e muitas acusações, será que essa relação está fadada ao fracasso ou...